por Riad Younes
Essa é uma dúvida que desafia a ciência há anos. E as novas pesquisas continuam
Um alerta foi lançado há alguns anos relacionando a exposição às ondas de radiofreqüência e os campos magnéticos emitidos pelos telefones celulares à ocorrência de tumores malignos. Estima-se que essas ondas possam penetrar através dos tecidos (como a cabeça da pessoa) até uma profundidade de 4,5 centímetros. A mera possibilidade de alguém ganhar um tumor maligno pelo simples uso rotineiro de um telefone celular criou temor na população.
Estudos preliminares foram publicados na última década, tentando fornecer evidência para a segurança ou o risco desses barulhentos equipamentos da comunicação. Os resultados, infelizmente, foram controversos. Alguns cientistas atestaram pela segurança dos telefones, enquanto outros alertavam sobre perigos vários, entre eles o câncer. Mas ninguém tem dúvida, hoje, dos malefícios dos celulares na saúde do motorista com o aumento significativo dos acidentes de trânsito.
Estudo recentemente publicado na revista Journal of the National Cancer Institute, por um grupo de pesquisadores da Sociedade Dinamarquesa de Câncer, avaliou a possível associação entre o uso de celular e o aparecimento de câncer. Incluíram no estudo mais de 420 mil pessoas que começaram a usar celulares entre 1982 e 1995. A maioria dos voluntários utilizou os celulares por mais de oito anos, nesse período. Todos os tumores diagnosticados nessas pessoas até o ano 2002 foram registrados. A presença de tumores foi correlacionada com a intensidade e o tempo de uso dos telefones. Após análise estatística detalhada, os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência de associação entre o risco de câncer e os telefones celulares, mesmo nas pessoas que usaram pouco ou muito tempo os aparelhos. Os tumores pesquisados foram os cânceres de cérebro, de olhos e de glândulas salivares, além de leucemia.
Os resultados desse estudo extenso tranqüilizam, de certa forma, os amantes dos celulares. Por outro lado, os próprios cientistas sugerem cautela na análise desses resultados, pois alguns tumores podem demorar vários anos antes de se manifestar. Eles aconselham aguardar a observação mais demorada dessa população, antes de se chegar à resposta definitiva quanto à segurança dos celulares. Enquanto isso, usem com moderação.
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