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Dirigente sindical bancário é assassinado na Colômbia

Leonidas Gómez Rozo estava desaparecido desde o dia 5 de março

São Paulo – A União Nacional de Empregados Bancários (Uneb) da Colômbia denunciou o assassinato de Leonidas Gómez Rozo, dirigente da organização sindical.
Leonidas era trabalhador do Citybank, fazia parte do Comitê Nacional de Empresa da entidade na Uneb, era integrante da Equipe Nacional de Educação da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Colômbia), membro da direção distrital do Pólo Democrático Alternativo e candidato à direção da CUT em Bogotá e Cundinamarca, nas eleições que se realizarão no próximo dia 30 de maio.

De acordo com a direção da Uneb, o sindicalista estava desaparecido desde a última quarta-feira, dia 5. No sábado, o fato foi comunicado às autoridades e, à tarde, Leonidas foi encontrado pela família e companheiros, brutalmente assassinado no interior de seu apartamento.

Este assassinato se soma ao atentado de que foi vítima na sexta-feira, dia 7, o dirigente Rafael Boada, presidente regional da Uneb Bucaramanga, que conseguiu sair ileso. Dois elementos que se deslocavam em uma moto de alta cilindrada dispararam contra seu veículo, atingindo os vidros do carro. Boada já havia recebido inúmeras ameaças de morte.

“O movimento sindical colombiano, especialmente a CUT e suas organizações filiadas, segue sendo vítima do extermínio de seus dirigentes e filiados; razão pela qual, reivindicamos uma investigação exaustiva, que garanta o esclarecimento das causas, tanto do assassinato como do atentado, para que não continuem impunes”, denuncia a Uneb. A entidade foi declarada “objetivo militar” pelo grupo paramilitar Águias Negras, que continua cometendo todo tipo de crimes.

Leônidas – O dirigente sindical colombiano Leonidas participou da 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada nos dias 22 e 23 de novembro, em São Paulo. O encontro contou com a participação de cerca de duzentos trabalhadores de alguns dos maiores bancos dos países da América Latina e Espanha. À época Leônidas concedeu entrevista ao Sindicato onde já denunciava a violência contra os dirigentes sindicais em seu país. “Já passam de 2.500 mortes de dirigentes, inclusive indígenas. Uma perseguição promovida pelas forças militares que não aceitam nossa organização”, diz.

O Sindicato lamenta a morte do dirigente bancário e repudia a absurda violência contra os trabalhadores na luta por seus direitos.

Por Jair Rosa com informações da CUT – 10/03/2008.

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Sindicalistas perseguidos e mortos na Colômbia e também na Guatemala

Série sobre a América Latina mostra que governos e multinacionais fazem ataques constantes à livre organização dos trabalhadores

São Paulo – A situação dos bancários da Colômbia e da Guatemala é a terceira reportagem da série produzida com trabalhadores reunidos na 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada nos dias 22 e 23 de novembro, em São Paulo. O encontro contou com a participação de cerca de duzentos trabalhadores de alguns dos maiores bancos dos países da América Latina e Espanha.

A Colômbia e a Guatemala vivem situações extremas. A perseguição a líderes sindicais da cidade e do campo chega a tal ponto que muitos perdem a vida, vítimas de atentados ou execuções sumárias.

“Já passam de 2.500 mortes de dirigentes, inclusive indígenas. Uma perseguição promovida pelas forças militares que não aceitam nossa organização”, diz o secretário de política financeira da Union Nacional de Empleados Bancários da Colômbia, Leonidas Gómez Rozo.

A sede do sindicato tem grades de proteção e os dirigentes, muitas vezes, saem às ruas com seguranças. “Muitos companheiros foram obrigados a se exilar para escapar da repressão”, relata Leonidas, cuja entidade representa cerca de 50 mil trabalhadores do ramo financeiro – bancários, financiários, operadores de crédito, entre outros.

Não bastasse a repressão, os trabalhadores também encaram várias ofensivas de bancos multinacionais contra seus direitos. Em novembro, os bancários deflagraram onze dias de greve no HSBC que não queria mais seguir a convenção coletiva. O movimento teve apoio de entidades internacionais como a Uni América Finanças. “A ação foi vitoriosa, pois conseguimos manter a convenção”, relata o sindicalista.
A também dirigente da Union Nacional, Janet Bonilla, destaca a retaliação promovida por outra multinacional, o Citibank. O banco onde ela e Leonidas trabalham tentou dificultar seu mandato sindical cortando o auxílio-refeição e outras conquistas.

“Recuperei tudo na Justiça. A perseguição é imensa contra os trabalhadores. Mesmo assim, os bancários nos vêm com respeito, colaboram nas lutas e sempre participam das reuniões”, acrescenta.

Mais violência – A Guatemala reúne cerca de dez mil funcionários do ramo financeiro que lutam diariamente para manter sua organização.

Segundo o presidente da Federacion de Empleados de el Setor Bancários e Servicios, Reynaldo Gonzalez, o governo é o responsável direto pela retaliação. Apenas neste ano foram mortos cinco líderes sindicais – representantes dos portuários, da economia informal, das bananeiras, do transporte e da construção civil. “Sofri cinco atentados e minha irmã chegou a ser raptada, passando por torturas morais”, relata o guatemalteco, afirmando que vive numa espécie de semiclandestinidade, pois não mora com seus familiares, não tem residência fixa.

Questionado se tudo isso não o desanima, rebate: “Apenas nos fortalece. Não podemos desistir enquanto um sistema tão perverso não for derrotado em meu país.” Reynaldo reconhece que seu sindicato só resiste graças ao apoio internacional que recebe. “A solidariedade tem sido a nossa principal arma para enfrentar a situação”.

Por Jair Rosa – 30/11/2007.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.spbancarios.com.br.

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