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FETEC-CUT-PR completa 19 anos de fundação

Federação paranaense dos trabalhadores cutistas no ramo financeiro completa 19 anos de existência; cenário é de lutas e conquistas !

No dia 19 de janeiro, a Fetec-CUT/PR (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná) comemorou 19 anos de atuação em defesa dos direitos dos trabalhadores bancários de todo o Estado. A entidade sindical foi fundada em Londrina, em 19 de janeiro de 1992, e foi criada para defender interesses coletivos e individuais dos trabalhadores que são representados pelos sindicatos filiados. “Durante estes 19 anos, a Fetec, junto com seus sindicatos, esteve à frente de todas as lutas históricas e imediatas dos bancários no Paraná, participando ativamente do movimento nacional coordenado por nossa Confederação”, comemora Elias Hennemann Jordão, presidente da entidade.

Atualmente com sede em Curitiba, a Federação conta com 10 sindicatos de trabalhadores bancários filiados: Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama/Assis Chateaubriand e respectivas regiões, representando 24 mil bancários, cerca de 80% da categoria no Paraná, que é formada por 30 mil bancários. O número de trabalhadores do ramo financeiro no Paraná é de 48 mil, sendo 4,3 mil trabalhadores em cooperativas.

Lutas históricas – Em 1992, foi assinada a primeira Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários válida para todo o país, categoria pioneira na unificação. Foram criadas comissões de empregados por bancos, para a negociação com políticas de recursos humanos diferenciadas. As conquistas da negociação incluíram a instituição de um plano de medidas para segurança bancária e de uma comissão paritária de política global sobre AIDS.

O Brasil viveu momentos de intensa mobilização popular pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Melo. O movimento foi vitorioso, pois mesmo com a renúncia de Collor, o Congresso Nacional cassou seus direitos políticos pelo período de oito anos. Os governos Collor, Itamar e FHC não aceitavam discutir uma negociação unificada. Nesses anos, os salários foram reduzidos, já que os reajustes não contemplavam a reposição da inflação.

“A Fetec-CUT/PR nunca se ateve apenas às lutas da categoria. Em sintonia com nossa Central Única dos Trabalhadores, nossa luta tem sido constante em todas as demandas de interesse de todos os trabalhadores e da sociedade como um todo”, defende Elias Jordão.

O ano de 1993 foi marcado pelo movimento “Ação Cidadania contra a Fome e pela Vida”, idealizado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. O movimento teve adesão de vários sindicatos de bancários pelo país.

A implantação do Plano Real provocou reflexos no movimento sindical. Fernando Henrique Cardoso elegeu-se presidente da República e Jaime Lerner governador do Paraná. O governo federal garantiu no TST a exclusão dos bancos públicos da convenção nacional e da negociação com a Fenaban. Neste ano surgiram as primeiras agências automatizadas que promoveram extinção de postos de trabalho. Bancários da Caixa e do BB foram pressionados para aderir ao Plano de Demissão Voluntária. O governo iniciou o congelamento dos salários nos bancos federais. Foi ao final deste mandato de FHC que aconteceu o maior número de demissões no Bamerindus, que foi vendido ao inglês HSBC em 1997.

Em 1998, FHC se reelege e Jaime Lerner também. Durante a Campanha Salarial, a luta foi contra as demissões. Em 1999, a Fetec participou da Marcha dos 100 mil em Brasília, em protesto contra o governo FHC. No final do ano, o Banco do Brasil apresentou dados do desmonte iniciado em 1994: ocasionou a demissão de 49,9 mil funcionários.

Privatização do Banestado – Durante o processo de privatização do Banestado, que foi vendido ao Itaú no dia 17 de outubro de 2000, a Fetec organizou o Comitê em Defesa do Banestado e coordenou a resistência dos trabalhadores bancários junto aos seus sindicatos filiados. No dia do leilão, realizado na Bolsa de Valores do Paraná, o Banco do Estado do Paraná foi vendido ao Itaú pelo valor de R$ 1,6 bilhão.

O valor obtido no leilão de privatização entrou diretamente nos cofres do Tesouro Nacional, mas quitou apenas 20% da dívida obtida pelo governo de Jaime Lerner para a realização do saneamento, que obteve financiamento do Governo Federal no valor de R$ 5,6 bilhões para este fim.

Neste período, a Fetec sofreu uma série de ofensivas dos banqueiros, que chegaram a questionar em dissídio a estabilidade dos dirigentes sindicais.

Nos anos de 2001 e 2002, a Fetec, junto aos sindicatos filiados e à CUT-PR, atuou na militância para eleger Luiz Inácio Lula da Silva à presidência do Brasil pela primeira vez, nas eleições de 2002. Lula foi eleito com grande vantagem no dia 27 de outubro.

Em junho de 2003, a Fetec-CUT/PR articulou uma mobilização em frente ao prédio-sede do Banestado, para protestar e declarar oposição ao arquivamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pela Câmara dos Deputados, que iria investigar a remessa ilegal de dólares ao exterior pelo Banestado, as chamadas contas CC-5, denunciadas pela Polícia Federal na “Operação Macuco”. A CPI não foi arquivada e foi acompanhada pela Federação, que divulgou diariamente o andamento dos depoimentos na Assembleia Legislativa do Paraná.

O relatório final da CPI foi apresentado no dia 26 de novembro de 2003 e responsabilizou o Banco Central, o Tribunal de Contas do Estado e o governo Jaime Lerner pelos prejuízos causados pelo processo de saneamento e privatização do banco, mas omitiu o nome do governador.

Era Lula – O primeiro ano do Governo Lula é marcado pela primeira Campanha Salarial Unificada da categoria bancária em todo o país. O ano também marca o primeiro acordo com reajuste para os trabalhadores bancários dos bancos públicos, que passaram o Governo FHC sem negociação salarial.

Em novembro de 2003, a Fetec-CUT-PR organizou uma oficina no Fórum Social Brasileiro, que ocorreu em Minas Gerais, para debater o tema “Os impactos políticos econômicos e sociais da privatização do Banestado”, que originou uma campanha pelo cancelamento do pagamento da dívida do processo de privatização.

Entre os anos de 2003 e 2004, a Fetec participou de diversos protestos contra demissões nos bancos. A entidade também encaminhou uma carta ao Presidente Lula pedindo a intervenção do Governo Federal sobre essas demissões em massa.

A Campanha Salarial de 2004 teve rumos diferentes nos bancos públicos. A Caixa se comprometeu a cumprir o mesmo acordo assinado com a Fenaban para os bancos privados, inclusive a PLR, e no Banco do Brasil, a intransigência da direção levou a Fetec-CUT-PR, junto ao Sindicato de Curitiba e à CUT/PR a pedir ao Governo Federal o afastamento do presidente do banco à época, já que o banco estava coagindo seus funcionários contra a greve.

Em 2006 é fundada a Contraf-CUT, que passa a representar todos os trabalhadores do ramo financeiro. Nesse ano, a Caixa e o Banco do Brasil participam pela primeira vez da Campanha Salarial Unificada e assinam a Convenção Coletiva de Trabalho junto aos bancos privados. A Fetec-CUT/PR engrossou a mobilização pela reeleição de Lula à presidência. Uma grande mobilização da classe trabalhadora foi realizada em 1º de setembro pela reeleição.

Em 2007, Curitiba sediou o 3º Seminário Nacional de Segurança Bancária, promovido em uma parceria da Fetec-CUT-PR, Contraf-CUT e pelos Sindicatos dos Bancários de Curitiba e dos Vigilantes. O seminário contou com a presença de funcionários e de representantes dos bancos de diversas regiões do país.

Em maio deste mesmo ano, a Fetec emendou as manifestações no “Dia Nacional de Luta pela Preservação dos Direitos Trabalhistas”, com discussão sobre a aprovação da Emenda 3, que flexibilizava direitos trabalhistas ao admitir a terceirização. Em todo o país foram realizados atos pelo veto presidencial à emenda, o que efetivamente ocorreu.

Em 2009, a Fetec-CUT/PR realizou uma plenária para que representantes do Dieese apresentassem aos dirigentes uma contextualização sobre a crise econômica internacional, ocorrida a partir de 2008, considerada a maior crise do capitalismo desde 1929. De acordo com o Dieese, as principais medidas tomadas pelo governo federal no combate à crise foram: redução do compulsório dos bancos; financiamento das exportações; incentivo à construção civil; expansão do financiamento do investimento e da produção; desonerações e incentivos fiscais; aumento do crédito com redução do IOF; redução do IPI; e aumento dos recursos do BNDES. Os patrões tentaram tirar direitos dos trabalhadores, com demissões, suspensão de contratos, redução de jornada. Após esse cenário de crise, as empresas começaram as recontratações.

Em 2010, a Fetec-CUT-PR atuou ativamente durante a greve nacional dos bancários mais forte dos últimos 20 anos. Foram 15 dias de mobilização, com adesão à greve de grande parte dos trabalhadores bancários, chegando a 80% no Estado, mesmo com o uso de interditos proibitórios pelos bancos privados. “Sabemos que nossas lutas são constantes, e estamos cientes que 2011 os desafios serão grandes, porém com a garra e a determinação dos nossos Sindicatos, da nossa Confederação, da nossa Central e principalmente com a participação dos trabalhadores, continuaremos fazendo história”, finaliza Elias Jordão, presidente da Fetec-CUT/PR.

Por: Paula Padilha.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.bancariosdecuritiba.org.br.

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