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Lula a sindicalistas: FHC prometeu, mas foi Temer que acabou com Era Vargas

“Tem muito fascista querendo acabar com a representação dos trabalhadores”, disse ex-presidente, que confirmou presença em Porto Alegre nesta terça e ida a São Borja, terra de Getúlio, em fevereiro
por Redação RBA publicado 22/01/2018 19h38
Ricardo Stuckert

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Lula com representantes de centrais sindicais: respeito à democracia e defesa de direitos ameaçados ou retirados por Temer

São Paulo – Dirigentes de diversas centrais sindicais foram hoje (22) manifestar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo direito de o petista ser candidato nas eleições deste ano. Durante o encontro, Lula confirmou presença nesta terça-feira (23) em Porto Alegre, para agradecer pelas manifestações de apoio. “Estou sendo julgado por ter um apartamento que não é meu. Eu não sou dono do apartamento e, portanto, não posso ser julgado por uma coisa que não é minha”, reafirmou.

O ex-presidente recebeu os dirigentes na sede do instituto que leva o seu nome, no Ipiranga, zona sul de São Paulo. Estavam lá sindicalistas da CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT. A eles, Lula falou sobre a nova lei trabalhista, dizendo que Michel Temer fez o que o então presidente Fernando Henrique Cardoso havia prometido, mas não teve coragem de cumprir: acabar com a chamada Era Vargas.

“Uma reforma você faz com os interessados, na mesa de negociação, você não impõe. A reforma trabalhista que ele fez foi para acabar com a representatividade do movimento sindical. O trabalho intermitente é uma agressão a um direito elementar. Tem muito fascista neste país querendo acabar com a representação dos trabalhadores”, disse o ex-presidente, que anunciou uma caravana pelo Rio Grande do Sul, provavelmente a partir de 27 de fevereiro. A primeira parada será justamente em São Borja, terra de Getúlio Vargas e João Goulart.

Lula voltou a questionar o processo, afirmando que “eles” estão diante de alguém que respeita a lei, “mas não tem medo da mentira”. Disse que aguardará “tranquilamente” o resultado do julgamento, mas que prefere ser julgado pela maioria do povo brasileiro. Se prevalecer a teoria do domínio do fato no lugar da existência de provas, “para quê Justiça?”, questionou.  “A acusação é mais mentirosa que o inquérito.”

Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, o ato de hoje é também “ato em defesa e solidariedade a nós próprios (trabalhadores)”. Se barram alguém como Lula, afirmou, “imagine o que vai acontecer com os trabalhadores, pobres, mortais, como nós”. “Queremos que a democracia seja respeitada, que as opções sejam colocadas e a eleição é que tenha possibilidade de fazer o processo de julgamento do que aconteceu com os trabalhadores e com o Brasil nos últimos anos”, acrescentou.

“O que nos indigna muito é a forma como você está sendo acusado e a maneira como está sendo julgado nesse processo”, afirmou o presidente da CSB, Antonio Neto, que recentemente deixou o PMDB (agora MDB) e filiou-se ao PDT. “É um direito legítimo seu ser candidato a presidente.”

“Não se trata de investigação, trata-se de uma perseguição para intervir no processo eleitoral”, disse o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio. Para ele, a defesa da candidatura “é uma questão democrática, que deve ser assumida pelos que gostam e não gostam de Lula”. Índio também identifica “uma agenda para destruir o Estado e os direitos sociais”.

O presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício, disse que “qualquer historiador minimamente honesto” identificará, no futuro, o momento atual como sendo de retrocesso, da mesma forma que as razões do golpe de 1964 foram sendo reveladas ao longo dos anos. Mesmo juristas sem “identidade com a esquerda” veem um processo judicial “viciado”, acrescentou.

“Trazemos aqui o apoio de todos os nossos dirigentes sindicais, que entendem perfeitamente que neste período o massacre que estão fazendo sobre você é sem precedentes neste país. Nós entendemos que o Estado democrático de direito deve funcionar, mas para todos, não com reservas, reserva de domínio, de mercado. Você é um guerreiro. O que querem implantar neste país é um processo eleitoral sem a participação de quem defende os trabalhadores brasileiros, ou seja, sem a participação do Lula.”

O presidente da CTB, Adilson Araújo, vê um “recrudescimento da direita” e uma agenda “regressiva” em curso contra os direitos dos trabalhadores. “Está muito claro que a estratégia do golpe se consolida inabilitando Lula de ser candidato e promovendo a reforma da Previdência, que nada mais é do que a liquidação da fatura”, afirmou.

“Nós sabemos que ele está no banco dos réus pelo Fies, pelo ProUni, pelo Luz para Todos, por ter defendido realmente um Estado de bem-estar social”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. Para ela, defender o direito à candidatura também é defender a democracia “e a volta dos direitos que nos foram roubados”. A secretária de Políticas para a Mulher da Força Sindical, Maria Auxiliadora dos Santos, destacou os avanços sociais durante o governo Lula, particularmente na questão de gênero.

Também participaram do encontro na tarde de hoje, entre outros, o 1º secretário da Força, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, o vice da central Miguel Torres (presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da CNTM, confederação nacional da categoria) e o presidente da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, o Luizinho.

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/01/lula-a-sindicalistas-fhc-prometeu-mas-foi-temer-que-acabou-com-era-vargas

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