Crédito em expansão e reforço das provisões devem caracterizar os balanços do primeiro semestre dos grandes bancos, de acordo com relatório enviado ontem pela Merrill Lynch aos clientes. Os grandes bancos privados começam a divulgar os resultados do primeiro semestre no início de agosto. O primeiro será o Itaú, no dia primeiro; o Bradesco fará a divulgação dia 7; e o Unibanco, dia 10.
Dos três bancos, o que deve apresentar maior crescimento do lucro é o Unibanco, segundo a previsão da Merrill Lynch. O lucro do banco no segundo trimestre deve ser de R$ 559 milhões, acumulando R$ 1,079 bilhão no semestre, 26,3% acima dos R$ 854 milhões do primeiro semestre de 2005. Para a analista Valerie Fry, da Merrill Lynch, a carteira de crédito do Unibanco deve crescer menos do que a dos outros bancos em consequência de uma política mais conservadora de crédito. Um ponto a observar é se essa política terá impacto positivo na qualidade dos ativos. A Merrill Lynch prevê que o Unibanco terá um retorno de 23,1% sobre o patrimônio.
Já o Itaú deverá ter um retorno sobre o patrimônio de 34,5% , prevê a Merrill Lynch. O lucro líquido do segundo trimestre deverá atingir R$ 1,475 bilhão, acumulando R$ 2,935 bilhões no semestre, 18,7% superior aos R$ 2,474 bilhões de igual período de 2005. Para a analista da Merrill Lynch, a expansão do crédito do Itaú deve ser forte no segundo trimestre, embora em ritmo inferior ao do Bradesco. As provisões para crédito devem continuar as mais elevadas entre os grandes bancos, ao redor de 8% da média da carteira de crédito.
Para o Bradesco, o banco americano prevê um lucro líquido de R$ 1,542 bilhão no segundo trimestre, acumulando R$ 3,972 bilhões no semestre, 17,2% acima dos R$ 2,621 bilhões do primeiro semestre do ano passado. O retorno esperado é de 29,6% inferior aos 30,8%, do primeiro trimestre. Para a analista, crédito e serviços vão impulsionar os resultados.
Fonte: Valor Econômico