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Conferência Estadual define as prioridades dos trabalhadores bancários paranaenses

As definições seguiram o conjunto de reivindicações de 2008 e apresentaram novidades.

Aumento real de 5 porcento e Participação nos Lucros e Resultados de 3 salários mais 3500 reais fixos estão entre os destaques.

Campanha Salarial 2009: Presidente da CUT-PR fala da situação sócio-política durante a Conferência Estadual

Roni Anderson Barbosa, presidente da CUT/PR, mesmo participando da Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (I PlenaFUP), evento realizado no Assentamento Contestado, na Lapa-PR, esteve junto aos trabalhadores bancários, no último sábado, para falar sobre a situação sócio-política do Brasil. Mesmo a PlenaFUP sendo um evento de suma importância para Roni, que é da base dos trabalhadores na Petrobrás, ele reconhece a importância da Conferência Estadual dos Bancários e fez questão de estar presente.

Em um discurso inflamado, e que foi bastante aplaudido ao seu final, o Presidente da CUT-PR abordou várias questões que são de suma importância para a Campanha Salarial de 2009.

Como era de se esperar, a temática da crise passou por toda a fala de Roni. Segundo ele, o início da crise tem haver com as práticas neoliberais do final da década passada e início desta. Notadamente com o governo Bush, nos Estados Unidos, e FHC, no Brasil.

Ainda que tenha reconhecido problemas a serem sanados no atual governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, é notória a proteção do mercado interno em relação à crise. “Fernando Henrique ia à TV dizer que o governo nada tinha a fazer com os problemas econômicos. Agora é diferente”, diz Roni em relação aos programas do governo atual.

Crise e mídia

O presidente da CUT-PR defende que existe uma má vontade da grande mídia em reconhecer que os impactos da crise no Brasil não foram tão significativos assim. O que não quer dizer, claro, que não existiram impactos. Calcula-se, por exemplo, que 700 mil postos de trabalho deixaram de ser criados por conta da desaceleração econômica.

Mas é fato notório que as políticas dos últimos anos serviram para deixar o Brasil menos dependente do capital estrangeiro e, consequentemente, mais protegido da crise. Mas a grande mídia insiste em realçar os piores aspectos e nunca contrapor com os outros países que, por conta de suas políticas neoliberais, foram infinitamente mais afetados pela crise. Para Roni, “O mundo real não tinha a crise pregada no mundo virtual. Isso tem haver com a torcida da mídia e da direita brasileira contra o PT”.

Obstáculos

O Presidente da CUT-PR chama atenção ainda para o fortalecimento das corporações nesse momento de crise. As recentes fusões dos bancos são um grande exemplo disso. A concentração financeira é um problema muito grande economicamente, mas é muito perigoso para os trabalhadores, que estão sofrendo alterações em seus benefícios.

Outro problema foram os subsídios que o governo deu, sem exigir plano de gastos e nem contrapartidas. O resultado foi a compra de títulos da dívida pública por conta dos bancos, o que estava longe de ser o aumento do crédito esperado pelo governo. Já na segunda negociação do IPI, o governo exigiu a garantia do emprego, apesar de não estar sendo respeitado por muitos setores.

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Saúde e Condições de Trabalho

Nos últimos anos, os bancos alteraram o perfil estratégico em relação aos seus trabalhadores. De atendentes passaram a vendedores. Com as vendas, as metas. Com as metas, o assédio moral, a LER/DORT e problemas psicológicos.

Grande parte da luta sindical, nesse sentido, é fazer com que os banqueiros reconheçam que suas práticas abusivas contribuem para o desenvolvimento e aceleração de problemas relacionados à saúde. E, claro, mais do que o reconhecimento, que assumam a responsabilidade por seus atos.

Nesse sentido, o mais importante é fazer com que o os bancos entendam o que é realmente importante para o bancário. Não é uma questão de móveis adaptados para a postura do trabalhador. Ou, pelo menos, não apenas essa questão. Mas envolve toda uma filosofia de respeito à vida e à saúde do trabalhador.

Conferência Estadual

Neil Emídio Júnior, delegado de Paranavaí e Região e trabalhador no banco Itaú Unibanco, propôs uma alteração para as consultas médicas de rotina. O médico deverá ser uma indicação em comum acordo entre o sindicato e o banco. Além disso, as consultas deverão ser feitas fora do expediente. A proposta de Neil se dá pelo receio de que os médicos possam ser assediados pelos banqueiros.

Por este mesmo motivo é que Pablo Ruiz Dias propôs que o sindicato deve se aproximar das faculdades de medicina. O Delegado de Curitiba e Região, que também é trabalhador no Banco do Brasil, fala da possibilidade de os médicos serem demitidos, caso emitam parecer em favor do trabalhador.

Na mesma oportunidade, Pablo também propôs o afastamento automático para acusados de assédio moral e que o benefício do plano de saúde deve ser estendido para os aposentados.

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O Desafio da Previdência Complementar

O neoliberalismo imposto pelo governo FHC impôs o sucateamento dos programas de aposentadoria. Por conta disso é que o movimento sindical busca garantir esses direitos para os trabalhadores. Para que, ao final de suas vidas, não tenham que procurar outros empregos para garantir o mínimo de dignidade familiar.

Um quadro mais alarmante ainda é o acúmulo de salários indiretos, que não são incluídos na contribuição previdenciária. Além disso, é criado um mecanismo em que as empresas criam um plano de benefícios nefasto: ela deduz no cálculo do imposto de renda as contribuições dela, mas não permite que aquilo que a empresa depositou seja resgatado em caso de demissão.

Conferência Estadual

O companheiro José Altair, delegado da FETEC-CUT-PR e trabalhador no banco Itaú Unibanco, apresentou três alterações para o documento de reivindicação dos trabalhadores bancários.

A primeira proposta era a criação de um plano de benefício específico para suprir a perda do auxílio alimentação na aposentadoria. Afinal, o bancário recebe este benefício toda a sua vida e, quando se aposenta, o perde, aumentando em muito seus gastos.

A outra preocupação foi a perda de poder aquisitivo por conta da participação nos lucros e resultados não estar incluída no salário. A proposição é a criação de outro plano de benefícios para corrigir esta distorção do sistema de pagamentos de renda ao trabalhador.

Por fim, foi proposto que as alterações de regulamentos no sistema previdenciário complementar, ao afetarem os benefícios e as contribuições, deveriam envolver um plebiscito entre os trabalhadores dos bancos. Esta medida evitaria que as decisões fossem unilaterais, favorecendo, apenas, os banqueiros. Um caso de mau exemplo neste sentido é o que está acontecendo com a imposição do banco Santander ssobre os participantes do Holandaprevi.

Por Luiz Gustavo Vilela – Jornalista (com diploma)
FETEC-CUT-PR

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Trabalhadores bancários do Paraná reivindicam 5% por cento de ganho real nos reajustes salariais e de diversos benefícios

Os trabalhadores bancários do Paraná, reunidos no último sábado, dia 04 de julho, na Associação Banestado em Praia de Leste, confirmaram a consulta realizada na base de Curitiba e região e irão encaminhar para a Conferência Nacional a reivindicação de 5% de ganho real mais a reposição de inflação.

O índice vai ao encontro da maioria (35,44%) dos bancários de Curitiba e região consultados que apontaram a expectativa de um reajuste entre 8,01 e 10%. O índice só valerá nacionalmente após ser referendado pelos delegados que estarão presentes na Conferência Nacional.

No caso da Participação nos Lucros e Resultados a decisão foi por seguir o que foi reivindicado em 2008, ou seja, os trabalhadores bancários propõem o pagamento de 3 salários mais 3500 reais a título de PLR.

A 11º Conferência Nacional, acontece em São Paulo, entre 17 e 19 de julho. Um total de cerca de 700 trabalhadores bancários de todo o país participaão dos debates que definirão a minuta de reivindicações da Campanha Salarial Nacional 2009.

FETEC-CUT-PR.

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