Valor Econômico – Jamil Nakad Junior
O ministro Tarso Genro, da secretaria especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, confirmou ontem que a redução da jornada de trabalho está prevista pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “A redução da jornada de trabalho para a criação de empregos é mais um dos elementos dessa nova contratualidade política que o presidente Lula está propondo”.
O ministro, presente ao seminário “Público e Privado: Parceiros do novo modelo de desenvolvimento”, promovido pelo Valor e pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, disse, no entanto, que nada será feito de maneira “açodada” e sem “negociação com a sociedade”.
De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, a redução da jornada de trabalho vai criar 2 milhões de empregos, um quinto da promessa de campanha do então candidato Lula. A redução da jornada de trabalho, hoje de 44 horas, vai ser submetida ao Fórum Nacional do Trabalho, órgão que reúne trabalhadores, empregados e governo na formação de uma nova legislação sindical e trabalhista. A questão é controversa dentro do fórum porque os empregadores não aceitam a redução, caso não haja a diminuição dos salários em contrapartida. Já trabalhadores querem manter os salários.
O ministro Tarso Genro disse que a redução da jornada fazia parte de um “conjunto de dezenas de medidas” que já estão impulsionando a retomada do crescimento econômico, como o incentivo ao microcrédito, a liberação de mais 12% de crédito oficial para a safra agrícola de 2004, o apoio ao sistema cooperativo e as reformas da Previdência, tributária (ambas no Congresso) e a reforma trabalhista e sindical, que ainda está sendo discutida no Fórum Nacional do Trabalho. “Isso (a redução da jornada) não pode ser visto de maneira isolada e nem será implantado de maneira arbitrária pelo governo”, reiterou.
Questionado sobre o tamanho da redução da jornada de trabalho pretendida pelo governo, Genro disse que seria “prematuro” dar um indicativo, antes de o governo fechar uma posição sobre isso.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva divulgou nota dizendo que a medida é um reivindicação da central e que não tem dúvidas sobre a possibilidade de ela gerar milhões de postos de trabalho, mas cobrou que a discussão fosse feita no Fórum Nacional do Trabalho. “Propor a redução da jornada sem levar em conta esse fator (crise) pode fazer com que as empresas percam competitividade”, diz a nota.
A entidade sugeriu que o governo concedesse incentivos fiscais às empresas que reduzirem a jornada de trabalho. Os incentivos seriam discutidos no Fórum.
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Por Mhais• 29 de agosto de 2003• 14:57• Sem categoria
JORNADA DE TRABALHO MENOR SERÁ NEGOCIADA COM A SOCIEDADE
Valor Econômico – Jamil Nakad Junior
O ministro Tarso Genro, da secretaria especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, confirmou ontem que a redução da jornada de trabalho está prevista pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “A redução da jornada de trabalho para a criação de empregos é mais um dos elementos dessa nova contratualidade política que o presidente Lula está propondo”.
O ministro, presente ao seminário “Público e Privado: Parceiros do novo modelo de desenvolvimento”, promovido pelo Valor e pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, disse, no entanto, que nada será feito de maneira “açodada” e sem “negociação com a sociedade”.
De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, a redução da jornada de trabalho vai criar 2 milhões de empregos, um quinto da promessa de campanha do então candidato Lula. A redução da jornada de trabalho, hoje de 44 horas, vai ser submetida ao Fórum Nacional do Trabalho, órgão que reúne trabalhadores, empregados e governo na formação de uma nova legislação sindical e trabalhista. A questão é controversa dentro do fórum porque os empregadores não aceitam a redução, caso não haja a diminuição dos salários em contrapartida. Já trabalhadores querem manter os salários.
O ministro Tarso Genro disse que a redução da jornada fazia parte de um “conjunto de dezenas de medidas” que já estão impulsionando a retomada do crescimento econômico, como o incentivo ao microcrédito, a liberação de mais 12% de crédito oficial para a safra agrícola de 2004, o apoio ao sistema cooperativo e as reformas da Previdência, tributária (ambas no Congresso) e a reforma trabalhista e sindical, que ainda está sendo discutida no Fórum Nacional do Trabalho. “Isso (a redução da jornada) não pode ser visto de maneira isolada e nem será implantado de maneira arbitrária pelo governo”, reiterou.
Questionado sobre o tamanho da redução da jornada de trabalho pretendida pelo governo, Genro disse que seria “prematuro” dar um indicativo, antes de o governo fechar uma posição sobre isso.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva divulgou nota dizendo que a medida é um reivindicação da central e que não tem dúvidas sobre a possibilidade de ela gerar milhões de postos de trabalho, mas cobrou que a discussão fosse feita no Fórum Nacional do Trabalho. “Propor a redução da jornada sem levar em conta esse fator (crise) pode fazer com que as empresas percam competitividade”, diz a nota.
A entidade sugeriu que o governo concedesse incentivos fiscais às empresas que reduzirem a jornada de trabalho. Os incentivos seriam discutidos no Fórum.
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