A advogada Gleisi Hoffmann, candidata ao senado pelo Partido dos Trabalhadores nas últimas eleições, esteve esta manhã (10/11), no Hotel Del Rey, participando da reunião do Sindicato dos Bancários de Curitiba. A reunião antecede a Assembléia Geral extraordinária que será realizada às 18h, no mesmo local.
Marisa Stedile, presidente do Sindicato, introduziu a palestra da advogada afirmando que Gleisi Hoffmann é uma nova liderança política no estado. “Conhecemos a trajetória da Gleisi e nos sentimos um pouco responsáveis por esta liderança que despontou nas últimas eleições”.
Gleisi iniciou agradecendo ao apoio dos bancários e em seguida afirmou satisfação com o segundo turno das eleições presidenciais. “O primeiro turno não teve discussões políticas, nem envolvimento do eleitorado e dos movimentos sociais. Foi uma campanha acanhada, com ‘salto-alto’ do governo. Já o segundo turno foi politizado, rico em debates, contraposições de idéias e visões de Estado. Contou com o envolvimento dos movimentos sociais e especialmente, foi didático”, salientou.
“No Paraná, diminuímos a diferença entre o candidato tucano e o presidente de 15% para 1,5%. Fomos determinantes em uma eleição histórica, na minha opinião, mais importante do que a eleição de 2002, devido a conjuntura política e o resultado eleitoral que obtivemos”, afirmou.
Gleisi Hoffmann falou ainda sobre o fato da mídia ter “perdido o tom” nestas eleições e ter defendido abertamente um dos lados na disputa, principalmente em relação ao dossiê. Salientou ainda que estas eleições “desmistificaram” que a classe média é formadora de opinião e creditou as políticas diretas de melhoria de qualidade de vida para os mais pobres o êxito de Lula nestas eleições. “A maioria pobre de nosso país tem uma identificação de classe com o presidente e sua história, foi beneficiada pelas políticas sociais desse governo, como o aumento real do salário mínimo e a bolsa-família e foi em defesa do presidente diante das acusações. É como se eles dissessem ‘estão batendo em um dos nossos” e partissem em sua defesa”. E completou, “sabemos que neste segundo mandado a responsabilidade é maior. O governo Lula tem como desafio e compromisso conseguir a transferência de renda não apenas através de políticas públicas e aumentar a interlocução com os movimentos sociais e a sociedade civil organizada“. Gleisi pontuou ainda o forte debate sobre privatização como um ponto positivo destas eleições e lembrou que a articulação política neste segundo mandato está sendo conduzida pelo presidente Lula que lutará, preferencialmente, por uma aliança com o PMDB, um partido que não está coeso. “Há um novo grupo fazendo a sustentação do governo. E aqui no Paraná estamos lutando para que o nosso Estado, não apenas continue com um Ministério (referindo-se ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo), mas também para ampliar este número”, ressaltou. ”Podemos esperar para este segundo mandato uma política social mais ousada com medidas mais profundas em relação à reforma agrária e a educação, o seguimento de uma política econômica autônoma, a queda dos juros e investimentos. Em relação aos movimentos sociais, não pode haver frustração, pois o governo está no meio de uma disputa de forças e de diferentes interesses, cabe aos movimentos sociais acelerar suas conquistas, pressionando o novo governo”.
Em relação ao Paraná, Gleisi enfatizou que desde o início das eleições a campanha está polarizada entre os candidatos do PMDB e do PDT. “Houve uma profunda discussão sobre o apoio do PT a um dos candidatos no segundo turno. Foi uma decisão amadurecida, tomada com o cuidado e sem pressa. Sabemos que a crise política provocada pelo dossiê atrapalhou as candidaturas do PT em todo o país, mas em nosso Estado o partido saiu coeso destas eleições. Unificado, com militância e capital político. Acreditamos que nosso apoio foi essencial para reeleição do governador Requião e agora estamos voltados para cobrar respeito ao PT e ao governo federal, manter uma boa relação institucional com o atual governo e formatar um projeto de intervenção política para o Paraná”. E justificou, “o Requião não tem um sucessor para 2010, a esquerda não está organizada para isso e temos o compromisso de buscar a renovação do cenário político no Paraná. Há 30 anos os mesmos políticos se revezam no poder”.
Roberto Von Der Osten, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná, FETEC-CUT-PR, concluiu dizendo que Gleisi Hoffmann derrotou o candidato do PSDB nas eleições ao Senado. “Álvaro Dias não fez campanha até a ascensão da candidatura da Gleisi. Você não perdeu para ele, perdeu para o desgaste do PT com a crise política, perdeu para os partidários que inventaram esta história de dossiê, tomaram esta decisão individualmente de forma autoritária e prejudicaram toda uma eleição”.
Gleisi respondeu com uma lição, de forma elegante, articulada e bem-humorada que a caracterizou durante toda a campanha e a fez conquistar 45,1% dos votos ao Senado. “Foi o estilo sindicalista de fazer política que provocou o dossiê”.
fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região.
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Por Mhais• 10 de novembro de 2006• 16:42• Sem categoria
Gleisi Hoffmann falou sobre conjuntura política para os trabalhadores bancários
A advogada Gleisi Hoffmann, candidata ao senado pelo Partido dos Trabalhadores nas últimas eleições, esteve esta manhã (10/11), no Hotel Del Rey, participando da reunião do Sindicato dos Bancários de Curitiba. A reunião antecede a Assembléia Geral extraordinária que será realizada às 18h, no mesmo local.
Marisa Stedile, presidente do Sindicato, introduziu a palestra da advogada afirmando que Gleisi Hoffmann é uma nova liderança política no estado. “Conhecemos a trajetória da Gleisi e nos sentimos um pouco responsáveis por esta liderança que despontou nas últimas eleições”.
Gleisi iniciou agradecendo ao apoio dos bancários e em seguida afirmou satisfação com o segundo turno das eleições presidenciais. “O primeiro turno não teve discussões políticas, nem envolvimento do eleitorado e dos movimentos sociais. Foi uma campanha acanhada, com ‘salto-alto’ do governo. Já o segundo turno foi politizado, rico em debates, contraposições de idéias e visões de Estado. Contou com o envolvimento dos movimentos sociais e especialmente, foi didático”, salientou.
“No Paraná, diminuímos a diferença entre o candidato tucano e o presidente de 15% para 1,5%. Fomos determinantes em uma eleição histórica, na minha opinião, mais importante do que a eleição de 2002, devido a conjuntura política e o resultado eleitoral que obtivemos”, afirmou.
Gleisi Hoffmann falou ainda sobre o fato da mídia ter “perdido o tom” nestas eleições e ter defendido abertamente um dos lados na disputa, principalmente em relação ao dossiê. Salientou ainda que estas eleições “desmistificaram” que a classe média é formadora de opinião e creditou as políticas diretas de melhoria de qualidade de vida para os mais pobres o êxito de Lula nestas eleições. “A maioria pobre de nosso país tem uma identificação de classe com o presidente e sua história, foi beneficiada pelas políticas sociais desse governo, como o aumento real do salário mínimo e a bolsa-família e foi em defesa do presidente diante das acusações. É como se eles dissessem ‘estão batendo em um dos nossos” e partissem em sua defesa”. E completou, “sabemos que neste segundo mandado a responsabilidade é maior. O governo Lula tem como desafio e compromisso conseguir a transferência de renda não apenas através de políticas públicas e aumentar a interlocução com os movimentos sociais e a sociedade civil organizada“. Gleisi pontuou ainda o forte debate sobre privatização como um ponto positivo destas eleições e lembrou que a articulação política neste segundo mandato está sendo conduzida pelo presidente Lula que lutará, preferencialmente, por uma aliança com o PMDB, um partido que não está coeso. “Há um novo grupo fazendo a sustentação do governo. E aqui no Paraná estamos lutando para que o nosso Estado, não apenas continue com um Ministério (referindo-se ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo), mas também para ampliar este número”, ressaltou. ”Podemos esperar para este segundo mandato uma política social mais ousada com medidas mais profundas em relação à reforma agrária e a educação, o seguimento de uma política econômica autônoma, a queda dos juros e investimentos. Em relação aos movimentos sociais, não pode haver frustração, pois o governo está no meio de uma disputa de forças e de diferentes interesses, cabe aos movimentos sociais acelerar suas conquistas, pressionando o novo governo”.
Em relação ao Paraná, Gleisi enfatizou que desde o início das eleições a campanha está polarizada entre os candidatos do PMDB e do PDT. “Houve uma profunda discussão sobre o apoio do PT a um dos candidatos no segundo turno. Foi uma decisão amadurecida, tomada com o cuidado e sem pressa. Sabemos que a crise política provocada pelo dossiê atrapalhou as candidaturas do PT em todo o país, mas em nosso Estado o partido saiu coeso destas eleições. Unificado, com militância e capital político. Acreditamos que nosso apoio foi essencial para reeleição do governador Requião e agora estamos voltados para cobrar respeito ao PT e ao governo federal, manter uma boa relação institucional com o atual governo e formatar um projeto de intervenção política para o Paraná”. E justificou, “o Requião não tem um sucessor para 2010, a esquerda não está organizada para isso e temos o compromisso de buscar a renovação do cenário político no Paraná. Há 30 anos os mesmos políticos se revezam no poder”.
Roberto Von Der Osten, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná, FETEC-CUT-PR, concluiu dizendo que Gleisi Hoffmann derrotou o candidato do PSDB nas eleições ao Senado. “Álvaro Dias não fez campanha até a ascensão da candidatura da Gleisi. Você não perdeu para ele, perdeu para o desgaste do PT com a crise política, perdeu para os partidários que inventaram esta história de dossiê, tomaram esta decisão individualmente de forma autoritária e prejudicaram toda uma eleição”.
Gleisi respondeu com uma lição, de forma elegante, articulada e bem-humorada que a caracterizou durante toda a campanha e a fez conquistar 45,1% dos votos ao Senado. “Foi o estilo sindicalista de fazer política que provocou o dossiê”.
fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e Região.
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