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Economia Solidária será o tema do último dia do Circo da Democracia

Economia Solidária será o tema dos debates desta segunda (15), último dia do Circo da Democracia. As apresentações começam às 14h, na tenda principal instalada na Praça Santos Andrade, em Curitiba. O Circo da Democracia teve início no dia 05 de agosto, aliando cultura e participação política na luta a favor da democracia no Brasil. Na programação, além das mesas de debate, aconteceram reuniões das entidades e aulas públicas. Juventude, justiça, arte, gênero, trabalho, saúde, educação, terra foram alguns dos temas que fizeram parte ao longo da programação.

Economia solidária é definida como o “conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de autogestão.” Compreende uma variedade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. Trata-se de uma forma de organização da produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano e não do capital, caracterizada pela igualdade.

A diretora de Políticas Sociais da Federação dos Empregados em Empresas de Crédito do Paraná – FETEC-CUT-PR, considera fundamental o debate sobre economia solidária. Ela faz um alerta para o momento crítico de ataque à democracia atingindo também esse segmento com o desmonte da Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES. “Corremos o risco de milhares de trabalhadores desse setor ficarem totalmente desassistidos de direitos como convênios feitos por meio do Ministério do Trabalho, Mistério do Desenvolvimento Agrário, microcréditos produtivos de bancos públicos, já que eles são trabalhadores organizados em autogestão, associativos e cooperativismos”, explicou Fátima.

A economia solidária que foi uma das políticas públicas que se tornou visível e avançou a partir do governo popular, em 2003, com Lula e teve continuidade com Dilma. Até então, era uma prática invisível no Brasil. “Apesar de ainda permanecer a estrutura de SENAES, houve um desmantelamento no qual a equipe foi exonerada juntamente com o Paul Singer, ícone da economia solidária. Já há um movimento de resistência para que não haja um retrocesso e extermínio dessas políticas públicas que foram conquistadas nos últimos anos. Era o momento de avançarmos e não de ter que lutar para sobreviver”, disse Fátima.

A FETEC-CUT-PR é uma das entidades de apoio dentro do movimento de economia solidária, fazendo parte da Comissão de Cadastro Estadual da Economia Solidária criada no âmbito do MTE. A Federação atua com bastante efetividade na construção dessa política, participando inclusive da construção da Lei Municipal da Economia Solidária em Curitiba (Lei Municipal 14.786/2016).

Programação:

14h00min – Tema: “Integração Campo/Cidade”
Convidados:
• João Pedro Stédile (Direção Nacional do MST)
• Salete Bagolin Bez (Conselheira do CEFURIA)

15h30min – Tema: “Soberania Alimentar”
Convidados:
• Paulo Brizola (Cooperativa Terra Livre – Assentamento Contestado / Lapa/PR)
• Islandia Bezerra (Professora do curso de nutrição da UFPR e membra do Fórum Estadual de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – FESAN)

16h30min – Tema: “Economia Popular Solidária”
Convidada:
• Lourença Santiago (Incubadora de Economia Solidária – Trilhas-PUC/PR)

O que é Economia Solidária?

A Economia Solidária pode ser definida em três dimensões:

Economicamente, é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação, o que chamamos de autogestão: ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os/as integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.

Culturalmente, é também um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária, que não afetem o meio-ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas. Neste aspecto, também simbólico e de valores, estamos falando de mudar o paradigma da competição para o da cooperação de da inteligência coletiva, livre e partilhada.

Politicamente, é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes empresas nem nos latifúndios com seus proprietários e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construída pela população a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperação, da preservação ambiental e dos direitos humanos.

A economia solidária é praticada por milhões de trabalhadoras e trabalhadores de todos os extratos, incluindo a população mais excluída e vulnerável, organizados de forma coletiva gerindo seu próprio trabalho, lutando pela sua emancipação em milhares de empreendimentos econômicos solidários e garantindo, assim, a reprodução ampliada da vida nos setores populares.

São iniciativas de projetos produtivos coletivos, cooperativas populares, cooperativas de coleta e reciclagem de materiais recicláveis, redes de produção, comercialização e consumo, instituições financeiras voltadas para empreendimentos populares solidários, empresas autogestionárias, cooperativas de agricultura familiar e agroecologia, cooperativas de prestação de serviços, entre outras, que dinamizam as economias locais, garantem trabalho digno e renda às famílias envolvidas, além de promover a preservação ambiental.

Além disso, a economia solidária se expressa em organização e conscientização sobre o consumo responsável, fortalecendo relações entre campo e cidade, entre produtores e consumidores, e permitindo uma ação mais crítica e pró-ativa dos consumidores sobre qualidade de vida, de alimentação e interesse sobre os rumos do desenvolvimento relacionados à atividade econômica.

Autor: Cinthia Alves

Fonte: FETEC-CUT-PR com informações do Fórum Brasileiro de Economia Solidária.

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