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Acredite se quiser: greve dos bancários explica alta de juros para pessoas físicas em setembro, diz Banco Central

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A alta da taxa de juros cobrada de pessoas físicas, em setembro, é explicada pela greve dos bancários, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

A taxa amentou 0,2 ponto percentual, para 35,8% ao ano, de agosto para setembro. A alta dos juros para as famílias ocorre depois de seis meses seguidos de redução.

Para Maciel, a alta de setembro foi pontual porque, com a greve dos bancários, os clientes tomaram linhas de crédito “mais acessíveis”, como o cheque especial e cartão de crédito, que têm juros mais elevados.

A taxa média de juros do cheque especial chegou a 147,6% ao ano, em setembro, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a agosto, mas ainda bastante alta na comparação com a de crédito pessoal (39,7% ao ano). A taxa de crédito pessoal teve alta de 0,3 ponto percentual em relação a agosto.

De acordo com os dados do BC, a média diária de concessões de cheque especial para as famílias, em setembro na comparação com agosto, subiu 9%. No caso do cheque especial, houve aumento de 11,6%. O crédito pessoal apresentou redução de 4,3%.

A greve dos bancários começou no dia 18 de setembro. Os funcionários do Banco do Brasil e instituições privadas voltaram ao trabalho no dia 27. No caso da Caixa, os bancários retomaram as atividades no dia 28.

Apesar da alta dos juros para as famílias, Maciel destacou que a taxa média (para empresas e pessoas físicas) chegou ao menor nível da série histórica do BC, iniciada em 2000. A taxa geral ficou em em 29,9% ao ano, redução de 0,2 ponto percentual em relação agosto.

Segundo Maciel, a redução da taxa média de juros decorre do efeito dos cortes da taxa básica de juros, a Selic, que serve de referência para as demais. Outro fator citado por Maciel é a redução do spread (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes), origem de boa parte do lucro dos bancos.

O spread para as famílias subiu 0,2 ponto percentual e ficou em 27,9 pontos percentuais. No caso das pessoas jurídicas, houve recuo de 0,4 ponto percentual para 15,3 pontos percentuais.

Os dados preliminares deste mês, até o dia 17 (12 dias úteis), indicam que a taxa de juros paras as famílias subiu 0,2 ponto percentual em relação ao fechamento de setembro. A alta do spread chega a 0,4 ponto percentual. Para as empresas, houve recuo na taxa de juros de 0,1 ponto percentual, com o spread estável. Maciel enfatizou que os dados que indicam alta para as famílias podem não corresponder ao resultado do fechamento do mês, uma vez que oscilam muito ao longo do período.

Edição: Juliana Andrade

Notícia colhida no sítio http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-10-26/greve-dos-bancarios-explica-alta-de-juros-para-pessoas-fisicas-em-setembro-diz-bc

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Política Monetária e Operações de Crédito do SFN

NOTA PARA A IMPRENSA – 26.10.2012

Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro

I – Evolução dos agregados monetários

A base monetária alcançou saldo médio diário de R$205,6 bilhões em setembro, com acréscimo de 4,3% no mês, resultante de avanços de 4,5% nas reservas bancárias e de 4,3% no papel-moeda emitido. Em doze meses, o agregado cresceu 11,5%, situando-se, assim como os demais agregados, dentro do intervalo estabelecido pela programação monetária para o terceiro trimestre de 2012.

Entre os fatores condicionantes da emissão monetária, a movimentação na conta única do Tesouro Nacional resultou em contração de R$1 bilhão. As operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez do mercado monetário, foram contracionistas em R$12,9 bilhões, após colocações líquidas de R$3,9 bilhões no mercado primário e vendas líquidas de R$9 bilhões no mercado secundário. Em contraponto, os depósitos de instituições financeiras provocaram expansão de R$13 bilhões, refletindo liberações de R$14 bilhões no recolhimento compulsório sobre recursos a prazo.

A média dos saldos diários dos meios de pagamento restritos (M1) atingiu R$274,5 bilhões em setembro, registrando elevações de 3,2% no mês e de 8,3% em doze meses. Nos mesmos períodos, o papel-moeda em poder do público cresceu 4,1% e 14,3%, e os depósitos à vista, 2,4% e 3,5%.

Os meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos para investimentos, depósitos de poupança e títulos privados cresceram 1% em setembro, totalizando R$1,7 trilhão. As cadernetas de poupança apresentaram captação líquida de R$6 bilhões, alcançando saldo de R$473,2 bilhões, com incremento mensal de 1,6%. O saldo de títulos privados subiu 0,2% no período, somando R$954,6 bilhões, tendo sido observados resgates líquidos de R$9,5 bilhões em depósitos a prazo.

O agregado monetário M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, cresceu 0,8% no mês, totalizando R$3,4 trilhões, refletindo a expansão de 0,7% no saldo dos fundos de renda fixa, que atingiu R$1,6 trilhão. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, aumentou 1,9% no mês e 18,8% em doze meses, atingindo R$4 trilhões.

II – Operações de crédito do sistema financeiro

O estoque total das operações de crédito do sistema financeiro, considerados os recursos livres e direcionados, atingiu R$2.237 bilhões em setembro, após elevações de 1,1% no mês e de 15,8% em doze meses. A greve dos bancários e o menor número de dias úteis, quatro a menos que em agosto, contribuíram para a redução das concessões de crédito em setembro, afetando, em particular, as contratações do segmento livre a pessoas físicas. Os empréstimos com recursos direcionados seguiram apresentando crescimento mais expressivo, mantendo-se os ritmos de expansão do financiamento habitacional e do crédito rural.

Nesse contexto, a relação crédito/PIB atingiu 51,5%, ante 51,2% em agosto último e 47,4% em setembro do ano anterior. A representatividade dos bancos públicos no total de crédito do sistema financeiro aumentou 0,4 p.p. no mês, ao alcançar 46,2%, enquanto as participações relativas das instituições privadas nacionais e estrangeiras registraram, respectivamente, decréscimo de 0,4 p.p. e estabilidade no mês, situando-se em 37,1% e 16,7%, nessa ordem.

O saldo dos empréstimos com recursos livres totalizou R$1.423 bilhões, após elevações de 0,8% no mês e de 13,9% em relação a setembro de 2011, passando a responder por 63,6% da carteira total do sistema financeiro. O volume referente a pessoas físicas somou R$703 bilhões, com estabilidade no mês e acréscimo de 12,8% em doze meses, ao passo que o saldo correspondente a pessoas jurídicas atingiu R$720 bilhões, após elevações de 1,6% e 15,1% nas mesmas bases comparativas.

O crédito direcionado alcançou R$814 bilhões em setembro, ao avançar 1,6% no mês e 19,3% em doze meses. A evolução mensal decorreu das expansões respectivas de 3% e de 2,5% nos segmentos rural e habitacional, cujos saldos totalizaram R$113 bilhões e R$238 bilhões, respectivamente. As operações do BNDES assinalaram crescimento de 0,8%, atingindo R$446 bilhões. Os desembolsos do BNDES somaram R$95 bilhões nos primeiros nove meses do ano, superando em 3% o valor correspondente a igual período de 2011. As concessões à indústria e ao segmento de comércio e serviços expandiram-se 18% e 26%, respectivamente, ao passo que as destinadas ao setor de infraestrutura diminuíram 18%. Por sua vez, as consultas relativas a potenciais operações apresentaram elevação de 45% na mesma base de comparação, sinalizando perspectiva positiva para o financiamento de novos projetos.

II.1 – Distribuição setorial do crédito

O crédito ao setor privado, computados recursos livres e direcionados, atingiu R$2.131 bilhões em setembro, registrando acréscimo de 1,2% no mês. O saldo relativo a créditos para a indústria, impulsionado por empréstimos aos ramos de mineração, automóveis, papel e celulose e agroindústria, totalizou R$445 bilhões, ao elevar-se 1,4% no mês. Os empréstimos ao comércio cresceram 1,9% no mês, saldo de R$218 bilhões, destacando-se as contratações relacionadas aos setores de automóveis, máquinas e aparelhos. O volume destinado ao segmento outros serviços, R$377 bilhões, registrou aumento mensal de 1,2%, com relevância para telecomunicações, atividades imobiliárias e transportes.

Os financiamentos habitacionais, que incluem recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), alcançaram saldo de R$256 bilhões, após elevações de 2,5% no mês e de 39% em doze meses, passando a representar 5,9% do PIB, ante 4,5% em setembro do ano anterior. O crédito rural com recursos livres e direcionados cresceu 2,7% no mês, ao atingir R$156 bilhões, refletindo a demanda por custeio e investimento agrícolas relativos à safra 2012/2013.

As operações de crédito ao setor público atingiram saldo de R$106 bilhões, expandindo-se 0,3% no mês e 42,7% em relação a setembro de 2011. A variação mensal refletiu o aumento de 0,2% nos financiamentos contratados pelo governo federal, saldo de R$62 bilhões, e a elevação de 0,3% na dívida bancária dos estados e municípios, cujas carteiras totalizaram R$44 bilhões.

II.2 – Operações com recursos livres – Crédito referencial para taxas de juros

As concessões de crédito a pessoas físicas foram afetadas pela greve dos bancários e pelo menor número de dias úteis em setembro, os quais afetaram especialmente as modalidades de crédito pessoal e aquisição de veículos, cujas concessões registraram retrações de 20,9% e 32,8%. Nos financiamentos de veículos, no entanto, o arrefecimento das contratações refletiu, principalmente, a elevada base observada em agosto, quando a expectativa de encerramento da medida governamental que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) impulsionou as vendas de veículos. Entre as modalidades para pessoas jurídicas, destacou-se o aumento de 1,5% no saldo das operações de capital de giro, que totalizou R$349 bilhões.

A taxa média de juros das modalidades que compõem o crédito referencial apresentou reduções de 0,2 p.p no mês e de 9,1 p.p. em doze meses, situando-se em 29,9%, novamente o menor nível registrado desde o início da série histórica, em junho de 2000. O declínio mensal foi determinado pelo decréscimo de 0,5 p.p. na taxa de juros média das operações com pessoas jurídicas, que também alcançou o patamar mínimo da série histórica, 22,6%. No segmento de pessoas físicas, a taxa média registrou elevação de 0,2 p.p. no mês, atingindo 35,8%.

A inadimplência do crédito referencial, consideradas as operações com atrasos superiores a noventa dias, manteve-se no patamar de 5,9% em setembro. O indicador recuou 0,1 p.p. nas operações com pessoas jurídicas, ao atingir 4%, permanecendo em 7,9% nos créditos a pessoas físicas. Os percentuais de atrasos de 15 a 90 dias aumentaram 0,1 p.p. nos empréstimos às famílias e às empresas, situando-se em 6,3% e 2,3%, nessa ordem.

Estatísticas complementares às divulgadas nesta nota podem ser obtidas na página do Banco Central, na internet:

* Economia e Finanças – Séries Temporais http://www.bcb.gov.br/?SERIESTEMP);

* Sistema Financeiro Nacional – Informações sobre operações bancárias – Taxas de operações de crédito – Dados Consolidados (mensal)
(http://www.bcb.gov.br/?TXCREDMES).

Notícia colhida no sítio http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM

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