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Itaú supera Bradesco e tem lucro recorde


Impulsionado pelo setor de crédito, resultado cresceu 36% e chegou a R$ 4,016 bi no 1º semestre, R$ 9 mi a mais que o rival

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Itaú, segundo maior banco privado brasileiro, obteve lucro líquido de R$ 4,016 bilhões no primeiro semestre, resultado 35,8% superior ao do mesmo período de 2006. O lucro é o maior já reportado por bancos brasileiros e supera em R$ 9 milhões os R$ 4,007 bilhões anunciados na véspera pelo Bradesco, maior banco privado do país. No segundo trimestre, porém, o lucro de R$ 2,115 bilhões do Itaú ficou abaixo dos R$ 2,302 bilhões do Bradesco.

Mais uma vez, a alta lucratividade dos bancos brasileiros decorre da popularização do crédito no país, que se tornou um dos negócios mais lucrativos do mundo, a partir da diferença ainda alta do dinheiro captado e emprestado para o consumidor final.

No caso do Itaú, a carteira de crédito atingiu R$ 104,82 bilhões no final do primeiro semestre deste ano, 40,2% a mais do que no mesmo semestre de 2006. O resultado inclui as carteiras que vieram do BankBoston, comprado por US$ 2,2 bilhões em maio de 2006. Sem o Boston, o crescimento do crédito seria da ordem de até 25% -acima dos 20% do mercado.

“As condições de crédito melhoraram. Os spreads [diferença entre taxas captadas e repassadas] caíram. Também houve uma dilatação dos prazos da dívida”, disse Silvio Carvalho, diretor-executivo do Itaú.

No crédito, o destaque ficou para os financiamentos para pessoa física, que somaram R$ 45,035 bilhões, aumento de 32,9% na comparação com o primeiro semestre do ano passado. Quase metade dessa carteira -R$ 22,28 bilhões- responde pelo empréstimo para a compra de carro, área do crédito em que o Itaú cresceu 58,6% no período e passou a ocupar 23,8% do mercado. “A concorrência trouxe taxas em nível internacional para veículos.”

Por outro lado, o banco teve crescimento no período de apenas 16% no crédito para grandes empresas. Já para micro, pequenas e médias empresas, o crescimento foi de 59,7%. O resultado se explica, mais uma vez, pela incorporação do BankBoston. “Um terço da carteira de crédito do Boston era de pequenas empresas.”

Para Erivelto Rodrigues, da Austin Rating, os últimos balanços mostram que os bancos conseguiram substituir o ganho fácil das tesourarias com o juro alto pelo crédito. “Os bancos brasileiros estão fazendo cada vez mais o seu papel de intermediador financeiro. Cortaram custos e aumentaram a eficiência.” A Austin Rating projeta para o ano lucro de R$ 8 bilhões para o Itaú e o Bradesco.

O resultado do Itaú no semestre foi inflado por ganhos não-recorrentes de R$ 485 milhões com a venda da Serasa e de R$ 75 milhões com a venda do prédio do BankBoston em São Paulo. O mesmo aconteceu com o Bradesco, que teve ganhos extras de R$ 501 milhões com a venda das ações da Arcelor e da Serasa.

Não fossem as provisões milionárias feitas pelo Bradesco e pelo Itaú, os resultados seriam ainda maiores. O Itaú tem um saldo de provisões de R$ 7,914 bilhões, e o Bradesco, de R$ 7,033 bilhões. A receita com prestação de serviços, que inclui tarifas bancárias, somou R$ 4,9 bilhões, um aumento de R$ 17% em relação a 2006. As tarifas de concessão de crédito cresceram 34% no período.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO: www.folha.com.br

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