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Câmara deve votar na terça a proposta de fim de coligação única

BRASÍLIA – Sem apoio da maioria da Câmara para derrubar a verticalização partidária, é bastante provável que as alianças nos estados reproduzam aquelas estabelecidas no plano nacional durante as eleições de 2006. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, reafirmou a intenção de votar, na próxima terça, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 548/02, que pede o fim da obrigatoriedade de manutenção de uma única coligação para eleições presidenciais e estaduais.
Segundo Rebelo, a oposição não deve obstruir a votação da matéria, em protesto à suposta interferência Supremo Tribunal Federal (STF) no processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP). O presidente da Câmara afirmou que esse não foi o motivo que impediu a votação da matéria na última quarta-feira:
– A proposta que trata da verticalização não foi votada por receio dos seus apoiadores em relação ao quórum para sua aprovação, já que são necessários 308 votos.
Rebelo ressaltou ainda que, ao remarcar a votação, não recebeu sinalização de nenhum partido no sentido de retirar a matéria da pauta da Câmara:
– Não creio que seja verdadeira a hipótese de que ela não seria votada por obstrução de quem quer que seja – afirmou o presidente.
Com apoio de grande parte das maiores bancadas da Casa Baixa, PMDB, PSDB, PT, é quase impossível que o plenário consiga os 308 votos necessários para derrubar a proposta. Na conta desses partidos, pesa a questão da conquista da cadeira presidencial. Com a queda da verticalização, os números de candidatos à Presidência aumentariam, e conseqüentemente, diminuiria o espaço de divulgação no rádio e na televisão.
Com uma perspectiva de ampla aliança de centro-esquerda em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nada mais conveniente ao PT e ao governo que a manutenção da regra da verticalização das alianças. Em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, principais colégios eleitorais do país, se o PT não conseguisse o apoio do PSB, por exemplo, o que é mais provável, o forçaria a sair sozinho. Em contrapartida, em boa parte dos estados, o palanque do PT estaria assegurado.
No PMDB, há alguns pares que não seguem o raciocínio. Estariam preocupados em administrar a reação em pelo menos 17 estados. Líder da legenda na Câmara, Wilson Santiago (PE) diz estar preocupado com a questão.
– Existem alguns estados com que não há como fechar, por exemplo, uma aliança PT X PMDB por divergências locais – lembra.
Os tucanos não se preocupam com a possibilidade de de serem prejudicados com as eleições a governadores. Para eles, a idéia é de que tendo um candidato à presidência forte por força da gravidade, as eleições estaduais seriam favorecidas. Líder da bancada do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), não confirma a tese de prejudicar suas bases estaduais por um bem maior. Segundo o deputado, a verticalização é um avanço para a política. Significa o fortalecimento das instituições e daria mais coerência ao posicionamento de todas as legendas.
– Com há pressão de alguns estados como o Ceará e Minas Gerais, deixamos a questão aberta, cada um vota como bem entender. Mas a liderança recomendará a manutenção da verticalização – afirma Alberto Goldman.
Nem mesmo PSB, PTB e PL, que passaram a semana articulando pela queda da verticalização, conseguiram fechar um acordo unânime. Partidos menores, eles acreditam que serão prejudicados. O mesmo aconteceu com o PFL.
Segundo o líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), a bancada do partido votaria majoritariamente pela queda seguindo inclusive a orientação da executiva nacional. A manutenção da verticalização seria para a legenda um grande problema, principalmente para cinco estados específicos: Pernambuco, Goiás, Distrito Federal, Maranhão e Tocantins.
No PTB, a situação pode ser ainda mais radical. Caso a verticalização seja mantida, o partido não lançaria candidato à presidência, nem apoiaria ninguém. Assim, poderia fazer alianças regionais para fortalecer a eleição de uma bancada maior na Câmara.
– Não que não pudéssemos apontar um candidato de nossa preferência, mas isto não seria formalizado – informa o deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP).
Renata Moura
Com Folhapress

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Câmara deve votar na terça a proposta de fim de coligação única

BRASÍLIA – Sem apoio da maioria da Câmara para derrubar a verticalização partidária, é bastante provável que as alianças nos estados reproduzam aquelas estabelecidas no plano nacional durante as eleições de 2006. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, reafirmou a intenção de votar, na próxima terça, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 548/02, que pede o fim da obrigatoriedade de manutenção de uma única coligação para eleições presidenciais e estaduais.
Segundo Rebelo, a oposição não deve obstruir a votação da matéria, em protesto à suposta interferência Supremo Tribunal Federal (STF) no processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP). O presidente da Câmara afirmou que esse não foi o motivo que impediu a votação da matéria na última quarta-feira:

– A proposta que trata da verticalização não foi votada por receio dos seus apoiadores em relação ao quórum para sua aprovação, já que são necessários 308 votos.

Rebelo ressaltou ainda que, ao remarcar a votação, não recebeu sinalização de nenhum partido no sentido de retirar a matéria da pauta da Câmara:

– Não creio que seja verdadeira a hipótese de que ela não seria votada por obstrução de quem quer que seja – afirmou o presidente.

Com apoio de grande parte das maiores bancadas da Casa Baixa, PMDB, PSDB, PT, é quase impossível que o plenário consiga os 308 votos necessários para derrubar a proposta. Na conta desses partidos, pesa a questão da conquista da cadeira presidencial. Com a queda da verticalização, os números de candidatos à Presidência aumentariam, e conseqüentemente, diminuiria o espaço de divulgação no rádio e na televisão.

Com uma perspectiva de ampla aliança de centro-esquerda em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nada mais conveniente ao PT e ao governo que a manutenção da regra da verticalização das alianças. Em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, principais colégios eleitorais do país, se o PT não conseguisse o apoio do PSB, por exemplo, o que é mais provável, o forçaria a sair sozinho. Em contrapartida, em boa parte dos estados, o palanque do PT estaria assegurado.

No PMDB, há alguns pares que não seguem o raciocínio. Estariam preocupados em administrar a reação em pelo menos 17 estados. Líder da legenda na Câmara, Wilson Santiago (PE) diz estar preocupado com a questão.

– Existem alguns estados com que não há como fechar, por exemplo, uma aliança PT X PMDB por divergências locais – lembra.

Os tucanos não se preocupam com a possibilidade de de serem prejudicados com as eleições a governadores. Para eles, a idéia é de que tendo um candidato à presidência forte por força da gravidade, as eleições estaduais seriam favorecidas. Líder da bancada do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), não confirma a tese de prejudicar suas bases estaduais por um bem maior. Segundo o deputado, a verticalização é um avanço para a política. Significa o fortalecimento das instituições e daria mais coerência ao posicionamento de todas as legendas.

– Com há pressão de alguns estados como o Ceará e Minas Gerais, deixamos a questão aberta, cada um vota como bem entender. Mas a liderança recomendará a manutenção da verticalização – afirma Alberto Goldman.

Nem mesmo PSB, PTB e PL, que passaram a semana articulando pela queda da verticalização, conseguiram fechar um acordo unânime. Partidos menores, eles acreditam que serão prejudicados. O mesmo aconteceu com o PFL.

Segundo o líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), a bancada do partido votaria majoritariamente pela queda seguindo inclusive a orientação da executiva nacional. A manutenção da verticalização seria para a legenda um grande problema, principalmente para cinco estados específicos: Pernambuco, Goiás, Distrito Federal, Maranhão e Tocantins.

No PTB, a situação pode ser ainda mais radical. Caso a verticalização seja mantida, o partido não lançaria candidato à presidência, nem apoiaria ninguém. Assim, poderia fazer alianças regionais para fortalecer a eleição de uma bancada maior na Câmara.

– Não que não pudéssemos apontar um candidato de nossa preferência, mas isto não seria formalizado – informa o deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP).

Renata Moura

Com Folhapress

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