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Temos que defender pauta das mulheres em Brasília

Coletivo Nacional de Mulheres prepara ‘Ação de 2014’ para defender pauta das mulheres em Brasília

26/07/2013

Uma das metas para maio do próximo ano é reunir 30 mil na capital federal

Escrito por: Vanessa Ramos – CUT São Paulo*

Unidade, participação do movimento sindical e ações para 2014 foram a tônica do segundo dia de Encontro do Coletivo Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, realizado nesta sexta-feira (26), no centro de São Paulo.

Durante o encontro, as cutistas discutiram a chamada ‘Ação de 2014’, mobilização que pressionará o governo a atender a pauta das mulheres trabalhadoras, que ocorrerá no dia 21 de maio, em Brasília.

Na capital federal, as trabalhadoras defenderão mais políticas públicas por igualdade de oportunidades (redução da jornada, fim do fator previdenciário, igualdade salarial e fim do assédio moral e sexual), combate à violência contra a mulher, licença parental e creches públicas de qualidade.

Segundo a diretora executiva da CUT, Rosana Souza de Deus, é preciso dar continuidade aos debates feitos junto à Central e aos sindicatos. “Queremos estabelecer a nossa pauta para o próximo ano envolvendo tanto a base como o conjunto de dirigentes sindicais que não atuam diretamente com o tema.  Na mobilização em Brasília, esperamos reunir cerca de 30 mil pessoas”, afirma.

Balanço das mobilizações

As últimas mobilizações ocorridas no mês de julho em todo o país e a importância da participação das mulheres sindicalistas se destacaram na fala do secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre, que fez uma análise de conjuntura pela manhã.

No Brasil, segundo Nobre, os protestos de rua comprovaram que o movimento sindical não deve se limitar à sua atuação social. “É preciso disputar permanentemente o projeto de sociedade que queremos”, afirmou o dirigente.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane da Silva, o povo nas ruas demonstrou necessidade de mudar o formato do movimento sindical no país. “A estrutura sindical brasileira é arcaica, masculina e branca. Da forma como é, apresenta ainda resistência à incorporação de jovens, mulheres, negros, diferentes orientações sexuais e pessoas com deficiência”, afirma.

De acordo com Rosane, mesmo com dificuldades, é preciso considerar também os avanços que a CUT teve nos últimos anos, como a maior inclusão de mulheres. “Queremos que essa seja a realidade da sociedade e de toda a classe trabalhadora”, ressalta.

Para a secretária nacional de Saúde do Trabalhador da CUT,Junéia Batista, a CUT completa 30 anos com muita luta e caminhada, mas é preciso ainda repensar a representação que se dá pelo sindicato. “Sabemos que haverá maior participação de mulheres e, até mesmo, menor rotatividade se houver apoio à organização no local de trabalho. Este deve ser visto sempre como um dos espaços prioritários de nossa atuação”, opina a dirigente.

Poder em igualdade

A igualdade entre gêneros nos espaços de poder efetivamente representativos foi um dos principais debates do dia.

Segundo Rosane, mesmo com a aprovação da paridade na CUT, a implementação em 2015 enfrentará ainda muitos desafios. “A gente vive numa sociedade machista e isso tem reflexo dentro do mundo sindical. A nossa tarefa é de fato fazer a organização das mulheres no interior da CUT e, com o nosso espaço de auto-organização, mostrar para a sociedade que as mulheres têm capacidade de mobilização”, afirma.

Secretária de Gênero da Confederação Nacional do Ramo Químico, Rosemeire Theodoro afirma que o desafio das mulheres é construir a paridade a partir dos sindicatos. “Para termos a representação de mulheres na Central, precisamos começar pelas bases”.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora, da CUT Goiás, Fátima Veloso Cunha, a paridade deve ser uma preocupação permanente. “Nos espaços de debate precisamos reforçar que sempre estivemos presentes desde a criação da CUT. Na formação diária, estamos preparadas para assumir espaços de poder”, ressalta.

Secretária de Políticas Sociais da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (Fetec CUT/SP), Crislaine Bertazzi, afirma que sindicatos que possuem em sua diretoria uma maioria composta de dirigentes mulheres representam uma exceção. “A paridade não é sinônimo da realidade, mas para reconhecer que a mulher tem uma importância grande na sociedade, precisamos reverter os discursos que caminham no sentido de que a mulher precisa de formação para assumir determinados cargos. É uma disputa diária e a preparação deve ser para os dois lados”.

De acordo com a secretária da Mulher Trabalhadora da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT São Paulo (FEM CUT/SP), Andréa Sousa, é necessária uma real conscientização dos dirigentes. “Sem o equilíbrio e o respeito entre os homens e as mulheres não conseguiremos avançar para a construção de uma sociedade justa”.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora, da CUT Alagoas, Girlene Lázaro da Silva, é necessário entender que o movimento tem um projeto que precisa dar certo. “A luta por espaços de comando será difícil, mas a construção deve ser feita pelos gêneros e precisa ser coletiva”, afirma.

Próximas agendas

No dia 21 de setembro, as mulheres trabalhadoras da CUT realizarão ações em todos os estados contra o Estatuto do Nascituro.

Em 26 de setembro, a Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional organiza o Seminário Nacional sobre o Estatuto do Nascituro. A atividade está prevista para ocorrer em São Paulo.

Em outubro, na capital paulista, a Central fará o lançamento da Ação de 2014. Acompanhe o site da CUT para maiores informações.

*Com edição de Luiz Carvalho (MTb 49852)

Notícia colhida no sítio http://www.cut.org.br/destaques/23527/coletivo-nacional-de-mulheres-prepara-acao-de-2014-para-defender-pauta-das-mulheres-em-brasilia

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CUT levará discussão sobre igualdade no mundo do trabalho a encontro mundial de mulheres

26/07/2013

Atividade acontece em agosto, no Memorial da América Latina, em São Paulo

Escrito por: Luiz Carvalho

Rosane Silva (de lilás), Rosana de Deus (ao lado direito) e Sonia Coelho (da Marcha Mundial de Mulheres) falam sobre encontro mundial

Rosane Silva (de lilás), Rosana de Deus (ao lado direito) e Sonia Coelho (da Marcha Mundial de Mulheres) falam sobre encontro mundial

O Coletivo de Mulheres Trabalhadoras da CUT reuniu-se nesta quinta-feira (25) para debater a participação no 9º Encontro da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), que acontece entre os dias 25 e 31 de agosto, em São Paulo, no Memorial da América Latina.

Uma das integrantes da Marcha, a Central terá participação ativa nas discussões sobre o papel do feminismo no mundo e fará parte, inclusive, da mesa de abertura.

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, destacou que as sindicalistas terão a responsabilidade de levar temas do cotidiano do movimento sindical para o encontro.

“Não podemos deixar de abordar pontos como o acesso ainda restrito à creche, a necessidade de avançar em direitos iguais no mundo do trabalho. E precisamos fazer com que esses assuntos não façam parte só do encontro, mas da ação da Marcha para os próximos anos”, disse.

A dirigente ressaltou que os debates não podem deixar de tratar também do trabalho reprodutivo, que é invisibilizado.

Diretora Executiva da CUT Rosana Sousa de Deus comentou que o encontro terá reuniões específicas de sindicalistas de todo o mundo, que compõem a Marcha, para traçar estratégias unificadas de luta.

“A mulher é a mais afetada pela terceirização, a quem mais sofre com subemprego e precisamos lutar por autonomia e isso passa pela defesa de uma melhor qualidade dos empregos.”

Bolsa estupro

O primeiro dia do coletivo debateu também o Estatuto do Nascituro, Projeto de Lei nº 478/07, de autoria dos deputados Luiz Bassuma (PV) e Miguel Martini (PHS). O texto elimina o direito adquirido pela mulher de realizar o aborto, mesmo quando a gravidez é resultado de um estupro ou provoca risco de morte à mãe.

Além disso, o estuprador, caso seja reconhecido, passa a assinar a certidão de nascimento e terá de pagar pensão alimentícia, negando, portanto, qualquer importância à violência sofrida pela mulher e fazendo com que a vítima seja obrigada a conviver com o agressor.

Em dinâmica trabalhadoras apontaram o que haviam levado ao encontro do coletivo

Em dinâmica trabalhadoras apontaram o que haviam levado ao encontro do coletivo

Sem autonomia – De acordo com o PL, que tem apoio da Frente Parlamentar Evangélica e da Frente Parlamentar mista em defesa da vida, a mulher que provocar a aborto pode ser presa por até três anos.

O levantamento apresentado pela assessoria da Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT destaca ainda outras aberrações como o simples fato de debater a legalização do aborto poder resultar em detenção de até seis meses.

Paralelo a isso, os deputados João Campos (PSDB-GO) e Salvador Zimbaldi (PDT-SP) apresentaram um requerimento para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue o financiamento a projetos no Brasil voltados a discutir os direitos reprodutivos da mulher. Mais uma tentativa de criminalizar o debate sobre a autonomia em relação ao corpo.

Diante do argumento de representantes das CUTs nos estados que apontaram a dificuldade em debater o tema mesmo dentro do ambiente sindical, Rosane Silva destacou a necessidade de fazer alianças com parceiras do movimento feminista para romper a barreira.

“Temos de convencer as pessoas sobre a importância dessa luta ou ficaremos falando para nós mesmos. O Estatuto do Nascituro é tão grave quanto a “cura gay” e essa mesma gravidade deve ser mostrada às pessoas. Esse é o momento de discutir esse tema também com a juventude.”

Notícia colhida no sítio http://www.cut.org.br/acontece/23522/cut-levara-discussao-sobre-igualdade-no-mundo-do-trabalho-a-encontro-mundial-de-mulheres
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