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Encontro Nacional define pauta específica dos funcionários do Santander

Crédito: Contraf-CUT

Contraf-CUTBancários apontam prioridades para negociações com o banco espanhol

Emprego, saúde e condições de trabalho e remuneração. Essas foram as três grandes prioridades apontadas pelos mais de 130 participantes do Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, promovido pela Contraf-CUT e encerrado no final da tarde desta quarta-feira (5), no San Raphael Hotel, em São Paulo. Os bancários aprovaram uma pauta específica de reivindicações, que também inclui demandas de previdência complementar e saúde suplementar, a ser entregue para a direção do banco espanhol.

“Queremos retomar o processo de negociações com o banco, buscando discutir seriamente as propostas dos trabalhadores, que visam garantir respeito, dignidade e valorização profissional”, afirma o funcionário do Santander e o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Além disso, vamos intensificar as mobilizações para que as negociações avancem, pois estamos cansados das enrolações do banco e das práticas antissindicais”, completa.

“O Encontro Nacional reforçou a importância da unidade e da mobilização para ampliar as conquistas dos trabalhadores do banco”, avaliou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.

Emprego

Os funcionários se manifestaram contra as demissões, a política de rotatividade, a terceirização, os correspondentes bancários e a discriminação nas contratações. “A principal reivindicação é a contratação de funcionários para melhorar as condições de trabalho e garantir qualidade de atendimento aos clientes”, destaca Ademir. “Queremos geração de empregos e igualdade de oportunidades”.

Saúde e condições de trabalho

Os trabalhadores apontaram a pressão das metas, o assédio moral, o estresse e o adoecimento como graves problemas, piorados pela carência de pessoal e sobrecarga de trabalho na rede de agências do banco. “Queremos mudança na gestão do banco, a fim de eliminar essa forma de organização do trabalho que adoece, bem como o cumprimento da jornada de seis horas para todos”, salienta o diretor da Contraf-CUT.

Remuneração

Os dirigentes sindicais chamaram a atenção para as diferenças salariais na mesma função, a ausência de um plano de cargos e salários (PCS) e a falta de transparência nos programas próprios de remuneração variável. “Enquanto os funcionários são desvalorizados, os 46 diretores do Santander recebem salários e bônus milionários, mostrando que há concentração e não distribuição de renda no banco, o que é inaceitável”, criticou com indignação o dirigente sindical.

Previdência complementar

Os bancários enfatizaram a falta democracia e transparência no SantanderPrevi, a redução das contribuições do Santander na migração dos participantes do ex-Holandaprevi até 31 de maio de 2009, o não aporte do serviço passado pelo banco no plano II do Banesprev e a ausência de contribuições da patrocinadora em planos do Sanprev. “Renovamos a proposta de unificação da gestão de todos planos numa única entidade de previdência complementar, o Banesprev, que possui o melhor modelo de governança”, destaca Ademir.

Saúde suplementar

Foi destacada a necessidade de manutenção do plano de saúde na aposentadoria com as mesmas condições de cobertura que o bancário gozava quando da vigência do contrato de trabalho, mediante pagamento de mensalidade correspondente ao valor que era descontado de seu holerite (contracheque). “Queremos também que haja transparência com a disponibilização dos contratos e coberturas dos planos de saúde para os trabalhadores e o envio de extrato mensal discriminando as despesas realizadas para cada bancário”, ressalta o dirigente da Contraf-CUT.

Outras propostas aprovadas

Uma série de outras propostas foi aprovada no Encontro Nacional, como a de cobrar do banco a retirada imediata das ações judiciais movidas contra entidades sindicais e a Afubesp após protestos contra demissões, falta de funcionários e desrespeito com os aposentados. “Queremos o fim das práticas antissindicais, o respeito ao direito de liberdade de expressão e de organização sindical”, defende Ademir.

Também foi definida a orientação aos sindicatos para não homologar rescisões feitas por prepostos terceirizados pelo Santander. Trata-se de uma função administrativa e uma atividade-fim da empresa e, por isso, deve ser realizada por um funcionário designado pelo banco, como vinha sendo efetuado anteriormente. Várias entidades já suspenderam as homologações por terceirizados.

Combate à terceirização

O secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, alertou os funcionários do Santander para a importância de barrar o projeto de lei nº 4330/2004, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que escancara a terceirização e tramita rapidamente no Congresso Nacional. Esse projeto, agravado pelo substitutivo do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), quase entrou ontem (4) na pauta da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara.

“A CUT e as demais centrais sindicais estão preparando propostas para apresentar na mesa permanente de negociação com o governo, que ocorrerá no próximo dia 11, bem como estão intensificando a mobilização sobre os parlamentares para evitar a aprovação desse projeto que, se aprovado, vai rasgar a CLT e liberar a precarização do emprego no país”, disse Miguel.

O dirigente da Contraf-CUT fez também uma apresentação sobre a organização e o papel das Comissões de Organização dos Empregados (COEs), explicando o seu funcionamento em bancos públicos e privados e anunciando que o tema será pautado em breve para debate nas federações.

Democratização da mídia

O coordenador da Rede Brasil Atual e presidente licenciado da Afubesp, Paulo Salvador, fez uma exposição sobre a luta pela democratização da comunicação no Brasil. Ele destacou também a importância da mídia alternativa e apresentou a experiência bem sucedida da Rede Brasil Atual, que possui site, rádio e revista com 360 mil exemplares.

Fonte: Contraf-CUT

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Encontro Nacional reforça unidade e mobilização contra ataques do Santander

Evento discute problemas dos trabalhadores do banco espanhol

A importância da unidade de ação na luta em defesa dos direitos dos bancários e contra as práticas antissindicais do banco espanhol foram enfatizadas na manhã desta terça-feira (4), durante a mesa de abertura do Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, promovido pela Contraf-CUT, no San Raphael Hotel, em São Paulo. O evento conta com mais de 130 participantes e continua nesta quarta (5) durante todo o dia.

O secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, que representou a entidade diante da viagem do presidente Carlos Cordeiro para a Costa Rica, salientou a necessidade de fortalecer a organização dos bancários para intensificar as lutas específicas. Ele lembrou a realização dos recentes encontros nacionais dos dirigentes sindicais do Bradesco, Itaú e HSBC, bem como dos congressos dos trabalhadores de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

“Precisamos reforçar a luta por emprego, remuneração, saúde e condições de trabalho, previdência complementar e plano de saúde, que são hoje os grandes temas que preocupam os funcionários do Santander, bem como pressionar o banco pelo fim das ações judiciais movidas pelo banco contra entidades sindicais”, apontou Ademir.

“A unidade nacional é fundamental para aumentar a mobilização em todo país, a fim de acabar com a enrolação do Santander nas negociações e resolver os problemas dos funcionários e aposentados do banco com conquistas e avanços concretos”, conclamou.

Minuto de silêncio

O diretor da Contraf-CUT pediu e todos fizeram um minuto de silêncio em memória do colega Antônio Ricardo Terra Fabrício, de 49 anos, que era gerente geral da agência Santa Rosa, no interior do Rio Grande do Sul. Ele morreu na madrugada do último dia 14 de maio, após ter sofrido um infarto do miocárdio em sua residência. Tinha 28 anos de banco.

Conforme o Sindicato dos Bancários de Santa Rosa, ele estava muito estressado, diante da pressão que sofria no trabalho por conta das cobranças que recebia para atingimento das metas do banco. “Esperamos que o banco trate com respeito e dignidade os que têm sido os principais responsáveis pelos lucros bilionários que vem obtendo no Brasil”, frisou Ademir.

Responsabilidade social

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, criticou o corte de custos na folha de pagamento, cobrou responsabilidade social dos bancos e propôs distribuição de renda. “Os bancos brasileiros estão sólidos, mas eles têm que reduzir a margem de lucro por que a sociedade também tem que ganhar”, ressaltou.

Juvandia destacou a importância da organização dos funcionários do Banespa, adquirido pelo Santander, e da unidade nacional dos bancários, que tem sido fundamental para conquistar aumento real.

O presidente da Fetec-CUT/SP, Luiz Cesar de Freitas, o Alemão, alertou para a necessidade de discutir o projeto de lei (PL) 4330, do deputado Sandro Mabel, que tramita na Câmara Federal e escancara a terceirização. Segundo ele, “há possibilidade de retrocesso, se não atuarmos com seriedade, determinação e unidade para evitar a aprovação desse projeto, que precariza ainda mais as condições de trabalho não somente da categoria bancária, mas de toda classe trabalhadora”.

O presidente da Afubesp, Camilo Fernandes, reforçou também a unidade de ação para a defesa dos direitos dos bancários. A mesa de abertura foi presidida pela coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani, que enfatizou a importância do Encontro Nacional para a luta dos trabalhadores.

Apresentações, palestras e debates

A economista do Dieese na Subseção da Contraf-CUT, Vivian Rodrigues, fez uma apresentação sobre o balanço do primeiro trimestre deste ano do Santander, destacando o lucro de R$ 1,5 bilhão, a rentabilidade de 12%, o crescimento das provisões para devedores duvidosos (PDD), a elevação das receitas de tarifas e o corte de 508 empregos, dentre outros dados.

Ela também mostrou o enxugamento do quadro de funcionários, agravado pelas demissões em massa em dezembro de 2012, e revelou o aumento de 38% na previsão para a remuneração milionária dos altos executivos em 2013.

O professor Moisés Marques fez uma análise da conjuntura nacional e internacional, alertando para o processo de inclusão financeira sem inclusão bancária. Ele fez algumas projeções para o futuro dos bancos e da categoria, sobretudo diante do uso do celular nas transações bancárias.

Moisés chamou a atenção para a migração da agência para o banco digital como canal de relacionamento com o cliente, apontando que o movimento sindical precisa também discutir novas formas de mobilização para enfrentar essa realidade.

A médica Maria Maeno tratou dos problemas de saúde e condições de trabalho. Ela apontou para a gestão do medo, das ameaças de demissões, de desmoralização profissional ou de isolamento e discriminação, criticando a autoaceleração e a submissão dos indivíduos às metas e à intensificação do trabalho.

Ela reclamou da sobrecarga, da desvalorização do trabalhador e da gestão adoecedora, dizendo que “a vida e a saúde têm sido muito sacrificadas pelos bancos”. Maeno defendeu qualidade de vida e alertou que é preciso discutir o modelo pericial e a reabilitação profissional.

O gerente geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Francisco Teles, abordou a lei nº 9656/98 e as recentes normas regulamentadores que tratam dos planos de saúde. As mudanças afetaram a assistência à saúde de ex-empregados demitidos e aposentados. “Só quem se beneficiou foram os contratantes de planos de saúde”, apontou.

A presidente da Anapar, Cláudia Ricaldone, mostrou como anda a previdência complementar, apontando os principais desafios dos participantes de fundos de pensão. Ele pediu que todos se filiem à entidade, através do site, lembrando que a anuidade custa apenas R$ 30.

O secretário-geral da Afubesp, Walter Oliveira, enfatizou que hoje existem 24 planos de previdência no Santander. “O maior é o SantanderPrevi, com 44 mil participantes, mas é virtual, diante da falta de eleições democráticas”. Ele analisou os problemas do Banesprev, como o não aporte pelo banco do serviço passado no Plano II.

A diretora do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Eleonora Costa, apresentou a realidade do Bandeprev, cujos participantes são oriundos do Bandepe, adquirido pelo ABN Real e depois vendido ao Santander. O fundo de pensão possui paridade nos conselhos fiscal e deliberativo, além de um diretor eleito. Nova eleição ocorre no próximo dia 4 de julho.

Reivindicações específicas

O Encontro Nacional será retomado na manhã desta quarta, às 9h, com uma apresentação sobre o papel das COEs pelo secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira. Depois, haverá exposição das resoluções dos encontros estaduais ou regionais preparatórios sobre emprego, remuneração, saúde e condições de trabalho, previdência complementar e plano de saúde.

Em seguida, os dirigentes sindicais se reunirão em grupos temáticos para aprofundar as propostas e, à tarde, será realizada uma plenária para deliberações com a aprovação da pauta específica de reivindicações dos funcionários do Santander para negociação com o banco.

Fonte: Contraf-CUT

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