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Fenaban ironiza categoria bancária e apresenta proposta sem aumento real

Assembleias no dia 28 de setembro em todos os sindicatos cutistas; confiram os locais

Após quatro rodadas de negociação, com oito dias inteiros dedicados pelo Comando Nacional dos Bancários ao debate com a Fenaban sobre as reivindicações da categoria, o órgão patronal demorou pouco mais de meia hora para apresentar uma proposta de reajuste de 4,29%, que corresponde somente ao índice de inflação do período da data-base da categoria (INPC de setembro de 2009 a agosto de 2010), sem qualquer proposta de aumento real. “Nós valorizamos a negociação, aprofundamos os debates, respeitamos o calendário e comparecemos a todas as rodadas de negociação. E a Fenaban apresentou uma proposta pífia em 35 minutos”, critica o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão, um dos representantes do Paraná no Comando Nacional.

De acordo com Elias Jordão, além da ironia da Fenaban ao alegar que a reivindicação de 11% de reajuste é “exageradamente alta”, os representantes dos bancos não apresentaram respostas aos demais itens, como saúde e condições de trabalho. “Eles reconheceram o problema durante as negociações, mas não apresentaram uma solução”. O dirigente também destaca o descaso com a questão do emprego. “Eles querem ter a liberdade de continuar a rotatividade do setor, demitindo funcionários com salários mais altos e contratando com salário inferior”, denuncia Elias, que critica a postura da Fenaban: “Exageradamente altas são as metas que os bancos impõem aos seus funcionários”.

Mobilização para a greve

Diante da intransigência apresentada pelos representantes dos bancos, que além de não contemplar de forma satisfatória a remuneração dos trabalhadores bancários, também se recusaram a avançar nas questões sobre emprego, saúde e condições de trabalho, o Comando Nacional orientou os sindicatos a respeitar o calendário de negociações e a convocar todos os trabalhadores a participar de assembleias, em todo o país, no dia 28 de setembro, para apreciar o indicativo de greve a partir do dia 29. “Todos os bancários estão convocados a comparecer, para que tenhamos uma assembléia condizente com a força da categoria. Se é greve que os banqueiros querem, eles terão a maior greve que já fizemos!”, enfatiza Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, membro do Comando Nacional.

A FETEC já orientou as regionais do PACTU (que compreende os sindicatos de Campo Mourão, Guarapuava, Paranavaí, Toledo, Umuarama, Assis Chateaubriand e respectivas regiões) e do Vida Bancária (Apucarana, Arapoti, Cornélio Procópio, Londrina e respectivas regiões) para que até o dia 27 essas informações sejam divulgadas aos trabalhadores, para que eles sejam orientados a participar das mobilizações, e que não há outro caminho que não seja a greve. “Não podemos concordar com uma postura desta, que vem de um setor que tem a obrigação de reverter para a sociedade parte de seus ganhos, seja através de mais empregos, da redução das taxas de juros ou até mesmo da melhoria da remuneração daqueles que dão duro para cumprir metas absurdas”, avalia Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina e região.

A repercussão entre os sindicatos filiados à FETEC-CUT-PR reflete nitidamente a indignação da categoria bancária em todo o país. “Essa proposta é um insulto! Vamos chamar a categoria para a greve”, salienta Luís Marcelo Legnani, presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e região. A opinião do secretário geral do Sindicato dos Bancários de Umuarama, Assis Chateaubriand e região, Edilson José Gabriel, não destoa: “A postura da Fenaban é profundamente desrespeitosa. Os bancários aguardavam ansiosamente uma proposta. E não é só o índice, é o descaso com a saúde. O principal motivador para a greve é a falta de proposta de melhorias na saúde”, enfatiza Edilson. Para Neil Emídio Junior, presidente do Sindicato dos Bancários de Paranavaí e região, a indignação dos trabalhadores irá pautar a greve: “O bancário está indignado com a forma que o banqueiro está tratando a negociação e já alimenta a expectativa da greve. Os bancos ganharam mais de 21 bilhões de reais em lucros só no primeiro semestre de 2010 e não querem pagar nada”, protesta.

O presidente da FETEC, Elias Jordão, acredita que a sociedade, a população em geral, e setores empresariais e produtivos também apresentam desconforto quanto aos lucros dos bancos. “Nós estamos expondo os altos lucros dos bancos e a contrapartida que eles apresentam para a sociedade. O salário dos trabalhadores, por exemplo, eles conseguem pagar utilizando somente as tarifas cobradas”, argumenta. No primeiro semestre de 2010, os seis maiores bancos que atuam no país (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Santander e HSBC) lucraram R$ 21,7 bilhões. Esse valor é 32% maior que o lucro do mesmo período de 2009.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Toledo e região, João Carlos Padilha, os banqueiros novamente mostram que só pensam no lucro, não dando valor para quem realmente constrói. “É um absurdo fazer uma proposta desta, novamente querem dar as migalhas para o trabalhador”, protesta. O dirigente lembra que outras categorias obtiveram índices muito bons de reajuste, caso dos petroleiros (9,6%), metalúrgicos (SP – 10,8%; PR – 10%). “Os bancos, com toda ganância exploram e sufocam seus trabalhadores com metas abusivas. Na hora de dar o que é de direito faz uma proposta ridícula. Somente com greve por tempo indeterminado poderemos arrancar um índice que merecemos”, enfatiza.

O Comando Nacional encaminhará documento à Fenaban, reafirmando a pauta de reivindicações da categoria e dando prazo até segunda-feira 27 de setembro para apresentação de nova proposta que possa ser apreciada nas assembleias do dia 28.

Confira os horários e os locais das assembleias no Paraná, no dia 28 de setembro (terça-feira):

– Apucarana: 19 horas, na sede do Sindicato (Rua Osório Ribas de Paula, 342, 3º andar).

– Arapoti: 19 horas, na sede do Sindicato (Rua dos Expedicionários, 183).

– Campo Mourão: 19 horas, na sede do Sindicato (Av Goioere, 1459).

– Cornélio Procópio: 19 horas, na sede do Sindicato (Rua XV de Novembro, 315, sobreloja).

– Curitiba: 18h30 horas, no Espaço Cultural e Esportivo (Rua Piquiri,380).

– Guarapuava: 18h00, no auditório do Colégio Nossa Senhora de Belém (Rua Sen Pinheiro Machado, 2163).

– Londrina: 19 horas, no auditório do Hotel Sumatra (Rua Sen Souza Naves, 803).

– Paranavaí: 18h30, na sede do Sindicato (Rua Mal Candido Rondon, 1445).

– Toledo: 19 horas, na sede do Sindicato (Rua Sete de Setembro, 749).

– Umuarama e Assis Chateaubriand: 19h00, no Hotel Caiuá (Av Castelo Branco, 3745, em Umuarama).

Reivindicações dos trabalhadores bancários

● 11% de reajuste salarial.

● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.

● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.

● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.

● Previdência complementar em todos os bancos.

● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.

● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização dos correspondentes bancários.

● Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.

● Planos de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos.

Por Paula Padilha, jornalista.

FETEC-CUT-PR.

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Comando avisa Fenaban que prazo para fazer nova proposta vai até segunda

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, encaminhou nesta quinta-feira, dia 23, um documento ao presidente da Fenaban, Fábio Barbosa, comunicando que a proposta apresentada de reajuste de 4,29% não atende a reivindicação de aumento real de salários contida na minuta entregue no dia 10 de agosto.

A representação dos bancários avisou os bancos que o Comando Nacional está orientando os sindicatos a realizarem assembléias rejeitando essa proposta e apontando greve por tempo indeterminado a partir da zero hora da próxima quarta-feira, dia 29.

No documento, o Comando Nacional reafirmou que, mantendo a cultura de apostar no processo negocial, aguarda manifestação da Fenaban com uma nova proposta até segunda-feira, dia 27, para que possa ser submetida à apreciação das assembleias dos sindicatos que ocorrerão na terça-feira, dia 28, em todo país.

O envio da carta para a Fenaban foi definido pelo Comando Nacional, após a apresentação da proposta dos bancos que, apesar dos lucros crescentes, não possui aumento real, valorização dos pisos e PLR maior, muito menos traz avanços sociais, como a melhoria das condições de trabalho, o fim das metas abusivas, o combate ao assédio moral, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades e segurança contra assaltos e seqüestros.

Leia a íntegra da carta:

São Paulo, 23 de setembro de 2010.

À
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS BANCOS – FENABAN
PRESIDÊNCIA
SR. FÁBIO COLLETTI BARBOSA
NESTA

O sistema financeiro brasileiro vem apresentado sucessivos resultados positivos em seus lucros com a manutenção de rentabilidade em patamares superiores a 25% ao ano e crescimento dos lucros na faixa de 32% ao ano, reflexo de um circulo virtuoso vivido pelo nosso País nos últimos anos e do incansável esforço de seus trabalhadores.

Todavia, a proposta apresentada pela Comissão de Negociação dessa Federação de Bancos no último dia 22 de setembro não considera essa realidade, na medida em que não atende nossa reivindicação de aumento real de salários e rejeita o reajuste salarial contido na minuta entregue em 10 de agosto do corrente ano.

Diante do acima exposto, o Comando Nacional está orientando os Sindicatos dos Bancários a realizarem assembléias rejeitando a proposta e apontando greve por tempo indeterminado a partir da zero hora do dia 29 de setembro.

Nada obstante, mantendo nossa cultura de apostar no processo negocial, aguardamos manifestação dessa Federação com uma nova proposta até o dia 27 de setembro para que possamos submetê-la às assembléias que se realizarão no dia 28 de setembro. Em caso de não manifestação dessa Federação, manteremos a orientação de greve descrita acima.

Para que possamos continuar buscando um acordo que atenda a expectativa dos trabalhadores do sistema financeiro, é necessário que essa Federação de Bancos transija de sua proposta e para tanto aguardamos sua manifestação.

Atenciosamente

Carlos Alberto Cordeiro da Silva e Juvandia Moreira Leite
Coordenadores do Comando Nacional dos Bancários

Fonte: Contraf-CUT.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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