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Por 13:37 Sem categoria

Dados sobre desemprego, negociações abaixo da inflação e reforma da previdência são apontados pelo Dieese

Consulta Nacional 2016 aponta prioridades da categoria
Na manhã deste sábado, 30 de julho, durante a 18ª Conferência Nacional dos Bancários, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou os resultados da Consulta Nacional 2016, realizada com bancários de todo o país, visando buscar maior participação da categoria na construção da pauta de reivindicações. Os bancários apontaram como prioridades para Campanha Nacional 2016 o emprego, saúde e condições de trabalho e segurança bancária. Também se posicionaram sobre temas nacionais: 76% reprovam a Reforma da Previdência e 85% não querem redução de direitos.

Bancários repudiam retirada de direitos e querem garantia de emprego e aumento real.

Consulta Nacional 2016 aponta prioridades da categoria
(Foto: Caetano Ribas/Contraf-CUT).

Segundo a técnica da subseção do Dieese da Contraf-CUT, Vivian Rodrigues, foram respondidos 44.626 questionários. Um total de 32 entidades, sendo seis Federações entregaram as consultas. De acordo com o perfil das pessoas que responderam a consulta, 66% são sindicalizados; 48% mulheres e 51% homens; e 64% dos entrevistados tem entre 21 e 40 anos.Em relação à remuneração direta, 47% dos trabalhadores apontaram que o aumento real dever ser a principal reivindicação. Quanto à remuneração indireta, 41% defenderam cesta-alimentação maior. Sobre emprego, os bancários querem mais contratações, igualdade de oportunidade e o fim das terceirizações. As metas abusivas e ao assédio moral foram apontados como dos principais problemas relacionados à saúde dos trabalhadores. Sobre segurança, reivindicam adicional de risco de 30% nas agências, postos e tesouraria, além de monitoramento por câmeras em tempo real.

Veja aqui a apresentação dos resultados da pesquisa.

Conjuntura
O Dieese também repassou aos delegados da 18ª Conferência Nacional dos Bancários informações e indicadores de conjuntura. “São dados muito preocupantes, porque estamos vivendo um processo de recessão acentuada, com impactos nefastos sobre o emprego e a renda de trabalhadores”, avalia a economista do Dieese Regina Camargo. Segundo ela, este cenário pode se agravar por contar das medidas restritivas que o governo interino está adotando. Ao invés de resolver, poderá aprofundar a recessão em curso.

A economista apresentou números sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que revelam uma queda de -3,80% em 2015 e a projeção de -3,35% em 2016. Para o próximo ano há uma perspectiva de ligeiro crescimento, algo em torno de 1%.

Conforme Regina, o cenário recessivo impactou na oferta de empregos e também nos reajustes salariais dos trabalhadores. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), referentes ao período de janeiro de 2014 a março de 2016, apontam que a taxa de desemprego passou de 11%, o que implica em quase 13 milhões de pessoas que deixaram os postos de trabalho.

O balanço das negociações salariais de 2015 também não foi positivo. Segundo a economista do Dieese, os ganhos reais que as categorias obtiveram no ano passado foram inexpressivos. No primeiro trimestre de 2016, quase a metade não conseguiu sequer repor a inflação. Ema também alertou os bancários sobre as ameaças do governo interino. Uma delas é a PEC 241/2016, que limita o aumento das despesas primárias da União à inflação do ano anterior e privilegia o pagamento da dívida pública.

Os trabalhadores também devem estar mobilizados para combater a Reforma da Previdência, que prevê entre outras alterações, a idade mínima, equiparação entre homens e mulheres e a desindexação do salário mínimo; o projeto da terceirização, PLS 30/2015, que está com pedido de urgência para votação no Senado; e o PLP 257, que prevê o refinanciamento das dívidas dos Estados e alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo trazer impactos negativos para o funcionalismo público federal, estadual e municipal.

Veja aqui a apresentação sobre conjuntura.

Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

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