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Após repressão e agressões nas ruas, Senado aprova PEC 55 em primeiro turno

Senadores desprezam milhares que protestaram contra a chamada PEC da morte e aprovam medida. No final da tarde, a polícia havia reprimido duramente a mobilização

Milhares de pessoas foram a Brasília ontem (29/11) tentar impedir o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos

 Milhares de pessoas foram a Brasília ontem (29/11) tentar impedir o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos

QUARTA-FEIRA, 30/11/2016

Nem mesmo a presença de milhares de pessoas ontem (29/11) nos arredores do Congresso Nacional, em Brasília, conseguiu barrar a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55, em primeiro turno, pelo Senado.

Conhecida como PEC da Morte ou do Fim do Mundo e aprovada na Câmara dos Deputados sob o nome de PEC 241, a matéria recebeu 61 votos favoráveis e 14 contra.

Os manifestantes foram reprimidos pela Tropa de Choque da Polícia Militar de Brasília, que utilizou cavalos, bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, helicópteros, transformando os arredores do Congresso Nacional em uma verdadeira praça de guerra, lembrando os tempos de ditadura militar ou, mais recentemente, a repressão do governo Beto Richa (PSDB) contra os servidores em greve no mês de abril de 2015, em Curitiba.

Longe do povo

O fechamento das portas do Senado para que ninguém assistisse a votação da PEC 55 nas galerias demonstra, sem sombra de dúvidas, que os senadores não estão preocupados com as inúmeras greves e protestos realizados nos últimos dias contra o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos.

“Hoje é um triste dia para o Brasil, para uma República que já se mostra velha, carcomida, policialesca”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT, em entrevista. “O Congresso é uma expressão da sociedade, e o governo deve entender que o direito de manifestação é algo que faz parte”. E arrematou: “Sou testemunha da violência contra a manifestação, em sua maioria estudantes. O impeachment, a renúncia, a saída do Temer é necessária. Estamos vivendo um estado de exceção”.

A votação da PEC em segundo turno deve ocorrer no próximo dia 12/12. Se aprovada, o Brasil verá uma triste repetição: amanhecerá no dia 13 de dezembro sob uma legislação antipovo, à semelhança do AI-5 aprovado na mesma data em 1968.

A mídia tradicional, que durante praticamente todo o dia ignorou o tema, quando retratou as mobilizações o fez classificando os movimentos sociais como “vândalos”. A mesma mídia segue escondendo da população o debate sobre os reais efeitos que a PEC teria sobre a vida das pessoas.

Fonte: CUT

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