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Por 10:49 Notícias

PF INFILTRA AGENTES EM MOVIMENTOS SOCIAIS

IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) infiltraram agentes em movimentos sociais e nas milícias armadas de fazendeiros e identificaram os nomes de lideranças, a localização dos acampamentos e a forma de agir de sem-terra e ruralistas. Com isso, avalia o governo, já seria possível “estrangular” os grupos a qualquer momento.
Segundo a Folha apurou, a questão agrária acendeu a chamada “luz amarela” no Ministério da Justiça, Abin e PF. Segundo o jargão dos serviços de inteligência, isso significa que um eventual conflito poderia acontecer.
A “tensão social” é acompanhada com apreensão pelo núcleo duro do governo –grupo de ministros mais ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ontem, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, conversou por cerca de 45 minutos com o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, a quem disse, segundo sua assessoria, que não é hora de intervir diretamente, mas de “acentuar os trabalhos de inteligência”.
Ou seja, o governo não quer agir agora porque avalia que isso provocaria um aumento da tensão no campo. Ao mesmo tempo, quer estar preparado para uma resposta rápida caso seja preciso.
O ministro conversa diariamente com Lacerda. O presidente Lula não fala com o delegado, mas recebe informes periódicos de Bastos. Segundo um policial federal ouvido pela Folha, caberia ao ministro a ordem para que a PF começasse a agir mais ostensivamente no campo.
Infiltração e escutas
Para obter informações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e das milícias de fazendeiros, os órgãos de inteligência infiltram agentes, realizam interceptações telefônicas e cruzam as bases de dados da PF e da Abin. Os mapas de localização são feitos utilizando tecnologia GPS (via satélite) e fotos aéreas.
Um exemplo citado pelo governo é a região do Pontal do Paranapanema (SP). Está disponível para o ministro da Justiça um levantamento dos sete principais locais de tensão na área.
No caso dos fazendeiros, a PF já instaurou alguns inquéritos e aguarda resposta, da Justiça, para os pedidos de mandado de apreensão de armas ilegais. Os policiais sabem onde e com quem estão as armas, além de ter identificado material de colecionadores, que não pode ser apreendido.
Ou seja, o trabalho para “estrangular” as ações desses grupos já está feito. Bastaria começar operações de busca e apreensão de armas e levar as lideranças à Justiça para conter as iniciativas dos sem-terra, sem-teto e fazendeiros.
A ação da inteligência da PF está concentrada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Pernambuco.
O ponto mais delicado para a inteligência é a ação dos sem-teto em São Paulo, liderados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Ao invadirem propriedades estaduais, não cometem crime federal, e até a presença ostensiva da PF não poderia ser justificada. Como não dizem que estão “ausentes”, a Folha apurou que a superintendência de São Paulo acompanha a movimentação à distância.
O governo intensificou as ações de inteligência da PF por causa dos recentes “atos hostis”, como os discursos feitos por João Pedro Stedile, do MST, as invasões e o aumento de acampados no Pontal e a invasão de prédios e de um terreno da Volkswagen pelo MTST, em São Paulo.

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PF INFILTRA AGENTES EM MOVIMENTOS SOCIAIS

IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A Polícia Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) infiltraram agentes em movimentos sociais e nas milícias armadas de fazendeiros e identificaram os nomes de lideranças, a localização dos acampamentos e a forma de agir de sem-terra e ruralistas. Com isso, avalia o governo, já seria possível “estrangular” os grupos a qualquer momento.

Segundo a Folha apurou, a questão agrária acendeu a chamada “luz amarela” no Ministério da Justiça, Abin e PF. Segundo o jargão dos serviços de inteligência, isso significa que um eventual conflito poderia acontecer.

A “tensão social” é acompanhada com apreensão pelo núcleo duro do governo –grupo de ministros mais ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, conversou por cerca de 45 minutos com o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, a quem disse, segundo sua assessoria, que não é hora de intervir diretamente, mas de “acentuar os trabalhos de inteligência”.

Ou seja, o governo não quer agir agora porque avalia que isso provocaria um aumento da tensão no campo. Ao mesmo tempo, quer estar preparado para uma resposta rápida caso seja preciso.

O ministro conversa diariamente com Lacerda. O presidente Lula não fala com o delegado, mas recebe informes periódicos de Bastos. Segundo um policial federal ouvido pela Folha, caberia ao ministro a ordem para que a PF começasse a agir mais ostensivamente no campo.

Infiltração e escutas

Para obter informações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e das milícias de fazendeiros, os órgãos de inteligência infiltram agentes, realizam interceptações telefônicas e cruzam as bases de dados da PF e da Abin. Os mapas de localização são feitos utilizando tecnologia GPS (via satélite) e fotos aéreas.

Um exemplo citado pelo governo é a região do Pontal do Paranapanema (SP). Está disponível para o ministro da Justiça um levantamento dos sete principais locais de tensão na área.

No caso dos fazendeiros, a PF já instaurou alguns inquéritos e aguarda resposta, da Justiça, para os pedidos de mandado de apreensão de armas ilegais. Os policiais sabem onde e com quem estão as armas, além de ter identificado material de colecionadores, que não pode ser apreendido.

Ou seja, o trabalho para “estrangular” as ações desses grupos já está feito. Bastaria começar operações de busca e apreensão de armas e levar as lideranças à Justiça para conter as iniciativas dos sem-terra, sem-teto e fazendeiros.

A ação da inteligência da PF está concentrada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Pernambuco.

O ponto mais delicado para a inteligência é a ação dos sem-teto em São Paulo, liderados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Ao invadirem propriedades estaduais, não cometem crime federal, e até a presença ostensiva da PF não poderia ser justificada. Como não dizem que estão “ausentes”, a Folha apurou que a superintendência de São Paulo acompanha a movimentação à distância.

O governo intensificou as ações de inteligência da PF por causa dos recentes “atos hostis”, como os discursos feitos por João Pedro Stedile, do MST, as invasões e o aumento de acampados no Pontal e a invasão de prédios e de um terreno da Volkswagen pelo MTST, em São Paulo.

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