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Contraf entrega carta a ministro contra demissões no ABN Real

24/04/2007
(São Paulo) Os presidentes da Contraf-CUT, Vagner Freitas, e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, entregaram ao ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, carta sobre as fusões entre os bancos Barclays e ABN Amro, que anunciaram que realizarão 23.600 demissões no mundo. O documento foi entregue nesta terça-feira, dia 24, durante o seminário internacional “Organização Sindical e Relações de Trabalho – A luta dos trabalhadores na Itália e no Brasil”, realizado em São Paulo.

O texto solicita “apoio do governo brasileiro, no sentido de abrir negociações com as direções dos bancos envolvidos, bem como, na construção de um acordo de trabalho que garanta ou estabeleça mecanismos de proteção ao emprego no banco Real ABN AMRO”. Após receber a carta, o ministro se comprometeu a ajudar a construir um acordo junto ao banco que preserve os direitos dos trabalhadores.

A fusão criou o “quinto maior banco do mundo, com 217 mil trabalhadores”. Destes, mais de 31 mil estão no Brasil, no ABN Real. Segundo a carta, a preocupação dos trabalhadores é sobre o futuro do banco e de seus empregos. “Como no Estados Unidos, em que o ABN vendeu o banco La Salle para o Bank of América (BOFA), no Brasil existe ainda a possibilidade do banco Real (com 31.000 funcionários) ser adquirido pelo banco Santander (22.000 funcionários), Itaú (41.000 funcionários) ou HSBC (28.000 funcionários)”, destacam os sindicalistas.

Nesse sentido, a carta lembra que entidades de representação dos trabalhadores fizeram dois pedidos de negociação para discutir formas de garantir a manutenção dos empregos, mas foram totalmente ignorados pela direção do ABN Real. “Não é possível admitir a recusa dos bancos em receber os representantes dos trabalhadores para debater políticas que evitem demissões…”.

Os trabalhadores lembram ainda que, com seu silêncio, “o banco está transgredindo os itens 2a, 2b e 6 da parte IV (Emprego e relações industriais) das diretrizes da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) para empresas multinacionais, documento do qual nosso país é signatário”.

“O banco até o momento não demonstra disposição para negociações, que são fundamentais para nós trabalhadores”, afirma Marcelo Gonçalves, coordenador da COE ABN Real na Contraf-CUT. “O presidente do Real, Fábio Barbosa, vem fazendo um discurso de banqueiro progressista, que respeita o meio ambiente e é socialmente responsável. No entanto, não demonstrou interesse em negociar mecanismos de proteção ou garantias para os empregos de mais de 30 mil bancários”, sustenta.

Fonte: Contraf-CUT, com informações do Seeb SP

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