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Brasil e EUA discutem ações para combater a discriminação racial

Brasília – Representantes dos governos e das sociedades civis do Brasil e dos Estados Unidos se reuniram hoje (31), em Brasília, para discutir a implantação do plano de ação conjunta para o combate à discriminação étnico-racial e a promoção da igualdade, assinado em março, quando a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, veio ao Brasil.

Durante entrevista coletiva, o ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial , Edson Santos, e o subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos, embaixador Thomas Shannon, destacaram a importância da reunião e dos debates com a sociedade civil.

Shannon afirmou que os governos e setores público e privado devem buscar e desenvolver em conjunto idéias de melhores práticas e de como combater a discriminação racial e étnica. “Somente os governos não conseguem eliminar a discriminação e promover a igualdade, apesar de terem um papel importante a desempenhar”, disse, destacando a necessidade da participação de outros setores envolvidos, como a sociedade civil, a comunidade acadêmica e organizações não-governamentais (ONGs).

O ministro Edson Santos explicou que, por enquanto, o foco é no setor de educação, apesar de o plano assinado no início do ano prever ações em diversas áreas, como habitação, saúde e acesso ao crédito. Ele pontuou algumas das propostas de ações que partiram do governo brasileiro e que devem ser implementadas em breve.

Estão previstos projetos de intercâmbio entre centros de estudo latino-americanos e do Caribe e universidades brasileiras e norte-americanas, com concessão de bolsa de estudos por meio de projetos de estudo e pesquisas acadêmicas sobre ações afirmativas, tanto para professores quanto para estudantes.

Nessa área também está sendo estudado um mapeamento e análise das políticas de ações afirmativas das instituições de ensino superior historicamente negras nos Estados Unidos, bem como nas universidades brasileiras.

Outro programa de intercâmbio deve ser estabelecido para candidatos afrodescendentes à carreira diplomática, admitidos no Instituto Rio Branco. Por ano, seriam 20 estudantes, que passariam 20 dias nos Estados Unidos, acompanhando o trabalho diplomático.

Na área de cultura, foi proposto um mapeamento das manifestações culturais das comunidades remanescentes de quilombos e capacitação na área de museus.

No setor de segurança pública, devem ser desenvolvidas ações para profissionais da área, voltadas ao enfrentamento da desigualdade racial, com uma oficina internacional de três dias, em Brasília, que deve ser realizada provavelmente em março de 2009, com posterior revisão do currículo dos cursos formadores de agentes de segurança pública.

Por enquanto, para fomentar o projeto de intercâmbio de pesquisadores, o governo dos Estados Unidos deve disponibilizar um montante de US$ 500 mil. Já o detalhamento das ações do governo brasileiro e os recursos definidos para cada ação se dará na discussão orçamentária de cada ministério envolvido.

As primeiras ações do plano devem começar a ser implementadas no ano que vem, mas a sua execução plena está prevista para 2010.

Por Ana Luiza Zenker – Repórter da Agência Brasil.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.agenciabrasil.inf.br.

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