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BB e TecBan cobiçam os caixas do Bradesco

Há uma grande queda-de-braço no mundo dos bancos. De um lado, o projeto Bancos Integrados, de compartilhamento de máquinas de auto-atendimento do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. De outro, a TecBan, empresa que administra o Banco 24Horas, que tem 11 sócios. Flertando com os dois grupos está o Bradesco, maior banco privado do país.

Noiva cobiçada, o Bradesco tem uma rede total de 22.060 terminais de atendimento (os BDN). Os que entram na negociação de compartilhamento são os que ficam fora das agências bancárias – algo perto de 12% do total. Além disso, estuda-se a possibilidade de incluir no compartilhamento o Banco Postal, concessão dos Correios para a utilização de agências postais como ponto de atendimento bancário.

“Já chegamos a um acordo com o Bradesco. Agora falta ajustar a questão operacional e fechar o conceito da nova empresa”, afirma Edson Monteiro, diretor de varejo do Banco do Brasil. Ele não descarta a possibilidade de o Bradesco fechar um acordo de compartilhamento também com a TecBan, mas é taxativo: “O modelo TecBan está fadado ao desaparecimento. A estrutura de governança corporativa não permite o desenvolvimento da empresa e o acordo de acionistas não leva em conta o volume de transações”.

O Bradesco preferiu não comentar o assunto. Em nota, informou apenas que “está analisando o que é melhor para os interesses de seus clientes, seus acionistas e que, ao mesmo tempo, proporcione mais eficiência à organização”. Em ocasiões anteriores, o presidente da instituição, Márcio Cypriano, já admitiu negociações com a rede Bancos Integrados. O compartilhamento é bom negócio para o banco porque a média de transações em seus terminais está acima da média internacional. “Se não compartilhar, o banco terá de fazer grandes investimentos”, diz um especialista do setor.

Na TecBan, o Bradesco é o segundo maior acionista, com 17,2% do capital total, atrás apenas do Unibanco. Mas não compartilha terminais: seus clientes, por exemplo, não podem sacar dinheiro em um Banco 24Horas, assim como um cliente do Unibanco ou do HSBC não pode fazer saques em caixas Bradesco. A participação societária na TecBan foi obtida a partir da aquisição de outras instituições financeiras – BCN, Banco Mercantil de São Paulo (Finasa) e Alvorada.

Claus Vieira, presidente da TecBan, admite que está em negociações com o Bradesco. E não vê problemas em bancos compartilharem caixas na TecBan e também na rede Bancos Integrados. Mas crê que a empresa, por ser independente, deveria ser o veículo natural na oferta desse tipo de serviço. “Estamos consolidados, somos auditados, temos transparência e não somos do governo”, afirma o executivo, que nega que a criação de Bancos Integrados enfraqueça a TecBan.

Apesar de dizer que vê com bons olhos a iniciativa do BB e da Caixa de compartilharem as máquinas de auto-atendimento, Vieira faz questão de frisar que o movimento em todo o mundo é hoje de consolidação, com redução no número de redes que oferecem o compartilhamento. “A consolidação dá ganho de escala e reduz custo. Na Inglaterra, por exemplo, a Link adquiriu a MINT e a Four Banks e hoje integra 22 bancos. A TecBan tem condições de ser a Link no Brasil”, diz o executivo, que assumiu o comando da empresa no início do ano e a está reestruturando.

Uma das vantagens apontadas por Vieira para que o Bradesco feche o negócio com a TecBan é o fato de que o cliente do banco poderá utilizar o caixa do Banco 24Horas, e não o do BB, que é seu concorrente. Na estrutura atual, os 36 bancos associados à TecBan adotam o seguinte esquema: cobram uma tarifa mais barata (ou até não cobram) dos clientes que usam a rede própria da instituição; uma tarifa média para o uso do Banco 24Horas e uma tarifa mais cara para o uso do caixa de outro banco da rede compartilhada. “O desestímulo é proposital porque há um risco em deixar seu cliente usar o serviço do concorrente”, explica.

Para Edson Monteiro, do BB, não há qualquer risco envolvido no compartilhamento de caixas. “Os bancos continuarão com seu diferencial, que são as salas de auto-atendimento instaladas nas agências. O que estamos integrando são os terminais externos, instalados em shoppings, postos de combustíveis etc.” O BB tem hoje cerca de 8,5 mil terminais externos.

Uma experiência piloto do projeto Bancos Integrados teve início em 24 de fevereiro, em 812 pontos compartilhados nas cidades de Brasília, Recife e Curitiba. A expectativa é de que dentro de seis a oito meses o projeto seja expandido para todo o país. A estimativa é de que a integração, considerando-se apenas BB e Caixa, reduza custos operacionais (como assistência técnica e transporte de valores) em cerca de 30%. O Unibanco, que resiste a abrir o compartilhamento ao Bradesco na TecBan, segundo o Valor apurou, está também interessado em negociar com a rede Bancos Integrados.

Fonte: Valor Econômico – Raquel Balarin

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BB e TecBan cobiçam os caixas do Bradesco

Há uma grande queda-de-braço no mundo dos bancos. De um lado, o projeto Bancos Integrados, de compartilhamento de máquinas de auto-atendimento do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. De outro, a TecBan, empresa que administra o Banco 24Horas, que tem 11 sócios. Flertando com os dois grupos está o Bradesco, maior banco privado do país.
Noiva cobiçada, o Bradesco tem uma rede total de 22.060 terminais de atendimento (os BDN). Os que entram na negociação de compartilhamento são os que ficam fora das agências bancárias – algo perto de 12% do total. Além disso, estuda-se a possibilidade de incluir no compartilhamento o Banco Postal, concessão dos Correios para a utilização de agências postais como ponto de atendimento bancário.
“Já chegamos a um acordo com o Bradesco. Agora falta ajustar a questão operacional e fechar o conceito da nova empresa”, afirma Edson Monteiro, diretor de varejo do Banco do Brasil. Ele não descarta a possibilidade de o Bradesco fechar um acordo de compartilhamento também com a TecBan, mas é taxativo: “O modelo TecBan está fadado ao desaparecimento. A estrutura de governança corporativa não permite o desenvolvimento da empresa e o acordo de acionistas não leva em conta o volume de transações”.
O Bradesco preferiu não comentar o assunto. Em nota, informou apenas que “está analisando o que é melhor para os interesses de seus clientes, seus acionistas e que, ao mesmo tempo, proporcione mais eficiência à organização”. Em ocasiões anteriores, o presidente da instituição, Márcio Cypriano, já admitiu negociações com a rede Bancos Integrados. O compartilhamento é bom negócio para o banco porque a média de transações em seus terminais está acima da média internacional. “Se não compartilhar, o banco terá de fazer grandes investimentos”, diz um especialista do setor.
Na TecBan, o Bradesco é o segundo maior acionista, com 17,2% do capital total, atrás apenas do Unibanco. Mas não compartilha terminais: seus clientes, por exemplo, não podem sacar dinheiro em um Banco 24Horas, assim como um cliente do Unibanco ou do HSBC não pode fazer saques em caixas Bradesco. A participação societária na TecBan foi obtida a partir da aquisição de outras instituições financeiras – BCN, Banco Mercantil de São Paulo (Finasa) e Alvorada.
Claus Vieira, presidente da TecBan, admite que está em negociações com o Bradesco. E não vê problemas em bancos compartilharem caixas na TecBan e também na rede Bancos Integrados. Mas crê que a empresa, por ser independente, deveria ser o veículo natural na oferta desse tipo de serviço. “Estamos consolidados, somos auditados, temos transparência e não somos do governo”, afirma o executivo, que nega que a criação de Bancos Integrados enfraqueça a TecBan.
Apesar de dizer que vê com bons olhos a iniciativa do BB e da Caixa de compartilharem as máquinas de auto-atendimento, Vieira faz questão de frisar que o movimento em todo o mundo é hoje de consolidação, com redução no número de redes que oferecem o compartilhamento. “A consolidação dá ganho de escala e reduz custo. Na Inglaterra, por exemplo, a Link adquiriu a MINT e a Four Banks e hoje integra 22 bancos. A TecBan tem condições de ser a Link no Brasil”, diz o executivo, que assumiu o comando da empresa no início do ano e a está reestruturando.
Uma das vantagens apontadas por Vieira para que o Bradesco feche o negócio com a TecBan é o fato de que o cliente do banco poderá utilizar o caixa do Banco 24Horas, e não o do BB, que é seu concorrente. Na estrutura atual, os 36 bancos associados à TecBan adotam o seguinte esquema: cobram uma tarifa mais barata (ou até não cobram) dos clientes que usam a rede própria da instituição; uma tarifa média para o uso do Banco 24Horas e uma tarifa mais cara para o uso do caixa de outro banco da rede compartilhada. “O desestímulo é proposital porque há um risco em deixar seu cliente usar o serviço do concorrente”, explica.
Para Edson Monteiro, do BB, não há qualquer risco envolvido no compartilhamento de caixas. “Os bancos continuarão com seu diferencial, que são as salas de auto-atendimento instaladas nas agências. O que estamos integrando são os terminais externos, instalados em shoppings, postos de combustíveis etc.” O BB tem hoje cerca de 8,5 mil terminais externos.
Uma experiência piloto do projeto Bancos Integrados teve início em 24 de fevereiro, em 812 pontos compartilhados nas cidades de Brasília, Recife e Curitiba. A expectativa é de que dentro de seis a oito meses o projeto seja expandido para todo o país. A estimativa é de que a integração, considerando-se apenas BB e Caixa, reduza custos operacionais (como assistência técnica e transporte de valores) em cerca de 30%. O Unibanco, que resiste a abrir o compartilhamento ao Bradesco na TecBan, segundo o Valor apurou, está também interessado em negociar com a rede Bancos Integrados.
Fonte: Valor Econômico – Raquel Balarin

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