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Renda para gasto extra cai em todas as classes

Foram as classes sociais localizadas na base da pirâmide que tiveram as maiores perdas na renda disponível para gastos extras nos últimos meses. Um valor que poderia até ser convertido em poupança. Na prática, ninguém escapou: todo mundo perdeu dinheiro, mas houve claras diferenças no tamanho desse tombo.
Segundo dados da empresa de estudos Ipsos Marplan, coletados a pedido da Folha, ao final do mês de maio sobravam R$ 27,84 na carteira de uma família das classes D e E -após despesas que vão de alimentação a lazer. O valor representa um decréscimo de 70% sobre o montante registrado em julho de 2004 (R$ 93,10)
Ao se considerarem todas as camadas de renda, uma família brasileira acumulava, como sobra de recursos após gastos gerais, a soma de R$ 182,02 ao final de maio. O valor caiu no último ano. Em julho de 2004, o volume atingia R$ 248,49 -uma retração de 26,75%, portanto.
A queda se aprofundou no último mês, quando o tombo foi considerável. Pelos dados da Ipsos, em abril, a renda disponível familiar atingia R$ 218,66. Logo depois, em maio, o valor já tinha caído para os R$ 182 -o que representa uma perda de quase R$ 37 em 30 dias. É como se, a cada 24 horas, R$ 1,23 saísse, a mais, da conta bancária da família de um mês para o outro. Isso para o pagamento das despesas da casa.
Para obter esse resultado, os técnicos da consultoria verificam a renda das famílias analisadas e subtraem 24 diferentes gastos que vão desde itens como educação, alimentação, saúde, transporte até lazer, vestuário e despesas com prestações. Dessa subtração, aparece um valor classificado como renda disponível.
Empresa de pesquisas especializada em mídia e consumo do grupo Ipsos, a Ipsos Marplan faz entrevistas no país com mil pessoas ao final do mês para acompanhar hábitos de consumo.
Segundo o estudo, as classes A e B também amargaram perdas altas. A renda disponível caiu de R$ 861,04 em julho de 2004 para R$ 386,78 em maio de 2005 -um decréscimo de 55% no montante.
Indústria, supermercados e economistas apontam razões semelhantes para o encurtamento da renda. Os recentes reajustes das tarifas públicas, que incham o orçamento familiar, somados ao aumento nas taxas de juros -que elevou os gastos com prestações no comércio-, aumentaram a despesa mensal do brasileiro.
A disparada na inflação, gerada pelos preços administrados, é citado como o fator principal de perda na renda disponível da população.
Oito das maiores distribuidoras de energia do país efetuaram reajustes médios de 17,84% nas tarifas neste ano, contra o IGP-M de 11,12% e o IPCA de 7,54% nos 12 meses terminados em abril, diz a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A elevação nas tarifas é liberada pelo governo, que, para tornar atraentes as concessionárias privatizadas anos atrás, decidiu garantir reajustes anuais nos contratos de concessão. Os balanços financeiros das empresas informam que esses reajustes garantiram bons lucros em 2004.
Outro levantamento, da IPDM (Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento de Mercado), publicado ontem, mostra que a população brasileira tem disponível R$ 86,2 bilhões para gastos no lar em 2005. Telefonia fixa, energia, gás e condomínio vão abocanhar a maior parte desse montante (R$ 43,9 bilhões só na região Sudeste).
Os mais ricos
É possível que a leve recuperação no emprego neste ano contribua para um maior fôlego na renda familiar. A questão é que esse vigor pode não ser o bastante para reverter a queda na renda.
“Temos as tarifas públicas “comendo” a renda e uma leve melhora no emprego. Nesse cenário, resta para nós um mercado consumidor que simplesmente não decola”, diz João Carlos de Oliveira, presidente da Abras, a associação dos supermercados.
“Ainda há um dinamismo relativamente baixo no mercado de trabalho, o que acaba imprimindo um ritmo lento, quando não um retrocesso, no avanço do mercado interno”, afirma Julio Gomes de Almeida, diretor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), em publicação do instituto.
Fonte: Folha de São Paulo – Adriana Mattos

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Renda para gasto extra cai em todas as classes

Foram as classes sociais localizadas na base da pirâmide que tiveram as maiores perdas na renda disponível para gastos extras nos últimos meses. Um valor que poderia até ser convertido em poupança. Na prática, ninguém escapou: todo mundo perdeu dinheiro, mas houve claras diferenças no tamanho desse tombo.

Segundo dados da empresa de estudos Ipsos Marplan, coletados a pedido da Folha, ao final do mês de maio sobravam R$ 27,84 na carteira de uma família das classes D e E -após despesas que vão de alimentação a lazer. O valor representa um decréscimo de 70% sobre o montante registrado em julho de 2004 (R$ 93,10)

Ao se considerarem todas as camadas de renda, uma família brasileira acumulava, como sobra de recursos após gastos gerais, a soma de R$ 182,02 ao final de maio. O valor caiu no último ano. Em julho de 2004, o volume atingia R$ 248,49 -uma retração de 26,75%, portanto.

A queda se aprofundou no último mês, quando o tombo foi considerável. Pelos dados da Ipsos, em abril, a renda disponível familiar atingia R$ 218,66. Logo depois, em maio, o valor já tinha caído para os R$ 182 -o que representa uma perda de quase R$ 37 em 30 dias. É como se, a cada 24 horas, R$ 1,23 saísse, a mais, da conta bancária da família de um mês para o outro. Isso para o pagamento das despesas da casa.

Para obter esse resultado, os técnicos da consultoria verificam a renda das famílias analisadas e subtraem 24 diferentes gastos que vão desde itens como educação, alimentação, saúde, transporte até lazer, vestuário e despesas com prestações. Dessa subtração, aparece um valor classificado como renda disponível.

Empresa de pesquisas especializada em mídia e consumo do grupo Ipsos, a Ipsos Marplan faz entrevistas no país com mil pessoas ao final do mês para acompanhar hábitos de consumo.

Segundo o estudo, as classes A e B também amargaram perdas altas. A renda disponível caiu de R$ 861,04 em julho de 2004 para R$ 386,78 em maio de 2005 -um decréscimo de 55% no montante.

Indústria, supermercados e economistas apontam razões semelhantes para o encurtamento da renda. Os recentes reajustes das tarifas públicas, que incham o orçamento familiar, somados ao aumento nas taxas de juros -que elevou os gastos com prestações no comércio-, aumentaram a despesa mensal do brasileiro.

A disparada na inflação, gerada pelos preços administrados, é citado como o fator principal de perda na renda disponível da população.
Oito das maiores distribuidoras de energia do país efetuaram reajustes médios de 17,84% nas tarifas neste ano, contra o IGP-M de 11,12% e o IPCA de 7,54% nos 12 meses terminados em abril, diz a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A elevação nas tarifas é liberada pelo governo, que, para tornar atraentes as concessionárias privatizadas anos atrás, decidiu garantir reajustes anuais nos contratos de concessão. Os balanços financeiros das empresas informam que esses reajustes garantiram bons lucros em 2004.

Outro levantamento, da IPDM (Instituto de Pesquisa & Desenvolvimento de Mercado), publicado ontem, mostra que a população brasileira tem disponível R$ 86,2 bilhões para gastos no lar em 2005. Telefonia fixa, energia, gás e condomínio vão abocanhar a maior parte desse montante (R$ 43,9 bilhões só na região Sudeste).

Os mais ricos
É possível que a leve recuperação no emprego neste ano contribua para um maior fôlego na renda familiar. A questão é que esse vigor pode não ser o bastante para reverter a queda na renda.

“Temos as tarifas públicas “comendo” a renda e uma leve melhora no emprego. Nesse cenário, resta para nós um mercado consumidor que simplesmente não decola”, diz João Carlos de Oliveira, presidente da Abras, a associação dos supermercados.

“Ainda há um dinamismo relativamente baixo no mercado de trabalho, o que acaba imprimindo um ritmo lento, quando não um retrocesso, no avanço do mercado interno”, afirma Julio Gomes de Almeida, diretor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), em publicação do instituto.

Fonte: Folha de São Paulo – Adriana Mattos

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