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Grandes bancos cortejam as principais redes de varejo

Após uma enxurrada de aquisições de financeiras independentes e de bancos de menor porte voltados ao financiamento ao consumo, a tendência agora é a de cortejar o varejo. “As noivas mais bonitas hoje são as grandes redes”, disse recentemente Emilson Alonso, presidente do HSBC Brasil, que opera a Losango.

Mas, na avaliação de consultores, os bancos estão pagando caro pelo banho de loja. O Itaú irá pagar R$ 305 milhões ao Pão de Açúcar para ser sócio na nova financeira da rede, e o Unibanco comprou por US$ 200 milhões a HiperCard, a administradora de cartões dos supermercados Bompreço. Os altos valores desembolsados nessas dois negócios, fechados neste ano, só valorizam ainda mais o passe da Casas Bahia, a maior rede de eletrodomésticos e móveis do país.

“Todos os varejistas estão sendo procurados. Nós também já fomos”, afirma José Galló, presidente da Renner, rede de lojas de vestuário controlada pela multinacional americana J.C. Penney. Eldo Moreno, diretor-superintendente da Colombo, rede de eletrodomésticos com sede no Rio Grande do Sul, confirma igualmente que os bancos já sondaram a empresa. “Mas não há nenhuma decisão a este respeito”, responde Moreno.

O cortejo dos bancos ao varejo se acirrou nos últimos dois anos por alguns motivos. Primeiro, as oportunidades de negócios de aquisição de financeiras estão cada vez mais escassas. Uma das poucas disponíveis é a do Banco Panamericano, do grupo Sílvio Santos, que fontes do mercado consideram ter um preço salgado demais.

Outro motivo são os ganhos que o varejista obtém com a abertura de uma financeira. Como comércio, a rede é obrigada a recolher a CPMF sobre suas movimentações, inclusive sobre o financiamento do consumidor. Ao abrir uma instituição financeira, cai a necessidade de recolhimento da CPMF nas operações específicas de financeira. E um ganho de 0,38% faz toda a diferença na margem apertada do varejo. Ainda na questão tributária, há casos de varejistas que brigam com os Fiscos estaduais sobre a necessidade ou não do recolhimento de ICMS sobre financiamento das vendas. A abertura de financeira elimina essa questão.

O crescimento econômico e, conseqüentemente, do crédito também incentivam a parceria varejo/banco. Ao financiar seus próprios clientes, o varejista “empata” recursos e pode não ter fôlego para ampliar vendas ou alongar prazos.

Hoje, são poucas as grandes redes que não têm um parceiro financeiro. A exceção é a Casas Bahia, com R$ 6 bilhões de faturamento em 2003 e 15 milhões de clientes. Noiva mais cobiçada do mercado, recebe propostas semanalmente de bancos. “Eles poderiam embolsar um volume altíssimo de recursos na venda da carteira”, diz o presidente de um banco de investimentos. Os Klein, controladores da rede, atendem todos, mas a resposta é que não há interesse. Pelo menos por enquanto, acreditam fontes do mercado financeiro.

Em uma entrevista ao Valor, há alguns meses, o diretor financeiro da Casas Bahia, Michael Klein, calculou que suas vendas cairiam pela metade numa eventual associação com uma instituição financeira. “Quem compra na Casas Bahia não tem CPF nem carteira assinada. Grande parte dos nossos clientes não têm comprovação de renda”, justificou. Os bancos não concederiam crédito para a clientela da rede.

Como grande parte das vendas de eletrodomésticos e móveis é financiada, esse é um setor ainda mais interessante para os bancos do que os supermercados. Quando o Ponto Frio vendeu 50% de seu banco, agora rebatizado para PontoCred, para o Unibanco, o negócio chegou a ser criticado por consultores, que acreditavam que a varejista estava vendendo “a galinha dos ovos de ouro”. O Unibanco, na mesma época, também comprou metade da financeira do Magazine Luiza. Agora, a associação com os bancos não causa mais surpresa.

Fonte: Valor Econômico – Cláudia Facchini e Raquel Salgado

Por 11:00 Notícias

Grandes bancos cortejam as principais redes de varejo

Após uma enxurrada de aquisições de financeiras independentes e de bancos de menor porte voltados ao financiamento ao consumo, a tendência agora é a de cortejar o varejo. “As noivas mais bonitas hoje são as grandes redes”, disse recentemente Emilson Alonso, presidente do HSBC Brasil, que opera a Losango.
Mas, na avaliação de consultores, os bancos estão pagando caro pelo banho de loja. O Itaú irá pagar R$ 305 milhões ao Pão de Açúcar para ser sócio na nova financeira da rede, e o Unibanco comprou por US$ 200 milhões a HiperCard, a administradora de cartões dos supermercados Bompreço. Os altos valores desembolsados nessas dois negócios, fechados neste ano, só valorizam ainda mais o passe da Casas Bahia, a maior rede de eletrodomésticos e móveis do país.
“Todos os varejistas estão sendo procurados. Nós também já fomos”, afirma José Galló, presidente da Renner, rede de lojas de vestuário controlada pela multinacional americana J.C. Penney. Eldo Moreno, diretor-superintendente da Colombo, rede de eletrodomésticos com sede no Rio Grande do Sul, confirma igualmente que os bancos já sondaram a empresa. “Mas não há nenhuma decisão a este respeito”, responde Moreno.
O cortejo dos bancos ao varejo se acirrou nos últimos dois anos por alguns motivos. Primeiro, as oportunidades de negócios de aquisição de financeiras estão cada vez mais escassas. Uma das poucas disponíveis é a do Banco Panamericano, do grupo Sílvio Santos, que fontes do mercado consideram ter um preço salgado demais.
Outro motivo são os ganhos que o varejista obtém com a abertura de uma financeira. Como comércio, a rede é obrigada a recolher a CPMF sobre suas movimentações, inclusive sobre o financiamento do consumidor. Ao abrir uma instituição financeira, cai a necessidade de recolhimento da CPMF nas operações específicas de financeira. E um ganho de 0,38% faz toda a diferença na margem apertada do varejo. Ainda na questão tributária, há casos de varejistas que brigam com os Fiscos estaduais sobre a necessidade ou não do recolhimento de ICMS sobre financiamento das vendas. A abertura de financeira elimina essa questão.
O crescimento econômico e, conseqüentemente, do crédito também incentivam a parceria varejo/banco. Ao financiar seus próprios clientes, o varejista “empata” recursos e pode não ter fôlego para ampliar vendas ou alongar prazos.
Hoje, são poucas as grandes redes que não têm um parceiro financeiro. A exceção é a Casas Bahia, com R$ 6 bilhões de faturamento em 2003 e 15 milhões de clientes. Noiva mais cobiçada do mercado, recebe propostas semanalmente de bancos. “Eles poderiam embolsar um volume altíssimo de recursos na venda da carteira”, diz o presidente de um banco de investimentos. Os Klein, controladores da rede, atendem todos, mas a resposta é que não há interesse. Pelo menos por enquanto, acreditam fontes do mercado financeiro.
Em uma entrevista ao Valor, há alguns meses, o diretor financeiro da Casas Bahia, Michael Klein, calculou que suas vendas cairiam pela metade numa eventual associação com uma instituição financeira. “Quem compra na Casas Bahia não tem CPF nem carteira assinada. Grande parte dos nossos clientes não têm comprovação de renda”, justificou. Os bancos não concederiam crédito para a clientela da rede.
Como grande parte das vendas de eletrodomésticos e móveis é financiada, esse é um setor ainda mais interessante para os bancos do que os supermercados. Quando o Ponto Frio vendeu 50% de seu banco, agora rebatizado para PontoCred, para o Unibanco, o negócio chegou a ser criticado por consultores, que acreditavam que a varejista estava vendendo “a galinha dos ovos de ouro”. O Unibanco, na mesma época, também comprou metade da financeira do Magazine Luiza. Agora, a associação com os bancos não causa mais surpresa.
Fonte: Valor Econômico – Cláudia Facchini e Raquel Salgado

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