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Redes sindicais fortalecem unidade e luta dos bancários nas Américas

Crédito: Contraf-CUT

Contraf-CUTCarlos Cordeiro fala durante encerramento da reunião, em Assunção

Terminou nesta quarta-feira (8) a 9ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, em Assunção, promovida pela UNI Américas Finanças e Comitê de Finanças da Coordenadoria de Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), com apoio da Federação dos Trabalhadores Bancários e Afins do Paraguai (Fetraban).

O evento contou com a participação da Contraf-CUT e reuniu 76 dirigentes sindicais do Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru, Trinidad e Tobago, Costa Rica e Espanha que integram as redes do Santander, HSBC, Itaú, Banco do Brasil, BBVA e Scotiabank.

O encontro teve início na segunda-feira (6) com importantes debates sobre a necessidade de democratização da mídia no continente, quando foi apresentada a comunicação da Contraf-CUT. “Vemos com enorme preocupação a postura cada vez conservadora da imprensa na América Latina, que muitas vezes amplifica a voz daqueles que colocam em dúvida o valor da democracia”, afirma André Rodrigues, diretor regional da UNI Américas Finanças. “Precisamos também seguir adotando novas estratégias de comunicação com os trabalhadores para levar informação de qualidade e sem os vícios da mídia tradicional”, salienta.

“Também foi destaque a passeata que fizemos nas principais ruas do centro da capital paraguaia, mostrando a importância da unidade e da mobilização dos bancários para novas conquistas. Outro ponto importante foi a manifestação de solidariedade aos 327 vigilantes demitidos da Prosegur, incluindo os diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Prosegur no Paraguai, todos dispensados arbitrariamente ao final de uma greve da categoria em julho do ano passado, mais uma prática antissindical intolerável das empresas nas Américas”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças.

Para Mário Raia, secretário de relações internacionais da Contraf-CUT, “o encontro aprofundou as discussões sobre os problemas dos trabalhadores em cada um dos bancos internacionais e definiu os próximos passos para intensificar a unidade e a luta por emprego decente, melhores salários e condições de trabalho e combate às práticas antissindicais”.

Banco do Brasil

Os participantes da rede sindical do BB no Brasil, Argentina e Paraguai discutiram a necessidade de estender o acordo marco assinado entre a UNI Américas e o banco para todo mundo. “Hoje o acordo vale somente para as Américas”, ressalta William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Também foi definido realizar uma campanha de sindicalização em todos os países onde o banco atua, reforçar a aliança internacional para a organização sindical dos funcionários do BB nos Estados Unidos e fazer uma publicação em três idiomas (português, espanhol e inglês). Os brasileiros convidaram dirigentes sindicais da Argentina e Paraguai para que participem do congresso dos funcionários do BB, que ocorre de 17 a 19 de maio, em São Paulo.

Itaú

Os integrantes da rede sindical do Itaú discutiram a atuação do banco nas Américas, salientando o processo de milhares de demissões de trabalhadores no Brasil. “Em dois anos, o Itaú cortou 14 mil postos de trabalho, reduzindo custos para aumentar ainda mais os seus lucros e fazer novas aquisições”, aponta Carlos Cordeiro.

Foi reforçada a importância da unidade e mobilização dos bancários em defesa do emprego e dos direitos dos funcionários, bem como contra as práticas antissindicais do banco, que tem demitido até dirigentes sindicais, como no Brasil e no Paraguai. “Exigimos o fim imediato da perseguição do banco ao direito de organização sindical dos trabalhadores”, cobra o presidente da Contraf-CUT.

HSBC

Os integrantes da rede sindical do HSBC avaliaram a atuação do banco no Brasil, México, Argentina e Uruguai. “Ficaram constatadas as péssimas condições de trabalho e os sindicatos não aceitarão que os cortes de despesas e provisionamentos bilionários por conta das ilicitudes praticadas pela alta cúpula do banco, como lavagem de dinheiro e venda irregular de produtos, recaia sobre os trabalhadores, levando a exigência de cumprimento de metas cada vez mais abusivas e não garantindo emprego decente”, afirma Miguel Pereira, secretário de organização do ramo financeiro da Contraf-CUT.

Os participantes reforçaram a importância estratégia da UNI Américas Finanças neste momento para manter a unidade de ação em todos os países latino-americanos onde o banco ainda atua, uma vez que em diversos países o HSBC está em processo de venda, ameaçando o emprego e os direitos dos trabalhadores. Foi aprovada a realização de nova jornada continental de lutas unificada para a última semana do mês de junho.

Santander

Os integrantes da rede sindical do Santander no Brasil, Uruguai, Argentina e Espanha trocaram experiências sobre a política do banco espanhol em cada país. Os brasileiros denunciaram as demissões em massa ocorridas em dezembro do ano passado, quando o banco dispensou sem justa causa 1.153 funcionários, bem como a política de rotatividade, que continua em 2013 e já provocou o corte de 508 empregos no primeiro trimestre, conforme o balanço do banco. A pressão das metas abusivas, que tem adoecido trabalhadores, foi criticada por todos os países.

O secretário de relações internacionais da Comfia-Comisiones Obreras, Francisco Garcia Utrilla (Pepe), disse que, apesar da crise financeira na Espanha, quase não há demissões no Santander e que um acordo assinado com os sindicatos garante que não haverá medidas traumáticas envolvendo o emprego e os direitos dos trabalhadores.

Foi aprovada a realização de um dia internacional de luta contra as práticas antissindicais do Santander no próximo dia 23 de maio, como forma de protestar contra a ação judicial movida pelo banco contra a Contraf-CUT, a Fetec-CUT/SP, o Sindicato dos Bancários de São Paulo por causa das denúncias feitas pelas entidades no dia da decisão da Copa Libertadores, em 2011. “Também haverá protestos contra a repressão do banco à organização sindical dos funcionários do Sovereign Bank nos Estados Unidos. Lá, até hoje não há sindicatos de bancários”, destaca Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT. Ainda foi aprovada uma nova jornada internacional de luta, com data indicativa para julho.

Unidade, unidade, unidade

Houve ainda apresentação das conclusões dos debates das redes sindicais do BBVA e do Scotiabank, que não possuem agências do Brasil. Carlos Cordeiro, enquanto presidente da UNI Américas Finanças, disse por fim que entrará em contato com a Confederação dos Bancários do Chile (Csteba), que se ausentou da reunião das redes sindicais.

“Precisamos fazer uma profissão de fé na unidade e na solidariedade”, salientou. “E precisamos contar a nossa história. Já constituímos as redes sindicais, apostamos na esperança, na ousadia, no diálogo e na mobilização, fizemos jornadas unificadas de luta, abrimos negociações com vários bancos e fortalecemos a atuação da UNI Américas Finanças”, resumiu Carlos Cordeiro. “Unidade, unidade, unidade: esse é o caminho para a ação sindical. Qualquer entidade sindical dividida favorece o banqueiro”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT com UNI

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Por emprego e direitos dos bancários, redes sindicais marcham em Assunção

Crédito: Contraf-CUT

Contraf-CUTManifestação em frente à agência do HSBC, na capital do Paraguai 

A UNI Américas Finanças e os participantes da 9ª Reunião Conjuntura de Redes Sindicais de Bancos Internacionais saíram em passeata nas principais ruas do centro de Assunção na manhã desta quarta-feira (8) em protesto contra as demissões, a terceirização, a precarização do trabalho e as práticas antissindicais dos bancos, mostrando a importância da mobilização para a defesa dos direitos dos trabalhadores e a conquista de emprego decente, melhores salários e condições de trabalho e respeito à organização sindical.

Mais de 70 dirigentes sindicais do Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru, Costa Rica, Trinidad e Tobago e Espanha participaram da marcha, organizada pela Fetraban, a federação dos bancários paraguaios. Houve diversos protestos em frente aos bancos, chamando a atenção da população e ganhando o apoio dos bancários e dos clientes.

Não faltaram cartazes, bandeiras e faixas, além do estouro de foguetes. Ao final de cada manifestação, a palavra de ordem gritada pelos participantes era a mesma: “bancário unido jamais será vencido”.

As faixas estendidas deram o recado das redes sindicais do HSBC, Santander, Itaú, Banco do Brasil, BBVA e Scotiabank. “Banqueiros: os bancários estão unidos e organizados”, “Basta de terceirização e precarização do emprego! Pela defesa dos nossos direitos”, “Os trabalhadores são pessoas! Basta de demissões injustificadas”, “A igual trabalho, iguais benefícios! Basta de terceirizações nos bancos”, “Exigimos reajuste salarial já”, “Basta de pisotear nos direitos dos trabalhadores”, “Basta de perseguição sindical”, “UNI Américas Finanças: sindicatos dos bancários pelo respeito aos direitos dos trabalhadores”.

Emprego decente

O presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças, Carlos Cordeiro, destacou que os bancários das Américas e da Espanha estão unidos na organização das redes sindicais e na defesa dos direitos dos trabalhadores. “Não queremos trabalhar pressionados por metas abusivas. Queremos emprego decente. Também queremos bancos voltados para a sociedade, com venda responsável de produtos e melhor distribuição dos lucros”, frisou.

Um dos maiores protestos ocorreu diante da agência do Itaú. “Esse banco pertence ao Roberto Setúbal que se orgulha de ser a maior instituição financeira do hemisfério sul. Denunciamos aqui que esse banco é o que mais demite não só no hemisfério sul, mas em todo planeta”, apontou Cordeiro, que é também funcionário do Itaú.

“Só no Brasil, o Itaú cortou 9 mil empregos em um ano e, além disso, dispensa dirigentes sindicais. Esse banco não olha os trabalhadores como pessoas, mas como números para aumentar os seus lucros”, ressaltou.

“Estamos protestando contra as demissões e as precárias condições de trabalho”, reforçou o diretor regional da UNI Américas Finanças, André Rodrigues.

“Nós temos princípios e um deles é a solidariedade”, declarou Cordeiro. “Enquanto o Itaú não mudar a sua prática, vamos continuar lutando em cada país, pois unidos somos mais fortes”, salientou o presidente da Contraf-CUT.

Contra as práticas antissindicais

Outra forte manifestação aconteceu em frente à agência do BB. Os dirigentes sindicais protestaram contra o desrespeito e as práticas antissindicais do banco que, além do Brasil, está presente no Paraguai, na Argentina e nos Estados Unidos.

“Estamos aqui para denunciar o BB, pois não está cumprindo o acordo marco global, na medida em que não existe aqui no Paraguai negociação e acordo coletivo”, afirmou o secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, William Mendes.

“Banqueiros não têm pátria. Eles só têm dinheiro e querem lucrar cada vez mais”, acusou um sindicalista argentino. “Nós, bancários, precisamos seguir unidos sempre para defender os nossos direitos”, conclamou.

Em frente à agência do HSBC, as redes sindicais protestaram contra as demissões do banco inglês, especialmente no Brasil. “Também denunciamos a lavagem de dinheiro e outras ilegalidades que esse banco comete em vários países, tendo sido já condenado em diversas ações judiciais”, enfatizou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, Carlos Alberto Kanak. “Denunciamos ainda a falta de respeito e negociação com o movimento sindical, como ocorreu com a recente implantação unilateral de mudanças no plano de saúde”, completou.

Houve ainda manifestações no BBVA, Sudameris e bancos locais, como Continental e Regional. O Santander não possui agências no Paraguai.

Prosegur

Também participaram da caminhada diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Prosegur do Paraguai. Eles protestaram contra a demissão de 327 vigilantes, incluindo os dirigentes sindicais, durante uma greve por melhore condições de trabalho em julho do ano passado. Também denunciaram a prática antissindical de empresas de segurança que impedem o direito de trabalhar dos dispensados.

“Exigimos a reintegração já”, dizia uma das faixas carregadas pelos dirigentes sindicais da categoria. “Também queremos o fim da perseguição sindical”, salientou um diretor do Sindicato.

A 9ª Reunião Conjunta foi encerrada no início da tarde desta quarta-feira, com a aprovação das propostas das redes sindicais para fortalecer a luta dos bancários nas Américas.

Fonte: Contraf-CUT

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