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Editorial Brasil de Fato | O fantasma da Miséria e fome voltam ao campo brasileiro

Os dados mostram que a pobreza tem maior incidência nos domicílios do interior do país do que nas cidades de grande porte, o que está alinhado com a realidade global, onde 80% da pobreza se concentram em áreas rurais.

 

Cerca de 52 milhões de brasileiros vivem na linha de pobreza, sendo que o maior índice de pobreza está localizado no nordeste do país. / PH Reinaux

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através de uma pesquisa divulgada em dezembro de 2017, aponta para um crescimento da pobreza no Brasil, e constata que cerca de 52 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 por mês, e que o maior índice de pobreza está localizado na região nordeste do país, onde 43,5% da população está nessa situação.

Os dados mostram que a pobreza tem maior incidência nos domicílios do interior do país do que nas cidades de grande porte, o que está alinhado com a realidade global, onde 80% da pobreza se concentram em áreas rurais.

É possível observar um aumento significativo da pobreza nas áreas rurais, fruto da piora nas condições de vida: saúde sucateada, dificuldade de acesso a serviços básico, infraestrutura zerada, cortes significativos nos beneficiários do bolsa família, fim da assistência técnica, redução drásticas nesses últimos anos de programas como PAA, Cisternas, Luz para todos, PRONAF, entre outros.

É possível constatar que o crescimento da pobreza e extrema pobreza no campo está diretamente ligada com o desmantelamento dos programas e os cortes que o governo federal está fazendo nas políticas da agricultura familiar. Devido aos cortes no orçamento de 2018 esse quadro de pobreza deve se acentuar.

O quadro de cortes é o seguinte, comparando 2018 com 2017: INCRA (corte de 79.2%); Assistência técnica e Extensão Rural para Reforma Agrária (corte de 76.9%); Promoção da Educação do Campo (corte de 78.4%); Reconhecimento e Indenização de Territórios Quilombolas, (corte de 52.3%); Apoio à promoção da cidadania de mulheres rurais, (corte de 56.5%); Apoio ao Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Quilombolas Povos Indígenas (Extinto);  PAA – Programa de Aquisição de Alimentos (corte de 45.8%);  CISTERNAS/MDS (corte de 92%).

Com isso percebemos claramente como avança o projeto do governo golpista, de acabar com a Reforma Agrária e com a produção de alimento saudável no país. O governo materializa isso, com a lei 13.465/17 que serve para a privatização dos lotes da Reforma Agrária e a venda livre de terras para estrangeiros, lembramos que em 2017 o governo depois de décadas não assentou nenhuma família no Brasil. O programa de habitação rural não vai receber nenhum centavo em 2018, onde a demanda passa de mais de 60 mil casas por ano.

Está mais do que comprovado de que este golpe foi contra a classe trabalhadora, contra os povos do campo: assentados da Reforma Agrária, a agricultura familiar, ribeirinhos, indígenas e quilombolas.

O único caminho é se organizar e lutar.

Edição: Monyse Ravenna

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