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Dirceu veio receber título
na Assembléia Legislativa.
As medidas adotadas pelo governador Roberto Requião (PMDB) na Copel têm todo o apoio do governo federal. Foi o que disse o ministro da Casa Civil, José Dirceu, ontem em sua passagem por Curitiba, onde fez palestras para empresários e recebeu o título de Cidadão Honorário do Paraná, em solenidade na Assembléia Legislativa.
De acordo com o ministro, a situação da Copel comporta as ações do governo, que está revendo contratos, concedendo descontos na tarifa em igual valor ao aumento determinado pela Aneel e recentemente, anunciou a implantação para o programa de isenção para famílias de baixa renda “Isso depende muito da situação da empresa e pelo que o governador Roberto Requião me expôs, a Copel tem condições de fazê-lo. Nós temos empresas nacionais em grandes dificuldades porque foram privatizadas e também teve a crise energética. Depende de cada empresa”, afirmou.
O ministro chegou a Curitiba por volta das dez horas. Ele desembarcou do helicóptero do governo no pátio da sede do grupo Paulo Pimentel, no Jardim Mercês e seguiu direto para a TV Educativa, onde gravou entrevista. O ministro fez, em seguida, uma palestra para empresários no Paraná Clube, onde almoçou. Na seqüência, reuniu-se com o governador no Palácio Iguaçu, antes de ser homenageado na Assembléia Legislativa.
José Dirceu disse que para o governo do Paraná é mais fácil adotar uma política própria de energia do que para o governo federal. “Estamos reorganizando este sistema. É evidente que no Paraná a reorganização do sistema é mais rápida. Em nivel federal é muito mais complexa porque envolve muito mais interesses, muito mais empresas. O contensioso é muito maior e nós, infelizmente, temos problemas maiores para enfrentar do que o governador Requião”, afirmou.
Sobre a isenção para famílias com consumo mensal de até 100kW, José Dirceu afirmou que se trata de “uma medida mais que meritória, importante e se pudesse ser estendida a outros Estados …”. Dirceu disse ainda que a experiência de Requião deve ser analisada pela ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef. “Nós sempre tivemos no Brasil o subsídio privado. A União está fazendo um programa agora para levar luz, até 2.006, àqueles que não tem. Programa subsidiado, quase gratuito. É importante essa experiência do governador Roberto Requião e evidentemente a ministra Dilma vai analisar”, comentou.
Pedágio
Sobre a decisão do governador de assumir a administração do pedágio no Estado – o governo está na fase das auditorias nas empresas – o ministro observou que Requião tem legitimidade para fazer a encampação e que nenhuma das iniciativas afetou a relação do governo estadual com o governo federal. Há mais de um mês, Requião cobrou publicamente o PT sobre as críticas que recebeu do líder do governo no Senado, Aloísio Mercadante, que condenou o rompimento de contratos.
O ministro da Casa Civil afirmou que a relação do governo Requião é “excelente” com o governo federal. “O governador Roberto Requião é o governador Roberto Requião. O Paraná o conhece. Ele disse durante a campanha eleitoral que iria rever os contratos. Não escondeu isso de ninguém. A população o elegeu. Todos sabiam o que o Requião iria fazer. Ele tem o respaldo das urnas”, disse.
Dirceu diz que se considera paranaense
O governador Roberto Requião entregou ontem à tarde o título de cidadão honorário do Paraná ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, em solenidade no plenário da Assembléia Legislativa. “Praticamente pedi este título. Faltava esse diploma legal para eu ser, em definitivo, aquilo que me considero, que é ser um paranaense. Vou resgatar uma dívida que tenho com o Paraná servindo ao Brasil”, disse José Dirceu, que ao voltar do seu exílio político escolheu o Estado para viver.
“A primeira razão do meu retorno ao Brasil foi servir aos brasileiros. Outra razão foi a fidelidade aos ideais da minha geração e aos companheiros que lutaram comigo. E teve ainda uma terceira razão, que foi a crença de viver em liberdade”, disse o ministro, ao ser homenageado. José Dirceu é mineiro, natural de Passa Quatro.
O governador saudou o ministro, citando que são da mesma geração, têm cultura e educação semelhantes e trabalham em governos “firmes e de mudanças”. Requião disse que o ministro merece o título, assim como o governo federal merece o crédito dos paranaenses. “Acreditamos que ele vá trabalhar pelo Paraná assim como pelo Brasil. Só posso dizer que sancionei a homenagem e assinei o título com grande satisfação”, afirmou.