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Bancários denunciam mau atendimento

(São Paulo) Do Oiapoque ao Chuí, de Natal a Rio Branco, bancários dos quatro cantos do Brasil saem às ruas hoje, em protesto ao Dia Nacional de Denúncia Contra o Mau Atendimento Bancário. Os sindicatos de todo o país já organizaram as manifestações que vão ao encontro de um dos principais motes da Campanha Salarial deste ano: melhorias para os clientes e usuários do sistema financeiro nacional.
A Confederação Nacional dos Bancários da CUT (CNB/CUT) preparou um jornal especial para os clientes, que será distribuído durante os protestos. “Nesta Campanha Salarial tivemos uma preocupação especial com os clientes e incluímos em nossa pauta de reivindicações itens que melhoram a qualidade do atendimento. Os usuários do sistema financeiro são os responsáveis pela bela lucratividade dos bancos e merecem ser tratados com respeito”, destacou Varela Cavalcanti, secretário de Imprensa da CNB. Entre as reivindicações voltadas para os clientes estão a ampliação do horário de atendimento, a queda dos juros e das tarifas bancárias e a ampliação da linha de crédito.
Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT, ressaltou que os juros cobrados pelos bancos são uma vergonha e só contribuem para a concentração de renda no Brasil e a estagnação da economia. O “spread” bancário – diferença entre o que os banqueiros cobram de juros e o quanto pagam quando estão com o seu dinheiro – está entre os maiores do mundo, segundo dados do Banco Mundial, num ranking de 130 países. O “spread” brasileiro foi calculado em 49,2 pontos percentuais, enquanto nos países desenvolvidos esta taxa é inferior a 10 pontos percentuais. “A diferença absurda entre a taxa básica e a praticada no mercado terá de ser reduzida rapidamente se o país quiser crescer de verdade”, comentou Vagner.
O “spread” bancário contribui com a altíssima lucratividade dos bancos, mas não se reverte em benefícios para os clientes. “Os banqueiros preferem usar o dinheiro para investir em ações e títulos públicos, que lhes rendem muito mais retorno, do que fazer empréstimos para financiar a produção”, disse Carlos Cordeiro, secretário-geral da CNB. Segundo matéria da Folha de São Paulo, em 1994 o crédito disponível na economia eqüivalia a 35,5% do PIB (Produto Interno Bruto). No ano passado, essa relação ficou em 24,8% do PIB. “No mesmo período, o lucro dos dez maiores bancos no país foi R$ 1,279 bilhão. No ano passado, o ganho conjunto dos dez maiores foi de R$ 14,573 bilhões – crescimento de 1.039%”, acrescentou Cordeiro.
As tarifas também andam atrapalhando a vida de muitos clientes. A cada dia, os bancos criam uma nova taxa para abocanhar mais uma parcela da conta. Entre 1994 e 2003 as receitas de serviços cresceram 746,07%, saltando de R$ 2,49 bilhões para R$ 21,11 bilhões. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), somente no ano passado os bancos promoveram reajustes médios de 14,5% nas tarifas que cobram dos clientes, superando com folga a inflação acumulada de 8,01%, de acordo com o ICV/Dieese. Com isto, as tarifas já cobrem toda a folha de pagamento dos bancos.
Segurança bancária – A segurança nas agências e postos de atendimento é outra preocupação dos bancários. Os trabalhadores cobraram dos bancos que todos os pontos tenham portas giratórias de segurança com detectores de metais na entrada principal; câmaras de vídeo monitoradas externamente; vidros blindados nas portas e fachadas externas e, no mínimo, dois vigilantes por unidade que passem periodicamente por cursos de aperfeiçoamento e avaliações psicológicas. Em caso de assalto, reivindicam que a unidade fique fechada no dia da ocorrência e que sua reabertura fique condicionada à vistoria da Polícia Federal.
De acordo com o secretário-geral da CNB/CUT, Carlos Cordeiro, muitos bancos estão descumprindo a lei 7.102, ao esquecerem do auto-atendimento na hora de elaborar seus planos de segurança. “Devido a esta fragilidade em alguns bancos já ocorreram até mortes. Clientes, bancários e vigilantes ficam expostos, pois qualquer pessoa tem acesso ao auto-atendimento”, denunciou.
Atendimento mais rápido – Os bancários também apresentaram aos banqueiros propostas para agilizar o atendimento nas agências. Uma da iniciativas é ampliação do horário de funcionamento em mais duas horas: das 9h às 17h. Para assegurar a qualidade, os bancários reivindicam também o controle das filas. Pela proposta, os bancos devem tomar medidas para diminuir o tempo de espera dos clientes e usuários, “que não poderá ultrapassar a 15 minutos”. Os próprios sindicatos se comprometem a acompanhar as iniciativas tomadas pelos patrões para limitar o tempo de espera.
Mas enquanto os banqueiros não atendem as reivindicações, os sindicatos organizam protestos para pressionar os patrões nesta Campanha. A CNB/CUT divulgará hoje uma relação das atividades ocorridas pelo país.
Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT

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Bancários denunciam mau atendimento

(São Paulo) Do Oiapoque ao Chuí, de Natal a Rio Branco, bancários dos quatro cantos do Brasil saem às ruas hoje, em protesto ao Dia Nacional de Denúncia Contra o Mau Atendimento Bancário. Os sindicatos de todo o país já organizaram as manifestações que vão ao encontro de um dos principais motes da Campanha Salarial deste ano: melhorias para os clientes e usuários do sistema financeiro nacional.

A Confederação Nacional dos Bancários da CUT (CNB/CUT) preparou um jornal especial para os clientes, que será distribuído durante os protestos. “Nesta Campanha Salarial tivemos uma preocupação especial com os clientes e incluímos em nossa pauta de reivindicações itens que melhoram a qualidade do atendimento. Os usuários do sistema financeiro são os responsáveis pela bela lucratividade dos bancos e merecem ser tratados com respeito”, destacou Varela Cavalcanti, secretário de Imprensa da CNB. Entre as reivindicações voltadas para os clientes estão a ampliação do horário de atendimento, a queda dos juros e das tarifas bancárias e a ampliação da linha de crédito.

Vagner Freitas, presidente da CNB/CUT, ressaltou que os juros cobrados pelos bancos são uma vergonha e só contribuem para a concentração de renda no Brasil e a estagnação da economia. O “spread” bancário – diferença entre o que os banqueiros cobram de juros e o quanto pagam quando estão com o seu dinheiro – está entre os maiores do mundo, segundo dados do Banco Mundial, num ranking de 130 países. O “spread” brasileiro foi calculado em 49,2 pontos percentuais, enquanto nos países desenvolvidos esta taxa é inferior a 10 pontos percentuais. “A diferença absurda entre a taxa básica e a praticada no mercado terá de ser reduzida rapidamente se o país quiser crescer de verdade”, comentou Vagner.

O “spread” bancário contribui com a altíssima lucratividade dos bancos, mas não se reverte em benefícios para os clientes. “Os banqueiros preferem usar o dinheiro para investir em ações e títulos públicos, que lhes rendem muito mais retorno, do que fazer empréstimos para financiar a produção”, disse Carlos Cordeiro, secretário-geral da CNB. Segundo matéria da Folha de São Paulo, em 1994 o crédito disponível na economia eqüivalia a 35,5% do PIB (Produto Interno Bruto). No ano passado, essa relação ficou em 24,8% do PIB. “No mesmo período, o lucro dos dez maiores bancos no país foi R$ 1,279 bilhão. No ano passado, o ganho conjunto dos dez maiores foi de R$ 14,573 bilhões – crescimento de 1.039%”, acrescentou Cordeiro.

As tarifas também andam atrapalhando a vida de muitos clientes. A cada dia, os bancos criam uma nova taxa para abocanhar mais uma parcela da conta. Entre 1994 e 2003 as receitas de serviços cresceram 746,07%, saltando de R$ 2,49 bilhões para R$ 21,11 bilhões. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), somente no ano passado os bancos promoveram reajustes médios de 14,5% nas tarifas que cobram dos clientes, superando com folga a inflação acumulada de 8,01%, de acordo com o ICV/Dieese. Com isto, as tarifas já cobrem toda a folha de pagamento dos bancos.

Segurança bancária – A segurança nas agências e postos de atendimento é outra preocupação dos bancários. Os trabalhadores cobraram dos bancos que todos os pontos tenham portas giratórias de segurança com detectores de metais na entrada principal; câmaras de vídeo monitoradas externamente; vidros blindados nas portas e fachadas externas e, no mínimo, dois vigilantes por unidade que passem periodicamente por cursos de aperfeiçoamento e avaliações psicológicas. Em caso de assalto, reivindicam que a unidade fique fechada no dia da ocorrência e que sua reabertura fique condicionada à vistoria da Polícia Federal.

De acordo com o secretário-geral da CNB/CUT, Carlos Cordeiro, muitos bancos estão descumprindo a lei 7.102, ao esquecerem do auto-atendimento na hora de elaborar seus planos de segurança. “Devido a esta fragilidade em alguns bancos já ocorreram até mortes. Clientes, bancários e vigilantes ficam expostos, pois qualquer pessoa tem acesso ao auto-atendimento”, denunciou.

Atendimento mais rápido – Os bancários também apresentaram aos banqueiros propostas para agilizar o atendimento nas agências. Uma da iniciativas é ampliação do horário de funcionamento em mais duas horas: das 9h às 17h. Para assegurar a qualidade, os bancários reivindicam também o controle das filas. Pela proposta, os bancos devem tomar medidas para diminuir o tempo de espera dos clientes e usuários, “que não poderá ultrapassar a 15 minutos”. Os próprios sindicatos se comprometem a acompanhar as iniciativas tomadas pelos patrões para limitar o tempo de espera.

Mas enquanto os banqueiros não atendem as reivindicações, os sindicatos organizam protestos para pressionar os patrões nesta Campanha. A CNB/CUT divulgará hoje uma relação das atividades ocorridas pelo país.

Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT

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