Bancos se recusam a estratificar casos de conflitos e diminuir tempo de apuração das denúncias.
O Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT se reuniu com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na tarde de quinta-feira, 20 de julho, para tratar da plena implementação da clausula 58, que cria políticas de aprimoramento e fortalecimento de combate ao assédio moral no ambiente de trabalho. O movimento sindical cobrou ações dos representantes dos bancos, que informaram não ter ainda como estratificar os casos e diminuir tempo de apuração das denúncias.
A cada semestre a Contraf-CUT e a Fenaban fazem uma avaliação do instrumento e os dados são apresentados e debatidos. Nas reuniões anteriores, os bancários reivindicaram a redução do prazo de apuração dos atuais 45 dias para 30 dias; a estratificação dos casos que transitaram pelo instrumento; e a criação de critérios de apuração a serem utilizados pelos bancos para determinar se uma denúncia é procedente ou improcedente.
“Só conseguiremos trabalhar na prevenção de conflitos se conhecermos as causas. Temos de insistir nesse item. Incluir a cláusula na convenção foi o primeiro passo, agora temos de implementá-la efetivamente”, explicou Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.
Respostas
A Fenaban apresentou dados estatísticos de 2011 a 2017, que comprovam um número crescente de denúncias procedentes no período, porém, informou que ainda não há possibilidade para a redução do tempo de apuração das mesmas. A Federação também informou que fará um levantamento das ações e que apresentará na próxima reunião, marcada para o dia 21 de setembro.
Para Ademir Vidolin, secretário de Saúde da Fetec-CUT-PR, as denúncias de assédio moral que chagam ao Sindicato ainda trazem problemas recorrentes e a falta de respeito com os trabalhadores é frequente. São gerentes que batem na mesa e falam alto: “quem manda aqui sou eu e quem não estiver satisfeito que peça a conta”; gestores que chamam a atenção de funcionários na frente de cliente e de forma desrespeitosa; além de perseguição, desqualificação e isolamento de funcionários, entre outras. “Tudo isso demonstra que se faz urgente uma mudança de comportamento dos gestores, para que possamos dar um passo significativo rumo a um ambiente de trabalho saudável”, explica Vidolin.