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Movimento sindical destaca a necessidade de democratizar a mídia

A construção de meios de comunicação alternativos, com produção de conteúdos de qualidade e preocupados com a formação de uma sociedade mais cidadã foram questões presentes no debate promovido pela Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC/CUT-SP) nesta quarta-feira, dia 28, durante reunião da Executiva Estadual.

Para tratar sobre o tema “Democratização dos meios de comunicação e planejamento estratégico do movimento sindical” estavam presentes o secretário de Comunicação da CUT São Paulo, Daniel Reis, o membro do Núcleo de Planejamento Editorial da Revista do Brasil e presidente da Afubesp, Paulo Salvador e a diretora de Imprensa da FETEC SP, Valeska Pincovai.

Partindo do pressuposto de que a democratização das mídias é indispensável para a construção de uma sociedade democrática, Paulo Salvador fez uma retrospectiva dos últimos 30 anos da história do Brasil. Enquanto Daniel Reis tratou do investimento na comunicação como planejamento estratégico para o movimento sindical.

Segundo Salvador, o retorno à liberdade democrática, nos anos 80, contribuiu para o surgimento de uma grande quantidade de jornais alternativos, que apesar da pouca tiragem, conseguiam cumprir seu papel social promovendo intensos debates na sociedade. Nos anos 90, entretanto, a visão neoliberal e o caráter mercadológico dos meios de comunicação fizeram com que tais mídias assumissem uma postura opinativa sobre os fatos cotidianos, políticos e econômicos do país.

“O resultado disso, hoje, é o engodo promovido pelos grandes monopólios midiáticos e presenciados pela sociedade. Em outras palavras, o Brasil que vejo nas ruas não é o mesmo estampado nas manchetes dos jornais”, afirma Salvador.

Como meio alternativo à grande imprensa, Salvador cita a própria Revista do Brasil, que têm como objetivo fazer da informação também um projeto de transformação do país. “Seu projeto combina idéias para debates, prestação de serviço, assuntos de interesse público com seriedade e prazer da leitura. Suas diretrizes são os valores da ética, democracia, solidariedade, participação social e cidadania”, acrescenta.

O secretário de Comunicação da CUT São Paulo, Daniel Reis, por sua vez, relatou experiências de sucesso idealizadas por sindicatos de diferentes categorias de trabalhadores em parceria com a CUT estadual. Pois, conforme o sindicalista, mais do que criticar os monopólios midiáticos o caminho para a democratização dos meios é pensar, construir e investir em novas formas de se fazer comunicação.

“O movimento sindical precisa dar prioridade à comunicação, seja ela corpo-a-corpo, institucional, digital ou em parceria com rádios, jornais e canais de TVs locais. O importante é pensar ao invés de deixar que os outros pensem por nós”, enfatiza Reis.

Para isso, no entanto, é preciso haver um planejamento estratégico de comunicação nos sindicatos, que inclui: 1) a valorização das Secretárias de Comunicação; 2) investimentos na pasta e em profissionais da área; 3) a capacitação dos dirigentes sindicais sobre o tema; 4) a escolha do mais adequado meio de comunicação para cada região e 5) a preocupação de promover discussões que contribuam com o fortalecimento da sociedade na qual o sindicato está inserido.

Ainda de acordo com Reis, a CUT São Paulo possui 17 subsedes e diversos segmentos profissionais ligados a ela. Por mês, esses segmentos produzem cerca de 3,5 milhões de exemplares impressos, com informações que têm o intuito de transformar. Dentre as categorias que mais se destacam pelos investimentos em comunicação estão os bancários, os metalúrgicos, os químicos e os professores. “Só entre essas quatro classes de trabalhadores são produzidos mais de 700 mil exemplares por semana de conteúdo informativo”, destaca o dirigente cutista.

Reis ainda cita os vários exemplos de programas de rádio bem sucedidos nos municípios onde a logística não permite agilidade na distribuição de materiais impressos e o programa de TV produzido pelo Sindicato dos Trabalhadores Aquaviários e Terrestres (Settaport). Destinado aos trabalhadores portuários, o programa semanal tem duração de 30 minutos e veicula na região da Baixada Santista, desde janeiro de 2006.

Após o término das apresentações, os dirigentes sindicais do ramo financeiro expuseram suas experiências na área de comunicação. Além disso, propuseram que a FETEC SP realizasse um mapeamento da comunicação nos sindicatos filiados para que, a partir desse resultado se pense uma estratégia de mídia e se elabore um sistema de comunicação dos trabalhadores, em conjunto com a CUT São Paulo.

Por fim, a diretora de Imprensa da FETEC SP, Valeska Pincovai, reforçou a idéia de dar continuidade ao debate sobre democratização dos meios de comunicação. “O intuito é capacitar os diretores dos sindicatos sobre o tema para que os mesmos possam, por meio das mídias, promover debates pertinentes à sociedade, reafirmando desta forma o projeto Sindicato Cidadão, defendido pela Federação”, finaliza.

Por Michele Amorim.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.fetecsp.org.br.

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