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Por 14:09 Sem categoria

Centrais sindicais unificam posição contra criminalização dos aumentos salariais

Centrais repudiam a tentativa de usar a inflação para deter aumentos reais de salário

As centrais CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CGTB e Nova Central, reunidas em São Paulo na última sexta-feira, dia 13, repudiam as tentativas em curso, por meio de declarações de autoridades públicas, consultorias financeiras e setores da mídia, de associar aumentos reais de salário a um possível descontrole da inflação.

Por trás dessa associação, existe uma campanha para deter o ímpeto reivindicatório das categorias que estão em campanha salarial no segundo semestre deste ano.

As centrais reafirmam que não se deixarão levar por essa linha de raciocínio, que não se sustenta diante da realidade.

Os salários no Brasil continuam em patamares inferiores aos ganhos de produtividade e de lucratividade de todos os setores econômicos. Os recentes ganhos no poder de compra dos assalariados não foram suficientes para transpor essas diferenças, o que descarta a tese de que novos aumentos, por se sobreporem à produtividade, podem pressionar a inflação, e devido a alguns alimentos apresentarem elevação mundial.

Não há também um cenário de inflação de demanda, uma vez que o consumo das famílias tem se mantido estável em relação ao crescimento da economia brasileira, tendo registrado inclusive queda no ano passado em relação a 2009.

Queremos também denunciar alguns reais fatores de pressão inflacionária que são sempre esquecidos pelas consultorias e análises econômicas conservadoras. Os setores oligopolizados que podem manejar ao bel prazer seus preços e margens de lucro; a existência de tarifas públicas indexadas; a estrutura tributária que incide majoritariamente sobre o consumo; a taxa básica de juros, que pressiona a formação dos preços e as tarifas dos setores privatizados como telecomunicações e energia, entre outros.

É preciso que todos os setores da sociedade se concentrem na busca de soluções para esses problemas, em lugar de recorrermos a mais uma tentativa de punir os assalariados e trabalhadores em geral.

Escrito por: CGTB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT

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Reunião da Executiva Nacional da CUT

Central reafirma: Salário não é o vilão da inflação

Reunida em São Paulo nesta terça-feira (17), a direção Executiva Nacional da CUT teve como contribuição ao debate de conjuntura um estudo sobre salários, apresentado pelo Dieese.

Na última semana, a velha mídia e alguns setores do mercado financeiro têm insistido em argumentar que o aumento dos salários é fator determinante para a inflação, o que tem reforçado a opinião da equipe econômica do governo.

A técnica da subseção Dieese-CUT Nacional, Patrícia Pelatieri, apresentou o estudo, com dados que revelam que o aumento da inflação tem outras origens. Segundo Patrícia, entre as principais causas estão os itens sazonais, entre eles, despesas tradicionais de início de ano, como materiais escolares e outros gastos com educação em instituições particulares, impostos, além do aumento dos combustíveis e do preço das commodities.

Citando como exemplo os combustíveis, a técnica diz que o próprio governo percebeu que o aumento estava impulsionando a inflação e por isso tomou medidas para um ajuste de preços.

Um dos principais índices de cálculo da inflação no Brasil, o IGPM, – Índice Geral de Preços do Mercado – utilizado pelo mercado no reajuste de preços e tarifas, segundo Patrícia, é um índice “esquizofrênico”, pois tem como base as vendas de atacado, varejo e construção civil.

O estudo apresenta resultados positivos de negociações salariais em 2010: 95,7% dos acordos feitos no ano passado chegaram a aumentos reais ou reposições salariais satisfatórias. Também em 2010, o crescimento da renda dos trabalhadores com carteira assinada foi de aproximadamente 2,6%, com recorde na geração de empregos formais.

Os dados também demonstram que houve aumento de consumo no ano passado. A projeção para 2011 é de um crescimento em potencial da economia, da ordem de 4,5%, com geração de emprego e estabilização das taxas de desemprego em relação ao ano anterior.

A conclusão é que se em 2010 não houve um aumento de inflação com o aumento de renda e consumo, o mito de que o salário será o responsável pelo crescimento das taxas este ano é absurdo.

Ela lembra que as reposições salariais, com ou sem ganho real, são baseadas em índices passados e não sobre projeções, ou seja, o que o trabalhador conquista como aumento de salário, na verdade tem como referência períodos anteriores.

Para Quintino Severo, secretário-geral nacional da CUT, a especulação é o verdadeiro vilão. “É a especulação de mercado que provoca a inflação e quem paga a conta é o trabalhador. O salário é vítima da inflação. A CUT não aceita qualquer tentativa de impor aos trabalhadores a responsabilidade pelo aumento da inflação”.

Quintino finalizou com um informe de que as centrais estão unificadas no repúdio ao uso da inflação para deter os reajustes de salários.

Escrito por: Paula Brandão e André Accarini

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