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Audiência Pública em Curitiba debate segurança nos bancos

EM CURITIBA, DIA NACIONAL DE LUTAS POR MAIS SEGURANÇA NOS BANCOS TEVE DEBATE COM A SOCIEDADE

Na manhã desta quarta-feira, 21 de março, uma Audiência Pública sobre segurança bancária foi realizada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba, para expor a rotina de insegurança dos bancários, vigilantes e clientes, o grande número de explosões de caixas eletrônicos, e o desinteresse dos bancos em investir em segurança.

A audiência foi promovida pela Coordenação de Direitos Humanos da Alep, coordenada pelo deputado estadual Tadeu Veneri, e teve a participação, além dos sindicatos e confederações de bancários e vigilantes, de representantes da Polícia Militar, do Exército e de entidades vinculadas aos postos de combustíveis e mercados, locais onde há instalação de caixas eletrônicos sem qualquer procedimento de segurança e mais vulneráveis às ações de ladrões.

Para Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, a onda de ataques a bancos, que chegam a números assustadores, é causada pela falta de investimento. “Os bancos precisam de equipamentos sofisticados, monitoramento das agências e caixas eletrônicos em tempo real, para que haja ao menos a sensação de segurança”, diz o dirigente.

O diretor da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, iniciou a audiência pública apresentando dados comparativos do setor sobre segurança, apontando sobre a defasagem da lei federal que exige nas agências apenas três itens de segurança, expôs como o movimento sindical que representa os trabalhadores negocia com os representantes dos bancos através de mesas temáticas, os itens de segurança bancária garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho e os dados da Pesquisa Nacional de Segurança Bancária.

O dirigente também apresentou o levantamento da Contraf que compara os lucros dos seis maiores bancos que atuam no país, que superaram R$ 50 bilhões em 2011, com o valor investido em segurança, apenas R$ 2,6 bilhões, valor equivalente a 5,2% do lucro.

Ataques a caixas eletrônicos – Na audiência pública, dois projetos de lei que tramitam na Assembleia sobre segurança bancária foram apresentados. O deputado Pedro Lupion apresentou o PL 57/2012, que obriga fabricantes ou importadores de material explosivo a adotarem mecanismos de identificação que permaneçam intactos após a detonação.

Somente na base do Sindicato (Curitiba e região), de janeiro a março de 2012, foram 28 explosões ou arrombamentos de caixas eletrônicos. E, de acordo com dados da Polícia Militar, em todo o Paraná foram 52 ataques.

A fiscalização do uso de explosivos no país é uma atribuição do Exército, responsável por outros 485 produtos como armas, carros blindados e outros materiais bélicos. O major Paulo Sezerino, presente na audiência, afirmou que em 2011 foram realizadas 700 vistorias em empresas que utilizam explosivos (no Paraná e em Santa Catarina), com 150 autuações, mas que a penalidade máxima é a cassação do alvará e multa de R$ 2.500.

Ele defende que a lei federal que especifica as punições seja revisada, já que, em média, cada pedreira da região metropolitana de Curitiba, utiliza 30 toneladas de explosivo por mês.

Já o deputado Leonardo Paranhos apresentou o Projeto de Lei 01/2012, que propõe da alteração da Lei nº 11.562/96, tornando obrigatória a presença ininterrupta de vigilância armada em locais onde haja caixa eletrônico ou auto-atendimento nas instituições financeiras.

Sobre a vigilância armada, o Subcomandante-Geral da Polícia Militar Coronel Cesar Alberto Souza disse não concordar com esse posicionamento. “Quanto menos armas tiver em circulação, menor será a violência do crime. Para a PM, quanto menos armas, mas fácil será o nosso trabalho”, explica.

O coronel expôs durante a audiência que na região central de Curitiba, onde moram 32 mil pessoas, uma força-tarefa das polícias civil, militar e guarda municipal monitora os 400 pontos vulneráveis, que seriam agências bancárias e caixas eletrônicos. Ele também opinou sobre o número elevado de assaltos a banco e aumento da criminalidade no início de ano, atribuindo esse aumento aos egressos do sistema penitenciário que são beneficiados por indultos e utilizariam o benefício para cometer crimes.

Soluções propostas – Os diversos representantes de entidades participantes concordaram que as leis existentes sobre segurança bancária estão defasadas e devem ser atualizadas. Outro ponto importante destacado é a necessidade de manutenção das portas giratórias como detectores de metais para aumentar a segurança nas instituições financeiras.

Uma outra proposta feita na audiência é que os pontos onde os bancos pretendem instalar agências ou caixas eletrônicos sejam previamente vistoriados por instituições de segurança pública, para saber se há segurança. A própria PM também defendeu o monitoramento em tempo real dos equipamentos pela entidade.

Saiba mais: Pesquisa revela 1.591 ataques a bancos em 2011
Por: Paula Padilha

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.bancariosdecuritiba.org.br

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