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FETEC/CUT/PR – Há 25 anos organizando os bancários no Paraná

Instituição, considerada referência na luta dos trabalhadores, comemora 25 anos de história

Quando uma entidade ultrapassa a casa dos 25 anos de existência, o mínimo que pode se dizer é que sua fundação foi acertada. Com relação à Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná/FETEC/CUT/PR podemos ir além, podemos afirmar que sua criação, em Janeiro de 1992, foi fundamental para a organização e a luta das bancárias e bancários do Estado do Paraná.

Na toada do processo de criação da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), que crescia e ganhava sindicatos no Brasil inteiro para o sindicalismo classista da Centra Única dos Trabalhadores – a CUT, nascia também a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná, que carinhosamente, ao longo do tempo, passou a se dominar FETEC/CUT/PR. Nasce em um momento de efervescência política, de resistência ao entreguismo e a onda política de privatizações do Governo Collor de Melo, que naquele ano seria alvo de um impeachment, aquele sim, legítimo e com crime estabelecido. Muito diferente do impeachment sem crime, ou seja, do golpe político institucional.

No período após a sua fundação, foi marcado por uma política recessiva e excludente que tinha como cartilha o marco teórico e econômico, que ficou conhecido nos anos noventa como Consenso de Washington e que varria os continentes com uma onda conservadora e neoliberal, sem precedentes no mundo todo. O que agravava os problemas da sociedade como um todo e da categoria bancária. Uma onda de privatizações em diversos setores, que vinha desfigurando nosso parque industrial como o setor de ferro, as siderúrgicas como a Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional a CSN – Volta Redonda que foram vendidas a preço de banana para grupos privados nacionais, mas com suporte do capital estrangeiro, quando não vendidos diretamente para empresas internacionais.

Também começava, o Governo de Collor, a entregar nossas telecomunicações e nossas mineradoras como a Vale do Rio Doce, entra tantas outras empresas. A onda privatista crescia ainda sua vontade para patrimônios históricos dos brasileiros, como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e os bancos regionais, além da tentativa de entrega dos bancos públicos estaduais que vai se consolidar na virada do milênio, quando diversos bancos públicos estaduais foram privatizados, tais como BANERJ, BEG, BEMGE, dentre outros inclusive com a entrega do Banco Estatal do Paraná, o Banestado no ano 2000.

O entreguismo de nosso patrimônio vinha aliado a outros retrocessos como o processo de introdução dos correspondentes bancários, ou seja, onde a maioria são trabalhadores não bancários, mas assumindo a função e responsabilidade de trabalhadoras e trabalhadores bancários. A ação dos banqueiros teve enorme impacto na categoria., uma vez que nos anos noventa houve o processo de automação bancária e a recessão econômica, processos que deixaram centenas de milhares de bancárias e bancários sem empregos. Muitos inclusive tiveram que se adaptar a esse novo mercado de salários e conquistas reduzidas.

O movimento sindical dos bancários enfrentava dificuldades e a sua organização não estava dando conta das novas demandas, pois setores históricos de representação dos bancários representados pela Confederação Nacional de Trabalhadores em Empresas de Crédito, a CONTEC e sua federação no Paraná estavam acomodados para a luta e não exercitavam a democracia interna necessária para a participação efetiva dos trabalhadores nas esferas de decisão do movimento sindical. O que levou a significativa parcela dos dirigentes sindicais bancários da época a fazer uma opção politica de aproximação do movimento sindical cutista, na época capitaneado pelo Departamento Nacional dos Bancários DNB/CUT. Esse novo momento de aproximação levou a criação como dissemos das Federações Estaduais de Bancários e também da Confederação Nacional dos Bancários, ligados a CUT.

Já no início da federação cutista se aliam diversos sindicatos, sendo eles. O Sindicato dos Bancários de Londrina e região, de Cornélio Procópio,  Apucarana, Arapoti, o Paranavaí e região,  Campo Mourão, o Toledo, Umuarama e o  Assis, esses dois últimos vieram a unificar as suas bases posteriormente. E também participaram pessoas da oposição do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. Anos depois soma-se ao movimento sindical cutista o Sindicato dos Bancários de Guarapuava e região, importante e estratégico para o fortalecimento do movimento sindical bancário no Paraná por estar geograficamente localizado no Centro do Estado.

Além de nortear a construção política das questões econômicas, sociais da vida política dos seus dez sindicatos filiados, a FETEC nasce com forte influência da política de construção da cidadania sindical. Ou seja, com a concepção de seus sindicatos filiados, de sindicatos cidadãos, pois existem em suas regiões com firme atuação política, que amplia o horizonte das questões meramente econômicas e atua na vida da sociedade com participação efetiva em conselhos, de saúde, transportes, emprego, juventude, de política de gênero e raça. A luta política de consolidação da nossa federação  lançou diversas campanhas estaduais e nacionais, como a defesa do patrimônio nacional, dos direitos e da democracia, com participação ativa dos seus dez sindicatos. Além da construção histórica da Campanha Nacional Unificada entre os bancos públicos e bancos privados, sendo a única categoria que conseguiu até os dias de hoje estabelecer uma Convenção Coletiva Nacional que vale para bancárias e bancários do Brasil inteiro do Oiapoque ao Chuí.

Desta forma, a Fetec constituiu-se como umas das principais e mais importantes instituição, referência em termos de organização e mobilização para as mais diversas categorias de trabalhadoras e trabalhadores.  Todos esses motivos nos fazem olhar para essas duas décadas e meia de existência  e refletir o tamanho da responsabilidade política que ela adquiriu. A Fetec/PR está na linha de frente dos maiores processos de resistência política.

Para a FETEC/CUT/PR, o ano de 2017 é um ano ímpar, importantíssimo por ser um ano comemorativo da sua história, mas também é um ano onde as lutas políticas e sociais exigem um grande compromisso das nossas entidades, pois estamos em meio ao golpe institucional e parlamentar e, uma ditadura midiática eue vai exigir toda nossa capacidade de luta. Vai ser um ano onde teremos enormes testes de resistência política, tentando evitar o desmonte do estado brasileiro e o fim das políticas públicas conquistados nos governos democráticos e populares. Enfim, lutaremos arduamente para que possamos reestabelecer a democracia em nosso país, barrar a reforma da previdência, para que possamos salvar a possibilidade que as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros possam se aposentar com dignidade e ter tempo para aproveitar suas aposentadorias. Também continuaremos a nossa incansável luta contra o processo de terceirizações e privatizações. Todos esses processos de lutas são fundamentais, e precisam ser enfrentados e exigem que a FETEC/CUT/PR seja um dos instrumentos de organização social da resistência.

A nossa federação consolidou-se e passou a ter um papel estratégico na sociedade do Paraná e do Brasil. Regozijemos com as bancárias e bancários, juntamente com os dez sindicatos que constituem a federação cutista do Paraná, por seus 25 anos de lutas e conquistas e que nos preparemos para as lutas vindouras.

Parabéns as bancárias e bancários do Paraná! Parabéns FETEC/CUT pelos 25 anos de vida e história política!

 

Junior Cesar Dias

Presidente da FETEC/CUT/PR

 

Marcio Kieller

Secretário Geral da CUT/PR e dirigente da FETEC/CUT/PR

Autor: Márcio Kieller

Fonte: SEEB Curitiba

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