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1985 – 2005: 20 anos de mobilização dos bancários da Caixa

Em um encontro nacional dos empregados da Caixa foi aprovada a criação do Dia Nacional de Luta, marcado para 6 de agosto.
Nesse dia foram distribuídas cartas abertas à população e os empregados foram conclamados a enviar telegramas ao Ministério da Fazenda, solicitando um posicionamento favorável ao projeto das seis horas.
Paralelamente foram feitos contatos com vários políticos, de diversos partidos. Em nenhum momento as conversas com a diretoria da Caixa cessaram. Mas a morosidade persistia. Enquanto isso, o movimento dos empregados começava a organizar a primeira greve geral. Vários atos públicos e passeatas foram feitos em diversas cidades do País. A paralisação seria feita em duas etapas.
Uma prévia do que seria a greve geral de outubro aconteceu em 11 de agosto, quando os colegas de Brasília e do Ceará fizeram paralisações de duas horas, obtendo um alto índice de adesão. Isso animou os integrantes do movimento. Em princípios de setembro já estava sendo articulada, de maneira mais firme e decidida, a paralisação nacional.
Em 11 de setembro, uma mensagem via telex recebida pelo presidente da Federação Nacional das Associações de Economiários (Fenae), José Gabrielense Gomes, informava que o novo Ministro da Fazenda, Dilson Funaro, manifestara-se contrário às reivindicações dos empregados da Caixa, alegando falta de recursos financeiros da União.
A resposta foi imediata: em 13 de setembro, cerca de 800 empregados concentraram-se em frente ao Edifício Torre Sul, na Avenida Paulista, para ouvir os integrantes da Comissão Aberta dos Empregados da Caixa. Lá estavam Maurício Alvim, Fernando César Antunes e Maria Cristina Locatelli.
Depois de um rápido ato público, foi organizada uma passeata pela Avenida Paulista, na capital. Os participantes portavam faixas e gritavam pedindo a redução da jornada de trabalho e o direito à sindicalização. Um momento emocionante foi registrado quando o grupo passou em frente ao prédio do Banco Central e os empregados daquela instituição saudaram os colegas da Caixa com palmas e uma chuva de papel picado.
Paralelamente ao movimento pelas seis horas continuava a campanha pela filiação ao Sindicato dos Bancários. Seria uma forma concreta de demonstrar o interesse e a vontade dos empregados da Caixa pelo direito à sindicalização.
O 1º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) foi realizado em 19 e 20 de outubro, em Brasília. Nesse encontro foi confirmada e aprovada por mais de 500 pessoas a data de 30 de outubro para a paralisação de 24 horas em todo o País. Ainda assim, a categoria buscou negociar com o governo.
No dia seguinte, 21 de outubro, a Comissão de Negociação dos Empregados reuniu-se com o então líder do governo, deputado Pimenta da Veiga, sem muito progresso. No fim daquela tarde, após manifestações nas portas dos Ministérios do Trabalho e da Fazenda, os integrantes do Conecef reuniram-se em frente ao prédio da Matriz da Caixa, entoando um slogan que ecoaria em todo o Brasil: “de norte a sul, o Brasil aqui está. Se não vierem as seis horas, a Caixa vai parar!”
A mobilização dos empregados da Caixa alcançou repercussão na grande Imprensa. Em 21 de outubro, segunda-feira, o Jornal do Brasil alertava:
“Os 40 mil funcionários da Caixa Econômica Federal farão uma paralisação nacional de advertência no dia 30, quarta-feira da próxima semana. Ela vai durar 24 horas e será a última tentativa de abrir negociações com a empresa. Se não forem atendidos, os economiários entrarão em greve por tempo indeterminado, a partir de 6 de novembro (…) Eles reivindicam a redução da jornada de trabalho de oito para seis horas, além da trimestralidade, reposição salarial de 34%, direito à sindicalização, paridade para aposentados e pensionistas, realização de concursos públicos para o ingresso de novos funcionários e revisão do plano de cargos e salários.”
Nos dias seguintes, o terrorismo administrativo da Caixa ameaçava com demissões e punições os empregados que aderissem à greve. A pressão era maior sobre os líderes do movimento.
Nesse clima, em 29 de outubro, foram realizadas assembléias em todo o País para aprovar a deflagração da primeira greve nacional dos empregados da Caixa. Em São Paulo, principal reduto do movimento, os empregados lotaram a Quadra dos Bancários, na Rua Tabatingüera, e aprovaram, por unanimidade, a greve a partir da zero hora de 30 de outubro de 1985.
Após a assembléia, centenas de pessoas dirigiram-se para a Avenida Paulista, Edifício Torre Sul, onde funcionavam os setores de compensação e informática da Caixa em São Paulo. Foram esses empregados que iniciaram a greve que viria a parar praticamente toda a Caixa em nível nacional.
A paralisação atingiu altos índices em todo o Brasil. Em São Paulo, a adesão superou todas as expectativas, uma vez que quase todos os empregados lotados nas 530 agências do Estado aderiram ao movimento, que foi ordeiro e pacífico.
Fonte: CNB/CUT

Por 11:05 Sem categoria

1985 – 2005: 20 anos de mobilização dos bancários da Caixa

Em um encontro nacional dos empregados da Caixa foi aprovada a criação do Dia Nacional de Luta, marcado para 6 de agosto.

Nesse dia foram distribuídas cartas abertas à população e os empregados foram conclamados a enviar telegramas ao Ministério da Fazenda, solicitando um posicionamento favorável ao projeto das seis horas.

Paralelamente foram feitos contatos com vários políticos, de diversos partidos. Em nenhum momento as conversas com a diretoria da Caixa cessaram. Mas a morosidade persistia. Enquanto isso, o movimento dos empregados começava a organizar a primeira greve geral. Vários atos públicos e passeatas foram feitos em diversas cidades do País. A paralisação seria feita em duas etapas.

Uma prévia do que seria a greve geral de outubro aconteceu em 11 de agosto, quando os colegas de Brasília e do Ceará fizeram paralisações de duas horas, obtendo um alto índice de adesão. Isso animou os integrantes do movimento. Em princípios de setembro já estava sendo articulada, de maneira mais firme e decidida, a paralisação nacional.

Em 11 de setembro, uma mensagem via telex recebida pelo presidente da Federação Nacional das Associações de Economiários (Fenae), José Gabrielense Gomes, informava que o novo Ministro da Fazenda, Dilson Funaro, manifestara-se contrário às reivindicações dos empregados da Caixa, alegando falta de recursos financeiros da União.

A resposta foi imediata: em 13 de setembro, cerca de 800 empregados concentraram-se em frente ao Edifício Torre Sul, na Avenida Paulista, para ouvir os integrantes da Comissão Aberta dos Empregados da Caixa. Lá estavam Maurício Alvim, Fernando César Antunes e Maria Cristina Locatelli.

Depois de um rápido ato público, foi organizada uma passeata pela Avenida Paulista, na capital. Os participantes portavam faixas e gritavam pedindo a redução da jornada de trabalho e o direito à sindicalização. Um momento emocionante foi registrado quando o grupo passou em frente ao prédio do Banco Central e os empregados daquela instituição saudaram os colegas da Caixa com palmas e uma chuva de papel picado.

Paralelamente ao movimento pelas seis horas continuava a campanha pela filiação ao Sindicato dos Bancários. Seria uma forma concreta de demonstrar o interesse e a vontade dos empregados da Caixa pelo direito à sindicalização.

O 1º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) foi realizado em 19 e 20 de outubro, em Brasília. Nesse encontro foi confirmada e aprovada por mais de 500 pessoas a data de 30 de outubro para a paralisação de 24 horas em todo o País. Ainda assim, a categoria buscou negociar com o governo.

No dia seguinte, 21 de outubro, a Comissão de Negociação dos Empregados reuniu-se com o então líder do governo, deputado Pimenta da Veiga, sem muito progresso. No fim daquela tarde, após manifestações nas portas dos Ministérios do Trabalho e da Fazenda, os integrantes do Conecef reuniram-se em frente ao prédio da Matriz da Caixa, entoando um slogan que ecoaria em todo o Brasil: “de norte a sul, o Brasil aqui está. Se não vierem as seis horas, a Caixa vai parar!”

A mobilização dos empregados da Caixa alcançou repercussão na grande Imprensa. Em 21 de outubro, segunda-feira, o Jornal do Brasil alertava:

“Os 40 mil funcionários da Caixa Econômica Federal farão uma paralisação nacional de advertência no dia 30, quarta-feira da próxima semana. Ela vai durar 24 horas e será a última tentativa de abrir negociações com a empresa. Se não forem atendidos, os economiários entrarão em greve por tempo indeterminado, a partir de 6 de novembro (…) Eles reivindicam a redução da jornada de trabalho de oito para seis horas, além da trimestralidade, reposição salarial de 34%, direito à sindicalização, paridade para aposentados e pensionistas, realização de concursos públicos para o ingresso de novos funcionários e revisão do plano de cargos e salários.”

Nos dias seguintes, o terrorismo administrativo da Caixa ameaçava com demissões e punições os empregados que aderissem à greve. A pressão era maior sobre os líderes do movimento.

Nesse clima, em 29 de outubro, foram realizadas assembléias em todo o País para aprovar a deflagração da primeira greve nacional dos empregados da Caixa. Em São Paulo, principal reduto do movimento, os empregados lotaram a Quadra dos Bancários, na Rua Tabatingüera, e aprovaram, por unanimidade, a greve a partir da zero hora de 30 de outubro de 1985.

Após a assembléia, centenas de pessoas dirigiram-se para a Avenida Paulista, Edifício Torre Sul, onde funcionavam os setores de compensação e informática da Caixa em São Paulo. Foram esses empregados que iniciaram a greve que viria a parar praticamente toda a Caixa em nível nacional.

A paralisação atingiu altos índices em todo o Brasil. Em São Paulo, a adesão superou todas as expectativas, uma vez que quase todos os empregados lotados nas 530 agências do Estado aderiram ao movimento, que foi ordeiro e pacífico.

Fonte: CNB/CUT

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