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Assaltos a bancos crescem 25% e arrombamentos aumentam 65% no primeiro semestre

Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Curitiba – O total de assaltos a bancos ocorridos no país ao longo do primeiro semestre deste ano cresceu 25,2% em relação ao mesmo período de 2011. O número passou de 301 para 377 casos. Já os arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos passaram de 537 para 884 no mesmo período – um crescimento de 64,6%.

Os dados fazem parte da 3ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, divulgada hoje (20) em Curitiba. O levantamento foi elaborado pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), com apoio técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Somadas, ambas as modalidades de ataques a bancos chegaram a 1.261 ocorrências, uma alta de 50,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando houve 838 casos. Entre as fontes da pesquisa estão estatísticas de secretarias estaduais de Segurança Pública, notícias publicadas pela imprensa e levantamentos de sindicatos e federações de trabalhadores. No mês passado, a CNTV, a Contraf e o Dieese haviam divulgado 27 mortes em assaltos a bancos, de janeiro a junho de 2012.

Nas estatísticas de assaltos a bancos por estado, São Paulo lidera o ranking, com 99 casos no primeiro semestre, seguido por Bahia (37), Ceará (26), Pernambuco (18), Paraíba (17), Paraná (16) e Mato Grosso (16). Em termos percentuais, o maior crescimento ocorreu no Ceará, que passou de cinco casos no primeiro semestre de 2011 para 26 no mesmo período deste ano, uma alta de 420%.

O ranking de arrombamentos também é liderado por São Paulo, com 190 casos. Na sequência, aparecem Minas Gerais (151), Santa Catarina (121), Paraná (93), Bahia (54), Rio Grande do Sul (40) e Mato Grosso (32). O maior crescimento do número de casos ocorreu em Minas Gerais, com um salto de cinco para 151 ocorrências, uma variação de 2.920% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

As entidades acreditam que os dados reais podem ser ainda maiores, em razão da dificuldade de se obter esse tipo de informação em alguns estados. Casas lotéricas, unidades do Banco Postal dos Correios e correspondentes bancários não constam do levantamento.

“Esperamos que o anteprojeto de lei que trata do estatuto da segurança privada seja apresentado ainda este ano pelo Ministério da Justiça. A legislação atual está defasada”, disse Ademir Wiederkehr, diretor da Contraf, em entrevista à Agência Brasil. “Queremos mais segurança para proteger a vida das pessoas. Não queremos mais a morte de clientes e trabalhadores.”

Entre as reivindicações das entidades que representam vigilantes e bancários estão a obrigatoriedade de porta giratória com detector de metais antes das salas de autoatendimento; instalação de vidros blindados nas fachadas das agências; colocação de câmeras de monitoramento dentro e fora dos bancos; ampliação do número de vigilantes; uso de divisórias entre os caixas e biombos antes da fila de espera; e isenção de tarifa para transferências eletrônicas de recursos entre bancos diferentes.

As entidades sindicais também defendem maior controle e fiscalização por parte do Exército no transporte, armazenamento e comércio de explosivos. Em 2011, de acordo com números apresentados pela CNTV, houve pelo menos 44 ocorrências de roubos de cargas de explosivos no país – 15 delas em Minas Gerais, o que explicaria, em parte, o aumento significativo de casos de arrombamento registrados no estado. Em segundo lugar aparece o Paraná, com dez ocorrências de roubos de explosivos.

“Em cada uma dessas ocorrências são roubadas toneladas de dinamite”, disse o presidente da CNTV, José Boaventura Santos. “As mineradoras deveriam ser obrigadas a ter um plano de segurança para o transporte desse material, com a contratação de vigilância.”

Perguntado pela Agência Brasil se já fizeram algum contato com o Exército sobre o assunto, o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba, João Soares, disse que o órgão participou recentemente de uma audiência pública sobre o tema, realizada na Assembleia Legislativa do Paraná.

“O representante dos Exército nessa audiência informou que é praticamente impossível fiscalizar tudo. Eles fazem uma fiscalização por amostragem”, disse Soares. “Precisamos de uma fiscalização mais consistente, com medidas como rastreamento dos artefatos por chips ou códigos de barras. Há locais que vendem banana de dinamite por R$ 10.”

Os trabalhadores reclamam ainda do baixo orçamento destinado pelos bancos para gastos com segurança. No primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos aplicaram R$ 1,5 bilhão em segurança, o equivalente a 6% do lucro líquido de R$ 24,6 bilhões obtido no período.

Procurada pela Agência Brasil, a Federação Brasileira de Bancos divulgou nota em que informa que a segurança dos seus funcionários e clientes é preocupação central dos bancos. Conforme a nota, os investimentos em segurança feitos pelo setor passaram de R$ 3 bilhões, em 2002, para R$ 8,3 bilhões em 2011, o que significaria um aumento de 62,4% em termos reais.

De acordo com a federação patronal, os assaltos diminuíram 78% entre os anos de 2000 e 2011, passando de 1.903 para 422. Ainda segundo a Febraban, os bancos seguem a Lei Federal nº 7.102/1983 e sua regulamentação. “O aprimoramento da segurança bancária levou a uma adaptação e migração dos criminosos profissionais para assaltos fora das agências bancárias”, diz a nota da Febraban.

Edição: Fábio Massalli

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://agenciabrasil.ebc.com.br

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Ataques a bancos crescem 50,48% em um ano

Ocorrências passaram de 838 no primeiro semestre de 2011 para 1.261 de janeiro a junho deste ano

Por: Redação da Rede Brasil Atual – Publicado em 20/08/2012, 19:41 – Última atualização às 19:41

São Paulo – A 3ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e pela Contraf-CUT, divulgada hoje (20), em Curitiba, mostra que os ataques a bancos cresceram 50,48% no primeiro semestre deste ano com a marca de 1.261 ocorrências em todo o país: média diária de 6,92. Desses, 377 assaltos, implicando sequestro de bancários e vigilantes, consumados ou não, e 884 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. De janeiro a junho de 2011, foram registrados 838 casos, sendo 301 assaltos e 537 arrombamentos. No segundo semestre do ano passado houve 753 ataques: 331 assaltos e 422 arrombamentos. O estado de São Paulo lidera o ranking, com 289 ocorrências, seguido por Minas Gerais, com 165; Santa Catarina, com 126; Paraná, com 109, e Bahia, com 91.

De acordo com nota divulgada pela Contraf-CUT, o presidente da CNTV, José Boaventura Santos, afirmou que essa radiografia é resultado de um esforço conjunto das entidades sindicais dos vigilantes e bancários, com a finalidade de revelar dados concretos sobre a violência nos bancos, “que tanto assusta os trabalhadores e a população, e buscar soluções para proteger a vida das pessoas”. Para ele, são dados importantes para o debate com os bancos, as empresas de segurança e a sociedade, “bem como para a construção do projeto de lei de estatuto de segurança privada, que se encontra em andamento no Ministério da Justiça”.

Para o diretor da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, esses dados mostram a necessidade de medidas preventivas contra assaltos e sequestros, pois esses “deixaram um rastro de mortes, feridos e traumatizados”. Ele disse que o tema deve estar na mesa de negociação que ocorre amanhã, em São Paulo, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Investimentos

Estudo feito pelo Dieese com base nos balanços publicados do primeiro semestre mostrou que os cinco maiores bancos lucraram R$ 24,6 bilhões e aplicaram R$ 1,5 bilhão em despesas com segurança e vigilância, o que representa uma média de 6,05% na comparação entre os lucros e os gastos com segurança. Para Ademir, esse dado desmascara tecnicamente o truque da segurança. “Os bancos dizem que estão preocupados com a segurança, mas gastam muito pouco diante de seus lucros gigantescos.”

A Contraf-CUT afirma, em nota, que os números superam a estatística nacional da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que é restrita a assaltos, consumados ou não, que apurou 200 ataques ante os 377 da pesquisa dos bancários e vigilantes.

“A Febraban deveria refazer as contas, pois é uma diferença considerável. Pode ser que ainda existam agências e postos que não providenciam a emissão do Boletim de Ocorrência na polícia”, disse o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão. “Nós reivindicamos na Campanha Nacional dos Bancários que cópia do BO seja enviada para a Cipa, o sindicato local e a Contraf-CUT.”

Estudo

A nota da Contraf-CUT explica que o estudo contou com apoio técnico do Dieese, a partir de notícias da imprensa, estatísticas de secretarias de Segurança Pública (SSP) e os levantamentos de sindicatos e federações de vigilantes e bancários. O levantamento foi coordenado pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, com o apoio do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, da Federação dos Vigilantes do Paraná e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR). Para os dirigentes, o número de casos poderia ter sido ainda maior devido à dificuldade de levantar informações em alguns estados e pelo fato de que nem todas as ocorrências são divulgadas pela imprensa.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2012/08/ataques-a-bancos-crescem-50-48-em-um-ano

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