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Seminário em Defesa dos Bancos Públicos debate os altos lucros do sistema financeiro e criminalização dos movimentos sociais

Terceira mesa de debates contou com Mariana Dias (UNE), Gilmar Mauro (MST) e o professor de economia, Ladislaw Dowbor

17/06/2016

Caetano Ribas / Contraf-CUT

Terceira mesa de debates contou com Mariana Dias (UNE), Gilmar Mauro (MST) e Ladislaw Dowbor - Caetano Ribas / Contraf-CUT

Terceira mesa de debates contou com Mariana Dias (UNE), Gilmar Mauro (MST) e Ladislaw Dowbor

“Os recursos que deveriam ir para saúde, segurança e educação, vão direto para os lucros dos bancos”, afirmou o professor de Economia da PUC-SP, Ladislaw Dowbor, no início da terceira e última mesa do 1º Seminário Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, realizado nesta sexta-feira (17), no Hotel Holiday Inn, no Anhembi, em São Paulo.

De acordo com o professor, para a economia funcionar precisa de quatro motores: exportação, que depende mais dos preços mundiais, do que da população; a demanda das populações e a oferta de crédito; a atividade das empresas, vital para a economia; e a dívida pública. “Os três últimos estão diretamente ligados às taxas de juros e ao sistema financeiro brasileiro, que é onde começa o problema”, explicou Dowbor.

Altos juros

“Na França, são cobrados 3,5% de juros ao ano no crédito para a população. Aqui a média é de 104%. Por isso, a população endivida-se, entra no cheque especial ou rotativo do cartão, que cobram juros exorbitantes”, ressaltou ao comprar as taxas praticadas no Brasil com as de outros países.

Em relação às atividades das empresas, o professor disse que hoje vale mais a pena investir do que produzir. “A taxa sobre a dívida pública no Brasil é 14,25%. A empresa, ao invés de investir no país, prefere fazer aplicações financeiras em títulos do governo, sem risco”, critica.

Dowbor aponta, ainda, que os bancos lucram com dinheiro da população, usam recursos dos correntistas para lucrar com papéis do governo, que, por outro lado,  são pagos com dinheiro dos impostos. Resumindo, só ganham. “No ano passado, mais 500 milhões de reais foram transferidos dos impostos para instituições financeiras no país. Esse dinheiro poderia servir pra saúde, educação, segurança, mas vai direto para o lucro dos bancos.”

Criminalização dos movimentos sociais

“Em 1964, a população não sabia que estava ocorrendo um golpe. Hoje,  temos internet e movimentos sociais atuantes, mas ainda assim a população continua assistindo à rede globo, enquanto o golpe está acontecendo. Fazer uma resistência no Brasil é caro, mas é preciso preservar esse poder, para reconstruir a democracia”. As afirmações são de Mariana Dias, secretária de relações internacionais da UNE, durante a terceira mesa do seminário,  “Todos na Resistência pelos Bancos Públicos”.

Mariana comparou o governo interino e ilegítimo de Michel Temer ao de Fernando Henrique Cardoso e observou que o projeto de privatizações pode ser bem mais drástico. “Temos a reforma da previdência, está vindo também um processo muito forte de privatizações e muito mais cruel. Os trabalhadores dos bancos privados sabem como as empresas funcionam. Há o sucateamento das universidades. Temer quer ir além do que FHC não conseguiu fazer. É preciso barrar esse processo”, pontuou.

A nossa existência também está em risco, disse a estudante, ao se referir à CPI instalada contra a entidade no Congresso Nacional. “Há um processo de criminalização e discriminação contra os movimentos sociais. A CPI é da UNE, mas essa CPI poderia ser de qualquer uma das entidades presentes aqui. Eles querem nos enfraquecer, nos destruir, precisamos retirar tudo o que nos impede de construir a democracia”, finalizou.

“Se mexer com a UNE, com os bancários ou com os sem terra, vai mexer com todos nós”

A declaração acima, de Gilmar Mouro, do MST, arrancou aplausos de todos os participantes do Seminário. Ele lembrou ainda que, a exemplo do que está acontecendo com a UNE, o Congresso Nacional conservador também tentou criminalizar o MST. O movimento foi objeto de quatro Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs).  “Para eles, é preciso derrotar as representações do movimento sindical e outras organizações populares, além da fragmentação das categorias, para consolidar o golpe”, acrescentou.

Gilmar Mauro também ressaltou, que no último período, os camponeses brasileiros tiveram acesso a linhas de crédito, graças à política de fortalecimento do BB e da Caixa, para serem fomentadores do desenvolvimento econômico e social.

“Vamos estar com vocês onde quer que seja, na defesa da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, e vamos resgatar o importante papel que os bancos públicos têm para o desenvolvimento social do povo brasileiro”, assegurou.

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

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O golpe é contra o Brasil e a classe trabalhadora, denunciam líderes sindicais nos congressos dos bancários do BB e da Caixa

Sindicalistas destacam a unidade e a resistência para fortalecer a luta. O encontro segue com o 1º Seminário Nacional em Defesa dos Bancos Públicos

17/06/2016

Caetano Ribas/ Contraf-CUT

Roberto iniciou os congressos saudando os “guerreiros e guerreiras das lutas sociais e sindicais" - Caetano Ribas/ Contraf-CUT

Roberto iniciou os congressos saudando os “guerreiros e guerreiras das lutas sociais e sindicais”

“Juntos e unidos vamos mudar esta conjuntura e vencer”, afirmou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, durante a mesa de abertura conjunta dos congressos dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa e do 1º Seminário Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, na manhã desta sexta-feira (17), no hotel Holiday Inn, em São Paulo. Até domingo (19), cerca de oitocentos delegados e delegadas, do Banco do Brasil e da Caixa, vão debater as demandas dos bancários dos bancos públicos e definir as pautas específicas, que serão entregues às instituições financeiras na campanha nacional deste ano.

Roberto von der Osten iniciou os congressos saudando os “guerreiros e guerreiras das lutas sociais e sindicais” e fez questão de prestar uma homenagem ao  diretor do Sindicato dos Bancários de Paranavaí (PR), Ademar Primon,  falecido nesta madrugada. O presidente da Contraf-CUT garantiu que os bancários estão se preparando para a luta, como qualquer bom exército, antes do combate, e que o momento exige resistência da classe trabalhadora.

“Desde o começo de 2016, estamos fazendo análises da conjuntura do que estamos enfrentando. No ano passado, a campanha foi difícil, mas, este ano, temos uma realidade ainda mais dura, com recessão e a mídia golpista tentando atacar os movimentos sociais. É um golpe contra cada um de nós, contra cada um que está aqui”, afirmou ao ressaltar também a necessidade de unidade da classe trabalhadora ainda mais forte neste ano. “Estão tentando retirar os direitos dos trabalhadores. Estão querendo que a gente pague pato. Querem o negociado sobre o legislado, tudo pode ser retirado que de quem trabalha,  com a terceirização total, flexibilização da CLT, com a pauta bomba do Congresso. O que interessa aos bancos é derrotar nossa unidade, mas não vão conseguir. Estamos articulados fortemente e vamos dizer a cada bancário que só a luta te garante”, destacou.

Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT, lembrou que o país vive um momento muito difícil. “Mais do que um golpe contra o PT e contra a Dilma, é uma golpe contra os interesses do povo brasileiro. É um golpe para que o Brasil deixe de fazer uma política de distribuição de renda, uma política de inclusão”, disse, ao lembrar que o governo golpista pretende acabar com a previdência e aprovar a terceirização. “Os trabalhadores vão pagar este pato. Por isso nós temos que nos organizar. Mais do que nunca, nossas conferências estaduais e a nacional são de fundamental importância.”

Para ela, o debate tem de ser de resistência. “Não vai ser uma campanha só de aumento real, muito pelo contrário, o aumento real está em risco, junto com nossos direitos conquistados nos últimos anos. A campanha será para além dos interesses corporativos, tem de ser uma campanha em defesa do Brasil, em defesa da democracia.”

A vice-presidenta da Contraf-CUT ainda convocou para a luta em defesa dos bancos públicos. “Eles são importantes para o país, o crédito deles foi fundamental para fazer inclusão nesse país. Os bancos públicos são responsáveis pelo crescimento do Brasil.”

Líderes sindicais de várias partes do País também analisaram a conjuntura atual e deram sua contribuição ao debate

Emanoel Souza – FEEB BA/SE (CTB) 

“Vivemos uma conjuntura difícil. Não é um golpe contra Dilma e a democracia simplesmente e para abafar a corrupção, mas sim para tirar direitos de cidadania. É um golpe de classe para passar o projeto neoliberal e abrir o país para o mercado internacional”.

Dérik Bezerra, Seeb Espírito Santo (Intersindical)

“O que está por trás do governo golpista é o interesse de classe, que quer acabar com os direitos conquistados pela classe trabalhadora. A conjuntura é uma oportunidade para a esquerda brasileira se organizar de forma autônoma e independente para fortalecer a mobilização dos trabalhadores.”

Fábio Bosco (Conlutas)

“Precisamos de uma greve geral por um Brasil mais justo. Estamos vivendo um segundo ano de crise econômica que tem retirado empregos e o poder aquisitivo dos trabalhaores, e o acesso ao serviço público de qualidade.”

Jair Pedro Ferreira (Fenae)

“A conjuntura que está sendo colocada vai exigir resistência dos trabalhadores. Sou otimista e acredito que na nossa capacidade de luta e de mobilização da nossa categoria. Em 2014, nos fizemos um seminário para ampliar o debate sobre a Caixa que Queremos, agora deveremos debater um projeto mais amplo que é qual o país que queremos.”

Jeferson Boava – Feeb SP/ MS

“Nós já sabemos as dificuldades que vamos enfrentar com essa ‘sopa de PLs’ que querem retirar nossos direitos. Mas, também já mostramos nossa força de resistência. Tenho certeza que aqui traçaremos qual caminho seguiremos para garantir a manutenção e os avanços nas conquistas dos direitos dos trabalhadores.”

Sérgio Faria- Fetraf RJ/ES

“Aqui é o pontapé da nossa grande trincheira de resistência contra um governo ilegítimo, com um escândalo de corrupção todo dia. No entanto, temos grandes mobilizações de resistência, contra, por exemplo, o PLP 4918 do estatuto das estatais, feita recentemente, com a unidade de várias associações.”

Júlio Cesar Soares – Fetrafi RS

“Começamos estes congressos num momento histórico, singular, difícil, de ataques brutais à classe trabalhadora. Mas também existe a reação, mesmo com uma mídia golpista, que tenta abafar as mobilizações, temos movimentos todos os dias, com protagonismo forte nas mulheres, na juventude, e no movimento LGBT. Todos nós temos que nos unificar.”

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

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