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Por 22:07 Sem categoria

O Golpe arruinou os pobres

O Canadá já percebeu. Falta a Cegonhóloga…​

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A Cegonhóloga deu uma inesquecível explicação à rádio que troca a notícia, a CBN: por que os ouvintes não acreditam quando ela diz que está tudo um colosso!

Como se sabe, a comunidade acadêmica mundial, de Cambridge a Cambridge, espera a Cegonhóloga se pronunciar sobre o trabalho “O Capital no Seculo XXI“, de Thomas Piketty.

Enquanto não se manifesta, a Academia se cala, já que ela é o mais luminoso expoente que o pensamento neolibelês conseguiu produzir no Brasil!

Enquanto isso, o mais importante jornal do Canadá ousou divergir dela:

De tudo o que a família perdeu, o que Nívia Caridade mais sente falta é da esperança.

(…)

Hoje, Nívia, 39 anos, quer saber como irá comprar comida e roupas para a família, como irá comprar remédios para a filha doente de quatro anos, ou o que será d​o​s filhos adolescentes que recebem uma educação básica de uma escola pública que funciona parcialmente. Ela se pergunta se todos irão sobreviver por mais uma semana à pequena guerra civil que toma conta de seu bairro na periferia do Rio – um bairro abandonado pelo falido governo do Estado.

Sua família voltou à estaca zero, ao ponto onde estavam quando ela era adolescente. Talvez até pior.

A segurança e o otimismo de Nívia foram arrancados pela feroz recessão no Brasil e pela crise política que impede uma retomada. O país passa por um agudo retrocesso dos avanços conquistados durante os prósperos primeiros quinze anos do século. O Banco Mundial afirma que mais de 3,6 milhões de pessoas voltaram para baixo da linha de pobreza de 54 dólares ao mês desde o início de 2016, enquanto milhões mais ​se ​encontram perigosamente perto de tal limite.

(…)

À medida que o desemprego ultrapassa os 12% da população e os gastos em políticas sociais diminuem, o número de pessoas que retorna à pobreza aumenta. Isso já era previsto e contribui com a profunda rejeição ao governo de Michel Temer.

Nos bons tempos, quando os preços das commodities estavam em alta e o governo tinha caixa, cerca de 30 milhões de brasileiros, incluindo Nívia e a família, saíram da pobreza e ingressaram em uma nova classe média. Além disso, acreditava-se que o Brasil tinha reduzido a desigualdade pela primeira vez enquanto a economia crescia. (…) O Brasil destacava-se como um raro exemplo onde o abismo entre ricos e pobres diminuía.

(…)

Entretanto, além da dor de famílias como a de Nívia, há pistas de que a desigualdade não diminuiu. Na verdade, a concentração da renda nas mãos dos mais ricos aumentou. Ao invés de oferecer uma lição sobre como reduzir a desigualdade, o Brasil tornou-se um exemplo de como essa é uma tarefa difícil.

Não há dúvida de que a pobreza diminuiu no Brasil. A expansão da economia nos anos 2000 tirou uma grande massa de trabalhadores do setor informal (…) ao mesmo tempo em que os governos do PT aumentaram o valor do salário mínimo em mais de 50%. Enquanto isso, o governo investiu em programas sociais como o Bolsa Família. (…)

Ainda que a desigualdade causada por baixos salários tenha caído, isso não ​bastou ​para combater a concentração de recursos nas mãos das elites. (…)

Um estudo ​do economista Marc Morgan, do Banco de Dados Mundial de Riqueza e Renda – instituto liderado ​​por Thomas Piketty​ -​ sustenta​ que os 10% mais ricos do Brasil receberam os benefícios de 61% do crescimento econômico.

Em outras palavras, os pobres ganharam apenas uma lasca do “boom”. Os 10% mais ricos ficaram com a maior parte. A ONG Oxfam calculou ​que seis brasileiros têm, hoje, uma renda equivalente aos 50% mais pobres do país.

O professor Marcelo Medeiros, da Universidade de Yale, acredita que os novos estudos deixam claro que as políticas de redução de renda devem ser revistas. “Existem novos fatores em jogo, fatores importantes como riqueza, heranças, lucros, ganhos sobre capital… Uma grande parte da desigualdade no Brasil não será afetada por elementos que atuam apenas sobre o mercado de trabalho, como as políticas de educação. Nada disso afeta as heranças ou a taxação de riquezas.”

(…)

Artigo colhido no sítio https://www.conversaafiada.com.br/economia/o-golpe-arruinou-os-pobres
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A economia está melhorando? Para quem?

Dados reforçam que o avanço dos indicadores propagados por governo e imprensa comercial está muito longe de beneficiar os brasileiros
por Redação publicado 04/01/2018 10h19
Fernando Frazão/Agência Brasil

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Conforme divulgou o IBGE em dezembro, 52,2 milhões de pessoas viviam abaixo da linha de pobreza em 2016

SP Bancários – Os consumidores de informações veiculadas pela grande mídia comercial se deparam a todo momento com notícias e comentaristas martelando bons índices econômicos, como a queda dos juros básicos, superávit da balança comercial e criação de empregos – mesmo com a eliminação de mais de 12 mil postos de trabalho apenas em novembro.

Entretanto, recortes de dados mais aprofundados reforçam que essa suposta melhoria da economia está longe de beneficiar a população.

Até o trimestre encerrado em novembro, a taxa de desemprego estava em 12%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad Continua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o que significa 12,6 milhões de pessoas desocupadas no país.

Segundo a pesquisa do IBGE, cerca da metade dos trabalhadores brasileiros sequer recebe um salário-mínimo por mês, cujo novo valor, de R$ 954, determinado pelo presidente não eleito Michel Temer, representa aumento de 1,8% em relação ao piso anterior, de R$ 937. O aumento sequer corrige as perdas para a inflação, que deve fechar o ano em torno de 2,8%.

Apenas os custos com alimentação, ou seja, o valor da cesta básica, estavam, em novembro, entre R$ 327,85 (a mais barata, em Recife) e R$ 444,16 (a mais cara, em Porto Alegre), conforme levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Ainda segundo o IBGE, dos 88,9 milhões de trabalhadores ocupados em 2016, 44,4 milhões recebiam, em média, o equivalente a 85% do valor do salário-mínimo vigente, ou R$ 747. Por outro lado, 889 mil pessoas (1% do total da população empregada) recebia, em média, R$ 27 mil mensais, o que coloca o Brasil na décima posição do ranking de países mais desiguais do mundo.

Reforço à injustiça social

Levantamento da ONG britânica Oxfam divulgado em setembro revelou que os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os demais 95% da população. Além disso, mostra que os super ricos (0,1% da população brasileira hoje) ganham em um mês o mesmo que uma pessoa que recebe um salário mínimo ganharia trabalhando por 19 anos seguidos.

A miséria está voltando a patamares anteriores ao início da crise econômica, aponta o documento Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE. O levantamento revela que, em 2016, o número de brasileiros vivendo com rendimentos mensais abaixo de um quarto do salário-mínimo havia aumentado 53% em comparação com 2014, alcançando 24,8 milhões de pessoas, ou seja, 12,1% do total da população vivem na “pobreza extrema”.

Conforme divulgou o IBGE em dezembro, 52,2 milhões de pessoas viviam abaixo da linha de pobreza em 2016, ou 25,4% da população. No caso da pobreza extrema, eram 13,35 milhões de pessoas, 6,5% da população.

Em artigo ao jornal El País, o escritor Luiz Ruffato avalia que a má qualidade da educação pública – o Brasil ocupa o penúltimo lugar no ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – explica a alienação da população em relação às questões coletivas.  Para Ruffato, a falta de acesso a conhecimento resulta em dificuldade de compreender o mundo e, por consequência, de tentar mudar a realidade à nossa volta. Assim também a pobreza.

“Uma população premida por solucionar cotidianamente questões primárias de sobrevivência individual – comida e teto – e que não alimenta a menor esperança de que amanhã será um dia melhor, não tem energia para despender na resolução de problemas coletivos. Junte-se a isso a total desmoralização da classe política e do Poder Judiciário, e o resultado é esse que estamos assistindo: o desdém pelas próximas eleições”, opina o escritor.

Relatório recente do Banco Mundial aponta que embora as habilidades de brasileiros de 15 anos tenham melhorado nos últimos anos, no ritmo atual de avanço eles não atingirão a nota média dos países ricos em matemática por 75 anos. Em leitura, vai demorar mais de 260 anos.

Como sentenciou o antropólogo e escritor Darcy Ribeiro, “a crise da educação no Brasil não é crise; é um projeto”.

Notícia colhida no sítio http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2018/01/a-economia-esta-melhorando-para-quem

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