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Por 12:51 Sem categoria

Trabalhadores unidos em defesa das estatais e contra a retirada de direitos

Secretário-geral da CUT-PR conclama à unidade nacional as categoria em campanha salarial.

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Diversas categorias com organização nacional têm suas campanhas salariais agora no segundo semestre do ano – dentre elas bancários, petroleiros e trabalhadores dos Correios. A Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), preocupada com o atual cenário político e econômico, esta capitaneando uma iniciativa para que as categorias tenham atividades conjuntas, denunciando o golpe institucional e parlamentar em curso no Brasil e, principalmente, seu verdadeiro objetivo: a retirada de direitos dos trabalhadores e o desmonte das empresas públicas.

Todas as campanhas salariais do segundo semestre enfrentarão dificuldades; e somente serão vitoriosas se forem muito bem organizadas, conseguindo explicar para suas bases o que está em jogo, além das questões socioeconômicas. Pois o cenário desenhado para essas três categorias é problemático, sobretudo, devido a um momento político de ofensiva do capital e dos setores mais reacionários da sociedade.

Os petroleiros, por exemplo, vivem um período de turbulência, marcado por interesses internacionais sobre a Petrobras. Todos sabem que a Petrobras não esta quebrada, como quer a mídia tradicional; é uma das maiores empresas do mundo e também a maior vítima do mercado financeiro. Está sofrendo com a alta do dólar, pois seus negócios todos são feitos tendo como referência a moeda americana. Mas, em termos de produção, nunca o Brasil produziu tanto petróleo, seja nas plataformas maduras (que já existiam e operam há algum tempo), seja no Pré-sal, onde a retirada já ultrapassa a marca de 1 milhão de barris por dia.

Porém, o discurso que impera é o de que a empresa esta quebrada, que é preciso privatizar setores da Petrobrás para poder salvá-la. Em função da Operação Lava Jato, a empresa teve que paralisar muitas das obras que estava desenvolvendo; e essas paralisações já chegam a atingir os empregos de milhares de trabalhadores. Mas a verdade é totalmente oposta e não recebe  atenção dos meios de comunicação, que estão a serviço daqueles que querem desestruturar a economia brasileira em nome do pagamento de juros da dívida pública e da concentração de renda.

Os trabalhadores no Correios também estão enfrentando uma campanha salarial com ameaça de privatização e desmonte de uma das mais importantes empresas públicas brasileira.
Além das dificuldades de negociação entre a direção da empresa e a categoria, há ainda questões graves que ameaçam o fundo de pensão das trabalhadoras (Postalis); necessidade de contratação de empregados, o que não acontece pelo fato de concursos públicos estarem congelados; além dos diversos projetos de lei que tramitam no Congresso nacional e que podem trazer enormes retrocessos para a categoria.

E os bancários, que construíram uma série de avanços nos últimos períodos – pois, desde 2003,  registram índices de aumento acima da inflação, com valorização de mais de 20% de seus salários nesse período –, não passam por situação diferente. O que foi conquistado até aqui é fruto da organização e da unidade; nada veio de jeito fácil e sem lutas. Pois, mesmo nos governos democráticos e populares, não se tem notícia de que, em algum ano, os bancários não fizeram greves.

Isso por que no norte da organização da campanha salarial da categoria bancária são também colocadas questões da economia – por exemplo, há vários anos o movimento sindical bancário propõe a realização de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, que discuta um sistema socialmente responsável e que não tenha como fim o constante enriquecimento dos poucos banqueiros. Outra questão que sempre esteve no cenário do movimento sindical e que muito nos preocupa é a constante ameaça aos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) e dos bancos estaduais e regionais que ainda existem.

Por isso, a defesa dos bancos públicos sempre se configurou como questão muito importante para a categoria, principalmente por sua função social e seu papel de agência de desenvolvimento nacional e regional, com  fomento da agricultura e da indústria. Mas não somente do agronegócio e da grande indústria, também da agricultura familiar e das indústrias de pequeno e médio porte. Assim, os bancos públicos estariam ajudando a disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, com a aplicação de taxas de juros e crédito mais acessíveis.

Por tudo isso é que tomamos a iniciativa de construir, em conjunto com as categorias com campanhas salariais nacionais desse segundo semestre, a unidade em torno das questões que nos unificam, como a garantia de nossos direitos historicamente conquistados, a luta por avanços e a não permissão de retrocessos e retirada de direitos. A principal intenção campanha unificada é que possamos levar o debate da defesa das estatais para a toda a população, que é quem de fato se beneficia de empresas públicas fortes e com papel social importante.

Assim, os trabalhares da Petrobrás, dos Correios e dos bancos – em especial dos bancos públicos – têm uma tarefa fundamental em termos de solidariedade e compromisso com o que é público, para além das questões internas das campanhas salariais, pois, como se diz na campanha em defesa das empresas públicas: “Se é público, é de todos!”.

Autor: Márcio Kieller * 

* Secretário geral da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR) e funcionário do Itaú.

Fonte: CUT-PR

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