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Esquivel vai indicar Lula para Prêmio Nobel da Paz

Esquivel esteve reunido em São Paulo com Lula nesta sexta-feira para prestar apoio ao ex-presidente, contra a campanha do judiciário que quer impedi-lo de participar da disputa eleitoral deste ano
RICARDO STUCKERT / INSTITUTO LULA

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Lula e Esquivel: nome do ex-presidente converteu-se em referência internacional na luta contra a pobreza

 Reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo nesta sexta-feira (2), o Prêmio Nobel da Paz argentinoAdolfo Pérez Esquivel, anunciou que vai indicar o nome de Lula para esse reconhecido prêmio internacional. Esquivel veio à capital paulista prestar seu apoio ao ex-presidente, que enfrenta uma campanha do judiciário para impedi-lo de ser candidato à presidência nas eleições deste ano.

“A chegada do PT e de Lula à presidência do Brasil marcaram um antes e um depois no país, ao ponto de seu nome converter-se em referência internacional na luta contra a pobreza. Mais de 30 milhões de pessoas foram resgatadas da pobreza extrema, o que reduziu as desigualdades e aumentou o índice de desenvolvimento humano no país”, afirmou Esquivel, em defesa da proposta que levará ao comitê do Prêmio Nobel, na Noruega. “Seu governo tomou medidas cruciais para a paz dos brasileiros e foi um exemplo para o mundo”, disse ainda.

No encontro, Lula falou sobre os graves retrocessos democráticos que se instalaram no país desde o golpe de 2016 que destituiu a presidente eleita Dilma Rousseff sem que houvesse crime de responsabilidade. Lula disse que, com esse processo, muita gente está de novo caindo na pobreza. Lula agradeceu a visita de Esquivel, e destacou que “é bom vê-lo lutar incansavelmente pela democracia, pelos povos e pelos direitos humanos, porque nos dá ânimo para seguir lutando”.

“No Brasil hoje não há democracia, em continuidade ao golpe branco contra Dilma. Defender a candidatura de Lula é defender o retorno da democracia brasileira. O povo brasileiro está perdendo sua terra, seu teto e seu trabalho. A direita sabe que Lula tem muito apoio, porque levou adiante políticas para a igualdade e justiça social como nunca antes neste país; por isso, necessita proibí-lo. Não o perseguem porque consideram suas políticas erradas, mas o perseguem porque querem reverter o que fez de bom para as maiorias populares”, afirmou Esquivel, para quem Lula é o primeiro presidente trabalhador da América Latina.

No encontro, ambos destacaram que além da campanha eleitoral há a necessidade de solidariedade internacional de organizações sociais e políticas diante da grave situação que o Brasil enfrenta atualmente com as políticas regressivas e repressivas do governo de Michel Temer. Fonte: Rede Brasil Atual

 

 

Entrevista | Pérez Esquivel se solidariza com Lula e critica intervenção no Rio

De visita ao Brasil, o argentino Adolfo Pérez Esquivel concedeu entrevista exclusiva ao Brasil de Fato e à TeleSUR.

 

 

 

O argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz - Créditos: Foto: José Cruz/ Agência Brasil
O argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz / Foto: José Cruz/ Agência Brasil

De visita ao Brasil, Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, se mostrou muito preocupado com a situação política no país e no restante da América Latina. Segundo ele, o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff rompeu com um ciclo de independência e soberania, iniciado pelos governos progressistas no Brasil e na América Latina, a partir do final dos anos 1990.

Além de citar os golpes praticados na Venezuela (2002), Honduras (2009) e Paraguai (2011), Esquivel criticou a postura dos governos dos Estados Unidos em relação aos vizinhos do sul.

“Os Estados Unidos não são aliados de nenhum país latino-americano. O que eles têm são súditos. Porque os Estados Unidos agem de acordo com seus interesses políticos e econômicos, e sempre viram a América Latina como um quintal, não como aliada”.

Pérez Esquivel, que já havia se posicionado contra o golpe de estado em 2016 no Brasil, fez duras críticas ao que chamou de perseguição contra o ex-presidente Lula. “Temos que prestar nossa solidariedade e apoio para que Lula possa voltar ao governo porque há problemas muito importantes. Atacam o Lula por um delito que ele nunca cometeu, com a cumplicidade de deputados, senadores. Mas atacam para impedi-lo de concorrer as eleições”, criticou.

O Nobel da Paz anunciou que pretende postular o nome do ex-presidente como candidato ao Prêmio Nobel da Paz, com o qual ele próprio foi condecorado em 1980. “Eu estou pensando seriamente propor o Lula como candidato ao Prêmio Nobel da Paz, porque me parece que isso seria muito importante. Antes vou conversar com ele, porque obviamente é preciso avaliar. Mas acho que seria um reconhecimento internacional muito forte. Lula deu dignidade ao povo, aos favelados, aos mais pobres. Fez a luta pela fome zero. Claro que falta muito por ser feito no Brasil, mas se avançou muitíssimo. Ele ganharia o Prêmio. Aliás, o Brasil precisa disso. Seria o primeiro Prêmio Nobel da Paz do Brasil”, argumentou.

Em razão da intervenção federal e militar no estado do Rio de Janeiro, o Nobel da Paz criticou o governo de Michel Temer. “Esse governo é um governo neoliberal, e a única forma de se manter no poder é através da violência. Colocam outra vez os militares nas ruas para fazer o controle social. E isso não resolve o problema, pelo contrário, agrava. A única forma de superar a violência social é a educação, são as políticas sociais, é dar dignidade aos trabalhadores”.

Pérez Esquivel também argumentou contra o uso das Forças Armadas no combate à violência: “Nenhum exército pode garantir a paz. Todos os exércitos quando atuam levam a violência e a morte. São guerreiros, vão para matar, para submeter, não para construir a paz. A paz não é um presente de ninguém, ela é construída. A paz também não significa a ausência do conflito. A paz é estabelecida através das relações humanas entre as pessoas e os povos”.

Ele fez coro com a ex-presidenta Dilma, ao identificar que os ocupantes do poder no Brasil tentam criar um inimigo interno, para criminalizar aqueles que são as verdadeiras vítimas do Estado. E aproveitou para fazer duras críticas à imprensa. “Os povos originários, os Mapuches, os Guaranis, são tidos como inimigos, quando realmente são as vítimas. Então querem transformar as vítimas em vitimários. Lamentavelmente, para fazer essa política, precisam dos grandes meios de comunicação, da imprensa canalha, da imprensa que mente, da imprensa que faz de tudo para que a mentira se torne uma verdade”.

A entrevista com Adolfo Pérez Esquivel foi realizada pelo Brasil de Fato em parceria com a TeleSUR, canal de notícias latino-americano. Fonte: Brasil de Fato

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