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Bradesco prepara-se para a concorrência

Maior banco privado brasileiro – considerando-se as operações de seguros e previdência -, com ativos totais de R$ 290,5 bilhões, o Bradesco já se prepara para enfrentar o aumento da concorrência no setor financeiro caso se concretize a venda do ABN AMRO – que no Brasil controla o Banco Real – para o Santander, em consórcio com o Royal Bank of Scotland e o Fortis. Com a compra do BMC, aprovada em agosto pelo Banco Central, a instituição pretende chegar à liderança do segmento de crédito consignado no país até abril de 2008 e, embora não agora exista nenhuma negociação em curso, novas oportunidades de aquisições serão avaliadas se surgirem, disse ontem o presidente Márcio Cypriano.
“Teremos que nos aprimorar, melhorar o atendimento e criar novos produtos”, afirmou o executivo. De acordo com ele, apesar de constituir o segundo maior conglomerado financeiro privado em operação no Brasil, depois do Bradesco e à frente do Itaú, a eventual venda do ABN para o Santander não vai alterar a distribuição do mercado bancário entre as instituições públicas (50%), privadas nacionais (30%) e estrangeiras (20%) e, depois dela, não restarão muitas oportunidades para novos movimentos de consolidação no país. “O setor já está muito bem definido”.
Cypriano descartou a participação do Bradesco na disputa pelo BMG, que recebeu uma oferta do Itaú, porque com a compra do BMC já garantiu a entrada no mercado de crédito consignado. Desde que foi adquirida, em janeiro, a instituição ampliou o volume de produção de empréstimos de cerca de R$ 115 milhões para R$ 250 milhões por mês. “Isto só com o fornecimento de ‘funding’, porque até a aprovação da compra pelo Banco Central não tínhamos a gestão”, comentou. Segundo o executivo, a intenção é ultrapassar o líder BMG (que em junho apresentava uma carteira de R$ 3,5 bilhões) até abril do ano que vem (sem contar com as operações cedidas para outros bancos).
Depois de rever as projeções de crescimento da carteira de crédito total neste ano da faixa de 20% a 25% para 21% até 27%, após o encerramento do segundo trimestre, o Bradesco estima hoje uma alta mais próxima do topo da previsão, entre 25% e 26%, informou Cypriano. No primeiro semestre, o estoque de crédito, incluindo avais e fianças, avançou 22,9% sobre igual período de 2006, para R$ 130,8 bilhões. Em dezembro do ano passado a carteira alcançou R$ 116,2 bilhões, com alta de 24,1% no exercício. Para 2008, a estimativa inicial é de uma nova expansão, desta vez entre 21% e 25%.
Conforme Cypriano, as previsões para operações de crédito seguem o cenário para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2007, o banco reviu a projeção de crescimento da economia brasileira de 4,8% para 5,18% após a divulgação do PIB do primeiro semestre e, para o ano que vem, a estimativa é de uma alta de 4,6%.
De acordo com o executivo, os bancos brasileiros não foram afetados pela crise do mercado imobiliário americano porque não detinham os chamados títulos “subprime”, mas a oscilação dos índices da Bovespa ainda pode durar mais um pouco.
“Sofremos conseqüências devido à boa liquidez da Bovespa”, explicou. Como os investidores externos podem vender ações no Brasil para cobrir perdas no exterior, só com a publicação dos resultados do terceiro trimestre pelos grandes bancos internacionais será possível ter uma idéia do tamanho do prejuízo com os empréstimos “subprime” e da extensão das oscilações no mercado de capitais local, comentou.
O presidente do Bradesco disse ainda que não recebeu nenhum comunicado do governo federal propondo a revisão do contrato firmado com a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) até 2011 para a operação do Banco Postal. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, tem reclamado da remuneração paga à ECT pelos serviços de correspondente bancário, na faixa de R$ 15 milhões por mês, e ameaça romper o acordo para fazer uma nova licitação. Conforme Cypriano, o modelo permitiu elevar o número de unidades do Banco Postal de 36 para 5,7 mil desde 2001, mas há “limites” para os valores que podem ser repassados aos Correios em função das tarifas cobradas dos clientes.


NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO: www.valoreconomico.com.br

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