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O nome da ética é ética

Amante do chamado “Estado moderno”, o PSDB tenta ser criativo e diz que “o novo nome da ética também é eficiência “. Para o PSDB eficiência é quando o Estado de bem estar serve aos interesses de poucos, ou seja, os mesmos de sempre, em detrimento das demais pessoas.

O ideal de igualdade não se dá com a intervenção do Estado na ordem econômica e social, ao contrário para o PSDB, Estado executor, fomentador, regulador econômico da conjuntura, é antiético, portanto, ineficiente.

Como afirma Selvino Heck : “quando Alckmin diz que o nome da ética é a eficiência, está pensando num Estado gerente a serviço do capital”, conclui-se, portanto, que o PSDB está falando na construção de um Estado contemporâneo cujo papel seja mínimo.

No mesmo sentido, dando continuidade a essa política devastadora, em seu discurso de posse ao governo do Estado de São Paulo, José Serra reafirma o pensamento PSDBista, dizendo que: “ser eficiente e ético no trato da coisa pública é um imperativo dos democratas”.

Traduzindo ser ético e eficiente no trato da coisa pública para o PSDB, é quando a educação, habitação, saúde, agricultura, energia elétrica, telefonia, transporte, etc., são relegados à concorrência dos mercados privados.

Ser ético e eficiente para o PSDB significa tratar o ser humano como uma mercadoria de baixo ou nenhum valor, não se importando com os resultados em aumentar o desemprego, gerar subempregos, em não atender a saúde e a educação com qualidade, etc.

Desestatizar é o lema, para o PSDB ser ético e demonstrar eficiência é entregar ao capital privado as poucas estatais restantes deixando um contingente de trabalhadores e trabalhadoras sem perspectivas de vida, aumentar as desigualdades e a exclusão.

Para o tucanato não existe interesse geral, existe interesse particular, porém, o Brasil jamais esquecera os escândalos que marcaram o governo FHC, deixando demonstrado que o PSDB não resiste e nem subsiste a um balanço ético e nem mesmo sobre a sua eficiência enquanto governo. Vejamos alguns exemplos: Projeto Sivam; Caixa-dois de Campanhas; Privatização do Sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce marcadas pela suspeição, Compra de votos para a Emenda da reeleição; Privatização do sistema de Telefonia, onde o Sistema de Discagem Direta a Distância gerou o “Caladão” provocando prejuízo aos consumidores; Rombo transamazônico na Sudam; Desvios na Sudene; Calote no Fundef; Desmatamento na Amazônia; O caso dos computadores do FUST; Esquema do FAT; Obras irregulares; Racionamento de energia; etc, etc.

Embora a mídia procure blindar, os diversos governos do PSDB têm exercido, por onde passam, verdadeiras demolições e uma quantidade enorme de escândalos e esquemas de corrupção.

Foi com José Serra, quando era Ministro da Saúde, que tivemos o avanço da Dengue. Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: muitas pessoas foram a óbito devido à política do Estado Mínimo.

Ainda com Serra a frente do Ministério da Saúde teve início o esquema da “máfia das ambulâncias” ou “máfia das sanguessugas” que agia em 128 prefeituras do PSDB.

Em 2004, usando de um artifício legal, José Serra, então prefeito de São Paulo, realizou a contratação de equipamentos sem licitação para ampliar a indústria da multa.

Os tucanos “paladinos” da ética e da eficiência são especialistas em manobras para impedir CPIs: FHC, Alckmin e Serra que o digam. Em São Paulo, onde Serra e Alckmin fazem de tudo para não ter CPI, a corrupção tucana até agora deixou um prejuízo aos cofres públicos que só em 102 contratos somaram cerca de R$ 1 bilhão.

No jeito ético e eficiente de governar tucano, José Serra não está nem aí com a Segurança do povo paulista. Nesse governo a polícia está se virando na informalidade para não trabalhar a pé, consertando os carros em esquema paralelo, conforme disse em 04/09/07, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, cabo Wilson Moraes. Segundo ele: “Não tem como aprovar essa prática porque o policial perde sua dignidade ao bater de porta em porta. Mas se ele não faz isso, a viatura fica encostada no pátio, o policial fica a pé e a população, sem policiamento”.

Privatizar faz parte do jeito ético e eficiente tucano de governar, neste sentido José Serra, resolveu dar continuidade ao projeto neoliberal fazendo privatizações em massa.

O imperativo dos auto-intitulados democratas é: sucatear as estatais para demonstrar ineficiência e depois vender a preço de banana, isso para os tucanos significa “ser eficiente e ético no trato da coisa pública “.

O Banco Nossa Caixa completou em março deste ano, 90 anos de serviço à população, com seus quase 15 mil funcionários com um jeito especial no trato com clientes, e buscando cumprir com o papel de banco público.

Embora ainda tenha muito para expandir e um papel social a cumprir, o banco está na linha de tiro dessa política tucana nefasta. Longe da ética e da eficiência, José Serra prepara a privatização do banco, o que trará grandes transtornos á população paulista, jogará no desemprego milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

Dize-me com quem andas e te direi quem és. Esse poderia ser o título da matéria do DCI OnLine de 01/10/07, que demonstra do que estamos falando: “O governador tucano de São Paulo, José Serra, entregou ao presidente da Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, o comando da privatização do banco. Pode ter desagradáveis surpresas…… Ele é réu em várias ações por improbidade administrativa e por dano ao erário, na concessão de empréstimos ilícitos, quando foi diretor da Caixa Econômica Federal. E sofreu condenações. Milton Luiz Santos, manda-chuva da Nossa Caixa, foi acusado de emprestar dinheiro com taxas baixas demais e causar danos ao patrimônio da CEF. Desde 1992, o Ministério Público Federal já pediu, em quatro processos diferentes, a perda de função pública de Milton Luiz de Melo Santos.”

Não adiante os tucanos quererem “enfeitar o pavão”. O nome da ética continua sendo ética, querer dar o sinônimo de eficiência à ética ou de ética ao sucateamento no trato da coisa pública é subestimar a inteligência do povo paulista. É conversa de neoliberal privatista para entregar o patrimônio público ao capital.

Por Neide Aparecida Fonseca, que é trabalhadora bancária na Nossa Caixa e diretora da Contraf-CUT.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO www.contrafcut.org.br.

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