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Bancos não assinam a ultratividade e frustram bancários

Pré-acordo para manutenção de direitos da Convenção Coletiva não foi assinado. Ultratividade foi extinta com a Reforma Trabalhista e até o momento bancários só têm garantias até 31 de agosto.

“O cenário é de flexibilização e de retirada de direitos dos trabalhadores”, assim resume Junior Cesar Dias, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR), que é membro do Comando Nacional dos Bancários e participou da reunião de negociação com representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

“Lamentamos ter saído da reunião com os representantes dos bancos sem o Pré-Acordo assinado, que garantiria tranquilidade aos bancários de que após a data-base, em 1º de setembro, nossa Convenção se estenderia até nova assinatura de acordo. O que nos foi dito, é que se não chegarmos a um acordo até o fim do mês, nossa convenção vigente será prorrogada”, diz o dirigente.

A segunda rodada foi realizada em São Paulo, na quinta-feira, 12 de julho. E os trabalhadores saíram de lá com um calendário de negociações temáticas sobre saúde e condições de trabalho (19/07), emprego (25/07) e a promessa de apresentação de uma proposta global dia 01 de agosto, quando será debatida a remuneração. “Até o momento o que temos é um calendário de negociação, portanto os bancários e bancárias devem ficar atentos, acompanhar as negociações e continuar mobilizados!”

Na última quarta-feira, 11 de julho, o movimento sindical bancário organizou atos em diversas cidades do país no Dia Nacional de Luta em Defesa da CCT, para pressionar os banqueiros contra a retirada de direitos. Aqui no Paraná, foram realizadas atividades em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e em Umuarama.

De acordo com pesquisa realizada na base pelos dez sindicatos filiados à FETEC nas diversas regiões do Paraná (Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama), 38,8% dos bancários do estado querem que os sindicatos atuem prioritariamente com relação à remuneração e à PLR; 34,5% preferem prioridade na defesa do emprego; e 25,4% sinalizaram que a prioridade de atuação deve ser saúde e combate ao assédio moral.

Na base da FETEC, 20,5% dos 4.782 trabalhadores que responderam à pesquisa declararam que já foram vítimas de assédio moral. Esse índice é superado nos bancos privados, considerando que 32,45% dos bancários do Santander declararam que já foram vítimas de assédio moral; 28,28% no Itaú e 21,39% no Bradesco. Acesse aqui os dados completos da pesquisa.

Para Junior Cesar Dias, o comportamento dos representantes da Fenaban não mudou muito da primeira reunião de negociação para esta segunda, mas a crescente mobilização dos bancários tem fortalecido a unidade da categoria. “Nós participamos desse processo desde o início. A Campanha Nacional dos Bancários 2018 não começa agora, com as negociações. São diversas etapas, com plenárias regionais para debatermos as principais demandas da base nos locais de trabalho, a nossa Conferência Estadual, que reuniu os trabalhadores aqui em Curitiba, quando a gente pode debates as especificidades por banco, e, por fim, a solidificação da unidade com a Conferência Nacional, que definiu pauta única para todos os bancários do país”, relembra.

A minuta pautada pelos trabalhadores foi protocolada pelo Comando Nacional dos Bancários no dia 13 de junho. A primeira reunião com os banqueiros foi realizada no dia 28 de junho. A data-base da categoria bancária é 01 de setembro, delimitando o dia 31 de agosto como vigência da Convenção Coletiva de Trabalho, que é unificada, válida para os trabalhadores da categoria em todo o país há 26 anos, situação que pode ser modificada com a primeira campanha pós Reforma Trabalhista.

“As primeiras rodadas de negociação deste ano demonstraram que teremos uma Campanha Nacional extremamente difícil e que irá nos exigir muita paciência, habilidade e persistência na mesa de negociação. Isso já era previsto após a Reforma Trabalhista, que veio sob encomenda do empresariado. Mas estamos preparados para enfrentar tal conjuntura; nossa maior força estará na mobilização e na unidade da categoria, participando, apoiando e fortalecendo as lutas diárias”, resume Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região.

Não é benefício, é conquista da greve
Confira algumas das garantias conquistadas pelos trabalhadores nestes 26 anos de vigência da Convenção Coletiva:

1995 – Participação dos Lucros e Resultados
1997 – Complementação salarial para bancários afastados por doença ou acidente
2009 – Licença-maternidade de 180 dias
2009 – Extensão de direitos aos casais homoafetivos
2010 – Aditivo de combate ao assédio moral
2016 – Licença-paternidade de 20 dias

Acesse aqui a CCT dos bancários.

Confira o calendário da Campanha Nacional 2018:

13/06 – Entrega da minuta
28/06 – Primeira rodada
12/07 – Segunda rodada

Próximas negociações:

19/07 – Saúde e condições de trabalho
25/07 – Emprego
01/08 – Remuneração e apresentação de proposta global pela Fenaban

 

Saiba mais: Até 1º de agosto bancários devem ter proposta final

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Por Paula Zarth Padilha
FETEC-CUT-PR

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