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Por 09:57 Sem categoria

Criticado por prejudicar a economia, Moro é recebido com protesto na Petrobras

Juiz federal esteve na sede da empresa no Rio de Janeiro para uma palestra. “Não podemos aceitar que o combate à corrupção seja seletivo, que acabe com o Estado brasileiro”, disse coordenador da FUP
Sergio Moro_Privatização

“Esse ato é pra mostrar que esse juiz tem lado”, afirmou Jessy Dayane, vice-presidente da UNE

São Paulo – Centenas de estudantes e militantes do Levante Popular da Juventude realizaram na manhã desta sexta-feira (8) um escracho contra a presença do juiz federal Sérgio Moro, em um evento realizado pela diretoria da Petrobras, na sede da empresa, no Rio de Janeiro. Com cartazes, faixas, paródias, jograis e performances, os jovens denunciaram os impactos da Lava Jato na economia do país e criticaram os métodos e a parcialidade de Moro na condução da operação.

Além do Levante, participaram do protesto a Federação Única dos Petroleiros (FUP), seus sindicatos, e movimentos sociais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

“Não me engana mais, sabemos que Sérgio Moro quer vender a Petrobras”, entoavam os jovens, com tambores e percussão, chamando a atenção da população que passava em frente à sede da Petrobras. Nem a chuva fina que caiu durante todo o ato diminuiu a energia dos militantes. Uma das paródias mais animadas foi a que usou o refrão da música Sua Cara, um dos hits da cantora Anitta, com Pabllo Vittar:

“Juventude em luta pela educação/ garantindo o futuro da nação/ só com o pré-sal vai ter evolução/ prepara, se prepara, a Petrobras não pode ser privatizada”.

Jessy Dayane, vice-presidente da UNE e integrante da Coordenação Nacional do Levante, explicou a importância do escracho contra a presença de Sergio Moro na sede da principal empresa brasileira, que está sendo vítima do maior ataque e desmonte de sua história, desde que teve início a Operação Lava Jato, em março de 2014.

“Estamos aqui para denunciar a atuação do juiz Sérgio Moro na condução da Lava Jato. Esse ato é pra mostrar que esse juiz tem lado, ele serve a interesses políticos do capital estrangeiro, um juiz que tem como objetivo entregar a nossa nação, entregar as riquezas do país, entregar a nossa Petrobras. Queremos combater a corrupção, mas não aceitamos que vendam a nação”, afirmou.

Ela lembrou que os métodos do juiz responsável pelos julgamentos da Lava Jato foram questionados recentemente pelo ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran, durante depoimento à CPI da JBS, em 30 de novembro. Duran acusou o melhor amigo e padrinho de casamento de Moro, o também advogado Carlos Zucolotto, de ter carta branca para negociar com os presos da Lava Jato reduções de penas, multas e outros benefícios, em troca de propinas e de delações direcionadas. Tacla Duran apresentou à CPI cópias periciadas de mensagens de celular trocadas com Zucolotto, onde ele pedia um terço dos honorários “por fora” para garantir os “acordos” paralelos. O advogado, além de padrinho de Moro, é sócio da esposa dele, em um escritório de advocacia em Curitiba.

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, ressaltou a importância da participação dos jovens nas lutas em defesa da soberania e contra o desmonte do Estado brasileiro. “Vocês têm sido fundamentais nessa aliança que construímos com os movimentos sociais para defender a Petrobras e o pré-sal de entreguistas, como o juiz Sérgio Moro”, declarou o petroleiro.

“A vinda de Moro aqui hoje é uma afronta para todos nós. É preciso acabar com essa farsa de que tudo isso que está acontecendo no nosso país, o desemprego, a quebra da indústria nacional, dos estaleiros, a privatização da Petrobras, tem como pano de fundo o combate à corrupção. O Moro está acabando com a nossa empresa, de caso pensado”, acrescentou Zé Maria, afirmando que nenhum cidadão de bem é a favor da corrupção, “mas não podemos aceitar que o combate à corrupção seja seletivo, que acabe com o Estado brasileiro.”

“O Moro tinha que devolver à Petrobras e ao país os milhões de empregos que foram retirados do povo brasileiro”, cobrou o coordenador da FUP, afirmando que a máscara do juiz da Lava Jato está caindo. “A sociedade brasileira está enxergando a cada dia que passa, o quanto essa farsa está prejudicando o país. Não podemos e não vamos continuar assistindo o desmonte da nossa nação de braços cruzados”, avisou. Fonte: Rede Brasil Atual

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