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Capacidade de organização será a chave para não perder direitos

Professor da Unicamp,José Dari Krein, aponta possibilidade de resistência em meio ao desmonte da CLT

Na segunda parte do debate “Reforma Trabalhista e o novo cenário para o movimento sindical”, o professor em economia da Unicamp, José Dari Krein, contextualizou o Movimento Sindical brasileiro traçando paralelos com o Norte-Americano e afirmou que a reforma trabalhista, aprovada há poucos meses, é uma americanização das relações de trabalho e que o governo a usou como tábua de salvação (para se manter no poder) entregando os direitos dos trabalhadores para o mercado.

O professor lembra que apesar da capacidade que os Estados Unidos da America têm de gerar riquezas, nunca construiu um estado de bem-estar social, e a população nunca teve assistência pública de saúde ou previdência social, por exemplo e explica que o modelo que o Brasil está seguindo está destruindo a regulação pública na forma como o capital usa o trabalho.
“A reforma trabalhista vem para legalizar práticas já existentes no mercado, até então consideradas ilegais e  que eram contestadas na Justiça do Trabalho, além de possibilitar um amplo cardápio para os empregadores gerirem as relações de trabalho conforme seu interesse, como dispensar sem segurança num momento de crise” alerta Krein
Uma das alterações que a reforma trouxe foi a descentralizando o processo de negociação e a fragilidade  da representação dos trabalhadores com o propósito de desmobilizar as negociações, reduzindo direitos para garantir um acumulo maior de riquezas para as empresas. Para ilustrar, dados mostram que  trabalhadores sem cobertura de convenção coletiva ganham menos e sofrem mais com o desemprego. Nos EUA apenas 4% dos trabalhadores são cobertos por Convenções Coletivas de Trabalho.
“Temos de reconhecer a capacidade estratégica dos sindicatos. Os trabalhadores que mais vão sofrer os impactos da reforma serão aqueles que não tiverem uma aprendizagem organizacional para enfrentar o poder. A luta de classes permanece e as diferenças no mercado de trabalho vão se acentuar bastante, por isso a organização é a chave para não perder direitos” concluiu o professor

Fonte: Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região

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