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Nova ordem econômica muito tem de incluir países pobres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quinta-feira (30), na abertura da Cúpula Ibero-americana de El Savador, que a voz das nações mais pobres seja ouvida no desenho de uma nova ordem econômica mundial, já que esses países “são vítimas, e não culpados”, da atual crise financeira.

O desmonte dos mercados globais “não poderá ser contido sem um esforço de coordenação internacional”, e “esse esforço será injusto se não levar em conta os países em desenvolvimento”, afirmou o presidente brasileiro na primeira sessão plenária do encontro, que acontece em San Salvador.

Lula destacou que “os países ricos não foram capazes de conter a crise”, cuja resolução exige “uma maior participação dos países em desenvolvimento”.

“No momento em que os países emergentes são vistos como esperança, não podemos aceitar um processo que nos exclua”, pois as nações mais pobres são “vítimas, e não culpados, daqueles que especulam com esperanças e vendem ilusões”, afirmou.

O presidente lembrou que, na segunda-feira, em uma reunião extraordinária de ministros do Mercosul, os países do bloco concluíram que “só é possível responder à crise com mais integração, mais comércio justo e menos subsídios”.

Nesse sentido, voltou a apontar o dedo para as nações mais desenvolvidas e reivindicou “uma conclusão rápida da Rodada Doha”, para que o comércio internacional seja “mais justo” e seja possível contar com estímulos financeiros que impeçam o impacto da crise na economia real.
Imigração

Lula também defendeu que os países da América Latina devem construir uma “agenda positiva” sobre imigração.

“A Cúpula Ibero-americana é foro privilegiado para discutir esse tema com franqueza e muita serenidade. Laços históricos e culturais profundos unem Portugal, Espanha e América Latina. O Brasil, em particular, recebeu de braços abertos milhões de imigrantes e descendentes europeus, hoje plenamente integrados à sociedade brasileira”, afirmou.

Para o presidente, a questão da imigração tem relação com o emprego e com a renda dos trabalhadores locais, por isso a necessidade de discutir o assunto.

“Neste momento, torna-se ainda mais urgente que nossa comunidade também se pronuncie de forma coesa sobre a questão das migrações, por sua relação com o emprego e com a renda, e por seu impacto sobre os jovens”, disse.

“É chegada a hora de construir uma governança realmente global, capaz de maximizar os benefícios da globalização e de minorar seu lado negativo. Não se pode fazer a apologia da livre circulação de bens e capitais e proibir a livre circulação de pessoas. Precisamos encontrar formas de convívio mais solidárias”, disse Lula.

O tema central da 18ª Cúpula Ibero-Americana que acontece de 29 a 31 de outubro em San Salvador (El Salvador) é “Juventude e Desenvolvimento”. Porém, a crise financeira mundial deve roubar a cena.

Durante seu discurso, Lula também comentou os projetos sociais que beneficiam jovens brasileiros, como o Pró-Jovem e o Segundo Tempo. O presidente aproveitou a ocasião para criticar os investidores que, segundo ele, estão ganhando com a crise financeira.

“Pensar nossa juventude é pensar o futuro. Exige uma reflexão estratégica. Que mundo estamos legando para as próximas gerações no momento em que vivemos esta dramática crise financeira? De pouco servirão as medidas que adotarmos em benefício de nossos jovens se os países ibero-americanos, especialmente os mais vulneráveis, forem abalados por essa crise; se todo o esforço que fizemos para superar a pobreza e a exclusão até agora for comprometido pela ação irresponsável daqueles que fizeram da economia um cassino”, afirmou.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.pt.org.br.

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