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Visita de Obama é oportunidade para países ampliarem relações, afirmam cientistas políticos

Brasília – A primeira visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil é vista como uma oportunidade para brasileiros e norte-americanos conversarem sobre negócios e ampliar as relações entre os dois país, segundo avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Brasil.

Para os analistas, a presidenta Dilma Rousseff e sua equipe devem aproveitar os encontros para tentar reverter o déficit na balança com os Estados Unidos, em que o Brasil importa mais do que vende. A questão energética parece ser um bom caminho a seguir. Segundo os especialistas, os norte-americanos sinalizam interesse nas reservas de petróleo do pré-sal e na produção de biocombustíveis. Além disso, os Estados Unidos veem o Brasil como um país seguro para ter negócios, diferente de nações do Oriente Médio que, com frequência, enfrentam conflitos, colocando em risco a oferta mundial de óleo combustível.

“O Brasil é um país tranquilo para fazer negócio. Os Estados Unidos têm interesse em se fixar como compradores de petróleo e nós como vendedores”, disse o professor de relações internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Flávio de Oliveira.

A avaliação é que a vinda de Obama é apenas o início das conversas e que está longe de o governo norte-americano abrir mão de medidas protecionistas que hoje dificultam a entrada dos produtos brasileiros, como a retirada dos subsídios ao etanol de milho ou das taxas impostas ao álcool brasileiro. Apesar da agenda de compromissos de Obama ter caráter econômico – estão marcados encontros com empresários em Brasília e no Rio de Janeiro -, não há previsão de fechar negócios ou anunciar a retirada de barreiras comerciais.

Um dos acordos que pode ser firmado é o Tratado de Cooperação Econômica (Teca), aguardado pelo setor empresarial brasileiro, que prevê um mecanismo bilateral, em nível ministerial, para discutir e solucionar entraves ao comércio e aos investimentos nos Estados Unidos e no Brasil.

“Não vamos pensar que a visita vai ser um passe de mágica para resolver nossos problemas com os Estados Unidos, principalmente na área comercial”, alerta Antônio Pereira, professor de relações internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional.

A inclusão do Brasil no roteiro da primeira visita de Obama à América do Sul mostra que os americanos sabem a importância econômica e estratégica do país na região. “O Brasil agora é cachorro grande. É cada vez mais importante no cenário internacional”, afirmou o cientista político americano David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). Ele destaca o fato de a Colômbia, principal aliado sul-americano dos Estados Unidos, e a Argentina terem ficado de fora. Depois do Brasil, o presidente norte-americano ainda passará pelo Chile e por El Salvador.

Com a visita, a presidenta Dilma Rousseff pode ampliar o relacionamento com o governo Obama, afetado nos últimos dois anos por posições divergentes adotadas pelos dois países em relação a temas internacionais, entre eles o programa nuclear do Irã.

Na opinião da maioria dos especialistas, Dilma Rousseff tem dado sinais de que pretende mudar a política externa e de defesa dos direitos humanos, o que pode facilitar o diálogo com os norte-americanos. “O governo Dilma está acenando em recolocar a relação com os Estados Unidos em pauta”, disse Antônio Pereira.

Nessa quinta-feira (17), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o Brasil quer estabelecer um novo patamar no relacionamento entre os dois países – uma relação de igual para igual, sem confrontação.

Por Carolina Pimentel – Repórter da Agência Brasil. Edição: Graça Adjuto.

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Exportadores esperam que visita de Obama ajude a equilibrar comércio entre Brasil e EUA

Brasília – É grande a expectativa dos exportadores brasileiros em torno da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil neste fim de semana. Para o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, será o primeiro passo para equilibrar as relações comerciais entre os dois países. “O governo tem que fazer uma análise das reais necessidades e aproveitar o momento para ter benefícios e melhorar a balança comercial, que está deficitária”, avaliou.

De 2000 a 2010, a balança comercial entre os dois países passou de um superávit em favor do Brasil de US$ 290 milhões para um déficit de mais de US$ 7,7 bilhões, de acordo com dados consolidados do ano passado. Mesmo tendo perdido para China a posição de maior parceiro comercial brasileiro, os Estados Unidos foram o principal importador de produtos brasileiros. O Brasil exportou US$ 19,4 bilhões e importou US$ 27,2 bilhões. E os primeiros resultados do ano mostram que a relação deficitária se mantém em 2011. Em janeiro, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 21% frente o mesmo mês de 2010. Mas as importações subiram 36% no mesmo período. O saldo é deficitário em US$ 646 milhões.

No entanto, o presidente da Abracex não acredita que a visita de Obama se reverterá em medidas benéficas para o Brasil no curto prazo. “Aqui [no Brasil] as coisas são difíceis de acontecer rapidamente. A ideia é que essa aproximação entre os dois países determine que o tempo de espera seja menor”, emendou Segatto.

Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a visita vai beneficiar mais os Estados Unidos que o Brasil. “É politicamente positivo os Estados Unidos mostrarem ao mundo que têm prestígio com o Brasil, que caminha para se tornar o quinto país economicamente mais fortalecido”, disse. Para ele, o desequilíbrio da relação comercial com o Brasil não deve ser alterado rapidamente. “O déficit tem ocorrido há dois anos, consequência do real valorizado e da demanda aquecida pelo mercado interno. Eles não vão deixar de vender”.

Na opinião do executivo, esta é a oportunidade para reivindicar a quebra de barreiras tarifárias dos produtos brasileiros. “Temos que pedir a redução ou liberação de tarifas de alguns produtos como etanol, aço e suco de laranja, por exemplo”. Os Estados Unidos protegem o mercado interno de etanol à base de milho, considerado menos eficiente que o brasileiro, a base de cana-de-açúcar.

O óleo bruto foi o principal produto brasileiro vendido aos Estados Unidos no ano passado. Em 2010, a venda externa somou US$ 3,8 bilhões e representou 19,8% do total exportado pelo país. Também merecem destaque café em grão e pastas químicas de madeira, que ocupam a segunda e terceira posição na lista de produtos exportados, respectivamente. Entre as importações, o óleo combustível liderou as compras, com 6,6% do total ao custo de US$ 1,8 bilhão. A importação de motores e turbinas para aviação custou US$ 1,5 bilhão ao Brasil. Os medicamentos somaram US$ 1,2 bilhão.

O vice-presidente da AEB ressaltou que o Brasil deve fechar acordos, e não promessas, considerando que a vinda do presidente norte-americano se tornou um evento. “As ações da visita têm mais caráter de política de boa vizinhança. Fazer discurso na favela onde a maior parte dos ouvintes não vai entender o que ele [Obama] disser e visita ao Pão de Açúcar não vão mudar a atual desigualdade comercial”, criticou Castro.

Por Luciene Cruz – Repórter da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.

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Para CNI, visita de Obama é uma ótima oportunidade comercial para o Brasil

Brasília – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou hoje (17) que a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, acompanhado de empresários americanos, é uma grande oportunidade para ampliar a venda de produtos brasileiros e diminuir o desequilíbrio nas relações comerciais entre os dois países. De acordo com Andrade, no ano passado o Brasil teve déficit de US$ 8 bilhões nas trocas comerciais com os americanos. A vinda de Obama, reforçou, será uma oportunidade para discutir a solução de entraves comerciais que dificultam a entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos.

“A vinda do presidente Obama com esse grupo de empresários ao Brasil é uma demonstração da importância que o governo americano dá hoje à economia brasileira e ao Brasil. Não só pelo nosso mercado e pelo crescimento do país, mas pela importância do Brasil como formador de opinião e como indutor de políticas em diversas partes do mundo”, disse o presidente da CNI.

“Vamos sugerir que os governos brasileiro e americano assinem um acordo guarda-chuva que permita a discussão de questões que são importantes para os negócios entre os dois países, como a bitributação e as barreiras impostas pelos americanos. Essas questões devem ser colocadas como prioridade das discussões que vão ocorrer após a vinda do presidente Obama”.

Por Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil. Edição: Vinicius Doria.

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