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Campanha pela valorização do salário mínimo

Estudo revela perfil de quem ganha salário mínimo

Pesquisa realizada pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e a Seade-SP (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), a partir de informações de 2005 da Pesquisa de Emprego e Desemprego, revela com maior clareza qual é o perfil do trabalhador que recebe até 1 salário mínimo (SM) e desfaz alguns mitos, como o de que o SM é a remuneração apenas de jovens que estão entrando no mercado de trabalho. “Este estudo ajuda a identificar quem são esses trabalhadores e quais os impactos do salário mínimo na sua vida, isso é importante para reforçar a nossa campanha pela valorização do mínimo”, avalia o secretário geral da CUT, Quintino Severo, que complementa: “O mínimo serve como parâmetro, também, para outras faixas salariais e para diversas categorias profissionais, porque, muitas vezes, a valorização do mínimo ‘puxa’ para cima os pisos salariais”.

Realizada nas cinco regiões metropolitanas (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador) e no Distrito Federal, a pesquisa apontou que o SM tem maior incidência nas regiões do Nordeste; no entanto, o percentual de assalariados que recebem menos de 1 SM nessas regiões é ainda maior. Em Salvador, enquanto 16,2% dos trabalhadores recebem 1 SM, 20,9% nem chegam a receber o mínimo. Em Recife a situação é ainda pior: o percentual de quem ganha menos de 1 SM é de 23,7% – 16,2% recebem exatamente o valor do mínimo. São Paulo é a região que apresenta menor índice de assalariados nessa faixa, 4,8%, porém 12,5% dos trabalhadores ainda se encontram abaixo da linha do mínimo.

Mulheres, negros, jovens – Nas faixas salariais até 1 SM, a maior parte dos assalariados é formada por mulheres, que compõem quase 2/3 do total em todas as regiões pesquisadas. Inversamente, nas faixas acima de 2 SM, os homens são a maioria. Segundo a análise do Dieese “em Recife, 51,6% das mulheres ganham até 1 SM e, em Salvador, 48,5%, seguido de Belo Horizonte (35,4%), São Paulo (25,1%), Distrito Federal (24,1%) e Porto Alegre (18,1%). Pelo menos em parte, o menor rendimento das mulheres decorre de menores jornadas de trabalho (não se considerando o trabalho no próprio domicílio) e da grande proporção de mulheres ocupadas como empregadas domésticas, categoria que recebe baixos salários.”

A pesquisa comprovou, também, que os negros recebem remuneração inferior a dos não-negros e que os jovens, entre 16 e 24, não representam a maioria dos que recebem 1 SM. Nessa faixa salarial encontram-se cerca de 20% dos jovens em Recife (menor índice apurado) e 39% em BH.

Escolaridade – Em todas as regiões pesquisadas, o maior percentual de quem recebe até 1 SM recai sobre os trabalhadores com menor escolaridade. Na média nacional, 39,4% dos assalariados nessa faixa não completou o ensino fundamental.

Outra conclusão da pesquisa é em relação ao tempo médio que o trabalhador permanece no mesmo posto de trabalho. Esse tempo se eleva com o aumento do nível de rendimento. Os trabalhadores que recebem 1 SM permanecem, em média, pouco tempo na mesma ocupação, quase o mesmo tempo dos que recebem menos do que o salário mínimo, com exceção do Recife, onde o tempo de permanência é maior para quem ganha o mínimo. Isso pode ser explicado pelo fato de um trabalhador que permanece por mais tempo no mesmo serviço, passa a ter rendimentos maiores e acaba saindo da faixa do mínimo. “Uma política de recuperação do salário mínimo tem que levar em consideração todos esses aspectos e apontar para reivindicações mais abrangentes, como medidas que protejam o emprego e incentivem o trabalhador a estudar”, afirma o primeiro tesoureiro da CUT, Antonio Carlos Spis.

Consulte a pesquisa no sítio www.dieese.org.br.

Por Norian Segatto.

Publicada em: 29/11/2006 às 16:19 Seção: Todas as Notícias do sítio www.cut.org.br.

Por 09:13 Notícias

Campanha pela valorização do salário mínimo

Estudo revela perfil de quem ganha salário mínimo
Pesquisa realizada pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e a Seade-SP (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), a partir de informações de 2005 da Pesquisa de Emprego e Desemprego, revela com maior clareza qual é o perfil do trabalhador que recebe até 1 salário mínimo (SM) e desfaz alguns mitos, como o de que o SM é a remuneração apenas de jovens que estão entrando no mercado de trabalho. “Este estudo ajuda a identificar quem são esses trabalhadores e quais os impactos do salário mínimo na sua vida, isso é importante para reforçar a nossa campanha pela valorização do mínimo”, avalia o secretário geral da CUT, Quintino Severo, que complementa: “O mínimo serve como parâmetro, também, para outras faixas salariais e para diversas categorias profissionais, porque, muitas vezes, a valorização do mínimo ‘puxa’ para cima os pisos salariais”.
Realizada nas cinco regiões metropolitanas (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador) e no Distrito Federal, a pesquisa apontou que o SM tem maior incidência nas regiões do Nordeste; no entanto, o percentual de assalariados que recebem menos de 1 SM nessas regiões é ainda maior. Em Salvador, enquanto 16,2% dos trabalhadores recebem 1 SM, 20,9% nem chegam a receber o mínimo. Em Recife a situação é ainda pior: o percentual de quem ganha menos de 1 SM é de 23,7% – 16,2% recebem exatamente o valor do mínimo. São Paulo é a região que apresenta menor índice de assalariados nessa faixa, 4,8%, porém 12,5% dos trabalhadores ainda se encontram abaixo da linha do mínimo.
Mulheres, negros, jovens – Nas faixas salariais até 1 SM, a maior parte dos assalariados é formada por mulheres, que compõem quase 2/3 do total em todas as regiões pesquisadas. Inversamente, nas faixas acima de 2 SM, os homens são a maioria. Segundo a análise do Dieese “em Recife, 51,6% das mulheres ganham até 1 SM e, em Salvador, 48,5%, seguido de Belo Horizonte (35,4%), São Paulo (25,1%), Distrito Federal (24,1%) e Porto Alegre (18,1%). Pelo menos em parte, o menor rendimento das mulheres decorre de menores jornadas de trabalho (não se considerando o trabalho no próprio domicílio) e da grande proporção de mulheres ocupadas como empregadas domésticas, categoria que recebe baixos salários.”
A pesquisa comprovou, também, que os negros recebem remuneração inferior a dos não-negros e que os jovens, entre 16 e 24, não representam a maioria dos que recebem 1 SM. Nessa faixa salarial encontram-se cerca de 20% dos jovens em Recife (menor índice apurado) e 39% em BH.
Escolaridade – Em todas as regiões pesquisadas, o maior percentual de quem recebe até 1 SM recai sobre os trabalhadores com menor escolaridade. Na média nacional, 39,4% dos assalariados nessa faixa não completou o ensino fundamental.
Outra conclusão da pesquisa é em relação ao tempo médio que o trabalhador permanece no mesmo posto de trabalho. Esse tempo se eleva com o aumento do nível de rendimento. Os trabalhadores que recebem 1 SM permanecem, em média, pouco tempo na mesma ocupação, quase o mesmo tempo dos que recebem menos do que o salário mínimo, com exceção do Recife, onde o tempo de permanência é maior para quem ganha o mínimo. Isso pode ser explicado pelo fato de um trabalhador que permanece por mais tempo no mesmo serviço, passa a ter rendimentos maiores e acaba saindo da faixa do mínimo. “Uma política de recuperação do salário mínimo tem que levar em consideração todos esses aspectos e apontar para reivindicações mais abrangentes, como medidas que protejam o emprego e incentivem o trabalhador a estudar”, afirma o primeiro tesoureiro da CUT, Antonio Carlos Spis.
Consulte a pesquisa no sítio www.dieese.org.br.
Por Norian Segatto.
Publicada em: 29/11/2006 às 16:19 Seção: Todas as Notícias do sítio www.cut.org.br.

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