fetec@fetecpr.com.br | (41) 3322-9885 | (41) 3324-5636

Por 11:15 Sem categoria

“CASA GRANDE E SENZALA NÃO MAIS”: Por Ivaí Lopes Barroso

 

 

De certa forma a única ideologia brasileira foi à escravidão e o seu legado é uma série de preconceitos que se arrastam até hoje, e é fato que o racismo é o pior deles – e na forma que ele se manifesta, sua origem não está certamente na cor da pele, mas em todo contexto histórico dos negros: uma população oprimida que seguiu os veios da se alienando como força de trabalho de reserva logo após a abolição.

Quando se tenta explicar a escravidão pela analise econômica e suas consequências politicas e detectar nas mídias, profissionais bem-intencionados ou oportunistas (e nem sempre porta-vozes dos oprimidos) pode ser decepcionante. Veja que é mais atrativo usar os termos “casa grade e senzala” na mídia quando a situação está ruim no país do que o heroísmo de alguns escravos e da contribuição tecnológica e universal dos negros. No entanto o mito do discurso, o que mais se apressa é correlacionar o que de pior se dá na situação socioeconômica brasileira com o que aconteceu ou acontece com os negros desde escravismo, muitos não sabem que com isso reforçam ainda mais no imaginário das pessoas que a humanidade do negro se dá sempre no especifico e que todos os aspectos culturais pertencem somente à outra etnia que não a negra. Isso é superficial para explicar o debate politico (e não a luta social) que é antes da libertação pela Lei Aurea de 1888, que, no entanto não serve para melhorar as condições dos negros e afrodescendentes no Brasil, porém urgente na tentativa de salvar o país do Caos.

Temos é que entender que se não fosse os negros o país se quer existiria, sem perceber esse dado não se entende o país.

Viajar pela historia do Brasil desde o expansionismo econômico e marítimo de Portugal é o começo para desvendar as origens da escravidão e as consequências que sofremos ainda hoje, especialmente os descendentes de escravos. Buscar os fatos que determinam as relações e que influenciam organicamente na sociedade é de bom tom, o ridículo é ficar reforçando e relacionando termos que nos contextos acabam com a humanidade dos negros, estes devem se suprimidos da semântica midiática da nossa esquerda. De fato, o que se deve fazer é encarar de vez que são os brancos deste capitalistão barato de nosso país que traçam um futuro cruel para os mais pobres, negros e excluídos, deixar somente a pecha da maldade para eles, que são os verdadeiros culpados, é missão da esquerda e de mais ninguém.

Ivaí Lopes Barroso é Secretário de Combate ao Racismo da FETEC PR e funcionário do Banco do Brasil de Cornélio Procópio PR

Close