Categoria pede 21,56% de aumento e banqueiros oferecem 9%
Bancários também cobraram respostas da CPI do Banestado. (Henry Milleo)
Um grupo de bancários organizou um protesto no centro de Curitiba ontem de manhã e provocou o fechamento de diversas agências por alguns minutos. A manifestação marcou o dia de homenagem à categoria profissional, o descontentamento com as negociações salariais e cobrou respostas da CPI que investiga denúncias contra o Banestado. Os bancários estão pedindo reajuste de 21,56% na data-base, que é setembro, mas os banqueiros estão oferecendo aumento de 9%, ou seja, a metade do INPC acumulado dos últimos 12 meses, que chega a 18,32%.
Em Curitiba, o protesto ocorreu nas ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso, quando foram fechadas as agências dos bancos Real, BBV, Santander, Bradesco e duas do Itaú. Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Marisa Stédile, há muitos anos os bancos não ofereciam um reajuste tão baixo para a categoria, principalmente considerando-se os resultados positivos obtidos nos balanço do primeiro semestre.
Na próxima segunda-feira, informa Marisa, uma nova rodada de negociação deverá ocorrer em São Paulo. A reunião terá o comando do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Confederação Nacional dos Bancários.
De acordo com Marisa Stédile, os banqueiros alegam que trabalham com a inflação futura em seus contratos e, portanto, não podem repassar aos funcionários os índices passados, e que o governo já garantiu que os índices inflacionários não ultrapassarão a casa de 7% no próximo ano. “A teoria dos bancos não é correta, principalmente porque ela não se aplica nas taxas de juros”, alerta.
Outra alegação da classe patronal, segundo a sindicalista, é que os bancos funcionam como balizadores da economia e, por isso, um reajuste de 21,56% poderia provocar inflação. “Este é mais um absurdo”, desabafa a dirigente sindical. Nos anos 80, a categoria dos bancárias tinha 1,2 milhão de pessoas. Hoje são 370 mil em todo o país, sendo 25 mil no Paraná.
Mirian Gasparin
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Por Mhais• 29 de agosto de 2003• 09:56• Sem categoria
CAMPANHA POR REAJUSTE SALARIAL FECHA BANCOS
Categoria pede 21,56% de aumento e banqueiros oferecem 9%
Bancários também cobraram respostas da CPI do Banestado. (Henry Milleo)
Um grupo de bancários organizou um protesto no centro de Curitiba ontem de manhã e provocou o fechamento de diversas agências por alguns minutos. A manifestação marcou o dia de homenagem à categoria profissional, o descontentamento com as negociações salariais e cobrou respostas da CPI que investiga denúncias contra o Banestado. Os bancários estão pedindo reajuste de 21,56% na data-base, que é setembro, mas os banqueiros estão oferecendo aumento de 9%, ou seja, a metade do INPC acumulado dos últimos 12 meses, que chega a 18,32%.
Em Curitiba, o protesto ocorreu nas ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso, quando foram fechadas as agências dos bancos Real, BBV, Santander, Bradesco e duas do Itaú. Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Marisa Stédile, há muitos anos os bancos não ofereciam um reajuste tão baixo para a categoria, principalmente considerando-se os resultados positivos obtidos nos balanço do primeiro semestre.
Na próxima segunda-feira, informa Marisa, uma nova rodada de negociação deverá ocorrer em São Paulo. A reunião terá o comando do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Confederação Nacional dos Bancários.
De acordo com Marisa Stédile, os banqueiros alegam que trabalham com a inflação futura em seus contratos e, portanto, não podem repassar aos funcionários os índices passados, e que o governo já garantiu que os índices inflacionários não ultrapassarão a casa de 7% no próximo ano. “A teoria dos bancos não é correta, principalmente porque ela não se aplica nas taxas de juros”, alerta.
Outra alegação da classe patronal, segundo a sindicalista, é que os bancos funcionam como balizadores da economia e, por isso, um reajuste de 21,56% poderia provocar inflação. “Este é mais um absurdo”, desabafa a dirigente sindical. Nos anos 80, a categoria dos bancárias tinha 1,2 milhão de pessoas. Hoje são 370 mil em todo o país, sendo 25 mil no Paraná.
Mirian Gasparin
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