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Por 22:12 Sem categoria

As vendas crescem e precisamos cortar direitos ?

As vendas neste Natal cresceram em comparação às do ano passado, mas foram em um ritmo menor do que o esperado. Em outras palavras, em um embalo mais fraco do que a expressiva toada de crescimento vivenciada em 2007 e em boa parte de 2008. De acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), as vendas em dezembro cresceram 3,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Dois comentários: primeiro, reflexos da crise já se fazem sentir no comércio, nem tanto pela falta de dinheiro em si no bolso, mas pela cautela do consumidor em gastar. Bombardeado com tanta notícia ruim é claro que a percepção de crise no cidadão comum seja maior do que os efeitos da própria, apesar do apocalipse não estar tão perto quanto a mídia e os “especialistas” alardeiam por aqui. Segundo, mesmo com tudo isso, as pessoas foram às compras. Não vou computar isso na conta do presidente, dizendo que milhões atenderam ao seu pedido de consumir para fortalecer o mercado interno e espantar a crise, mas é fato que ele apostou e teve sucesso.

De qualquer maneira, 3,5%, em um cenário internacional tão sinistro, é uma boa notícia. Apesar disso, os “especialistas” (vai entre aspas porque minha cachorra cega e surda de 17 anos acerta mais previsões de cenários do que eles. Aliás, eu deixaria meu fundo de investimento – se tivesse um – na pata dela e não na mão de muitos deles, mas isso é uma outra história) tratam esse crescimento como uma má notícia.

Quando interessa, aparecem comparações com a situação atual em economias pelo mundo. Quando não interessa eles fecham a comparação considerando a situação interna brasileira ao longo do tempo? O ano passado e o primeiro semestre deste foram excepcionais, economicamente falando. Crescer 3,5% é bastante, tendo em vista a situação e a base de comparação.

Ouvi uma entrevista no rádio de Nabil Sahytoun, presidente da Alshop, dizendo que eles esperavam o dobro desse crescimento em vendas e explicando como foi o Natal dos lojistas. Preocupado, quer a flexibilização dos direitos trabalhistas para que o comércio possa agüentar a fase difícil que se aproxima e não demitir. Culpa encargos como o FGTS e o INSS pagos mensalmente, taxando-os como entraves. Pede que o governo reflita sobre isso e diz que vai atuar para as mudanças necessárias.

Não acho que seja fácil para micro e pequenas empresas, com baixos lucros, arcarem com todos os impostos e tributos. Mas eles fazem parte da regra do jogo, da mesma forma que o direito ao lucro em uma sociedade capitalista também é, e são importantes para garantir qualidade de vida para o empregado, seja através da criação de uma poupança própria que lhe dê perspectivas no futuro e uma garantia maior em caso de demissão, seja pela manutenção de um sistema público de seguridade social. Que se mostra cada vez mais necessário em um mundo em que os sistemas privados de previdência, antes vistos como a alternativa, vão mostrando que são frágeis. Um empregado com qualidade de vida melhor rende mais e trabalha melhor. Há um retorno em produtividade que vai além dos cálculos de economia mensal.

Quanto às grandes empresas, não preciso nem dizer que muita gente entupiu os bolsos de dinheiro nos últimos anos, nadando de braçada. E agora os mesmos vêm chorar para o governo, dizendo que não têm condições de se manter? Façam-me um favor! Entre 2006 e 2007, as vendas de Natal em shoppings cresceram mais de 10%. E essa bonança toda, que, por exemplo, refletiu-se na construção de dezenas de novos shoppings neste ano, foi para onde?

E nem estou entrando no mérito de que são direitos conquistados com base em sangue e suor ao longo de décadas de lutas trabalhistas.

Ninguém nega que tempos difíceis virão, mas a situação deve ser tratada analisando-se caso a caso, dando espaço para negociações entre patrões, empregados e sindicatos, tentando atravessar esse período da melhor forma possível. E não aproveitar as nuvens negras que se avizinham no horizonte para aprovar em toque de caixa uma série de medidas que, há anos, estava no bolso de parte do empresariado para aumentar a lucratividade. Medidas que vão apenas manter o abismo de desigualdade.

No começo de outubro, o discurso era de “precisamos cortar custos trabalhistas porque senão iremos falir” (que, em muitos casos, era uma falácia). Depois, foi o “precisamos cortar custos trabalhistas para enfrentar esse período de turbulência internacional” (mantendo o lucro obtido até aqui intocado, é claro). O que ouvi no rádio vai na mesma linha, a do “temos que cortar direitos, senão iremos lucrar, mas menos do que gostaríamos”. Não que o discurso de alguns empresários tenha se aprofundado nesse sentido. Mas nada como uma crise para dar um banho de sinceridade no significado das coisas.

Qual vai ser o próximo? É preciso cortar direitos porque…porque…porque sim, ora!

Por Leonardo Sakamoto.

ARTIGO COLHIDO NO SÍTIO http://colunistas.ig.com.br/sakamoto/

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Segundo Serasa, apesar da crise, vendas do comércio varejista cresceram 2,8% no Natal

Brasília – O espírito natalino falou mais forte que o temor da crise econômica mundial. Segundo um levantamento nacional, realizado pela empresa de análises econômicas Serasa Experian, neste Natal o comércio vendeu 2,8% a mais que no mesmo período de 2007.

Embora o resultado deste ano tenha ficado aquém do registrado entre os dias 18 e 24 de dezembro de 2007, quando as vendas do comércio varejista cresceram 5,3%, a Serasa Experian avaliou que os empresários têm o que comemorar.

“O crescimento deste ano ocorreu sobre uma base elevada obtida em 2007”, afirmou o assessor econômico da empresa, Carlos Henrique de Almeida. “Podemos dizer que foi um desempenho de razoável para bom. Poderia ser melhor, mas, na atual conjuntura, diante de todas as notícias sobre crise, juros elevados e crescimento da inadimplência, o aumento nas vendas é uma boa notícia”, disse.

O levantamento apontou a alta dos juros e o maior endividamento de parte da população como causas da retração nas vendas. Por essas razões, os consumidores teriam adotado uma atitude mais cautelosa, principalmente em relação ao crédito e à aquisição de produtos de maior valor agregado. Instituições financeiras e o próprio varejo também teriam sido mais conservadores ao conceder crédito.

Almeida sustentou que as vendas parceladas foram fundamentais para que, mesmo em meio à crise, o resultado fosse positivo. “O que efetivamente ajudou [nas vendas] foi a possibilidade de parcelamento das compras. Mesmo que com menor oferta de crédito, o comércio ainda pôde parcelar, inclusive produtos mais baratos, em um menor número de prestações”.

O levantamento, nacional, não detalha os resultados regionais. A exceção é a cidade de São Paulo, onde a Serasa Experian detectou um crescimento menor que o da média nacional. Na capital paulista, as vendas cresceram apenas 1,1%. Em 2007, no mesmo período, o comércio paulista havia comemorado uma alta de 5,6%. “Provavelmente, um conjunto de pessoas [paulistanas] endividadas preferiu gastar menos e ser mais cauteloso”, ponderou Almeida.

Em Brasília, as vendas dividiram lojistas de um mesmo shopping. Para Nalva Gervázio, gerente da Hering, o resultado da semana de Natal foi ótimo. “Foi muito bom. Chegamos a vender R$ 38 mil diários, quase o dobro do ano passado. A crise não chegou aqui, graças a Deus. As pessoas continuam comprando da mesma maneira”.

Já para o gerente das Lojas Americanas, Carlos Augusto Portela Fontinele, as vendas ficaram abaixo das expectativas. “Não só a semana do Natal, mas todo o mês de dezembro não foi tão bom para nós. Não sei se foi por causa dessa crise mundial, mas o pessoal ficou um pouco receoso de comprar. No ano passado os clientes gastaram muito mais. O gasto médio por pessoa era de R$ 60. Esse ano esse valor caiu para R$ 52”.

O levantamento da Serasa Experian considerou as consultas ao banco de dados da empresa feitas nos períodos de 18 a 24 de dezembro de 2008 e de 19 a 21 de dezembro de 2008. Esses dados foram comparados com as pesquisas realizadas pelos comerciantes em períodos equivalentes de 2007.

Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil.

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Vendas nos shoppings crescem 3,5% no Natal, diz Alshop

São Paulo – As vendas nos shoppings no período do Natal tiveram aumento real (já com o ajuste da inflação) de 3,5%, segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). De janeiro a dezembro as vendas cresceram 3,5%. Entre os segmentos com melhor desempenho de vendas no Natal estão o de perfumaria e cosméticos (9%), óculos e acessórios (14%), vestuário e calçados (4%), eletroeletrônicos (3%), livros, DVDs e CDs (5%). O setor de brinquedos e bolsas, pastas, malas e artigos para viagem apresentaram queda de 5% e 4% respectivamente.

Segundo os dados do setor, em 2008 foram inaugurados 21 centros de compras, totalizando 4.647 novas lojas, gerando 46,5 mil empregos. Ao todo são 689 centros de compras no país, com 85 mil lojas. O faturamento do setor em 2008 chegou a R$ 70,7 bilhões, 6,4% a mais do que em 2007.

Há ainda 79 novos shoppings em obras, dos quais 23 devem ser inaugurados em 2009, com três mil novas lojas e 30 mil novos empregos. O faturamento do setor deve chegar a R$ 74,3 bilhões em 2009. Ao todo os investimento devem chegar a R$ 8,3 bilhões nos próximos dois anos.

Segundo o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, os shoppings devem crescer em 2009 porque já iniciaram as obras, mas se pudessem “segurariam” essas obras. “Como essas obras já se iniciaram e tem investimentos em torno de R$ 50 milhões. Têm que acabar o mais rápido possível”.

Ele explicou que quando essas obras estiverem prontas os empresários buscarão franqueadores e bons lojistas que precisam expandir seus negócios mesmo em época de crise econômica.

Sahyoun destacou que por conta de crise econômica global o setor deve demitir, mas ainda é cedo para projetar números. Segundo ele, isso deve ficar mais claro em março, já que janeiro e fevereiro são meses tradicionalmente importantes para os shoppings. “Se a nossa economia não estiver atendendo às expectativas e o nosso varejo tiver um decréscimo, certamente vamos ter em alguns setores demissões”. De acordo com ele, o setor é heterogêneo e por isso não há como prever quais segmentos poderão sofrer com a crise.

Ele afirmou ainda que o setor está preocupado com a taxa de juros e as reformas tributária e trabalhista.

Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil.

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Para economista, “medo” é o pior conselheiro em tempos de crise

Brasília – O medo é o pior conselheiro para o enfrentamento dos efeitos da crise financeira mundial. A afirmação é do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o assunto é política econômica.

“Acho que toda a sociedade está alerta para isso, está disposta a enfrentar. É preciso não temer [os efeitos da crise]. O medo é o pior conselheiro que se pode ter nesse momento”, disse o economista, em entrevista à TV Brasil.

Economista da Unicamp, Belluzzo foi chefe da Secretaria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda, no governo de José Sarney, e secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, no governo de Orestes Quércia. Belluzzo ressaltou, no entanto, que é preciso não subestimar os efeitos da crise internacional. “Ao mesmo tempo não se pode subestimar os efeitos de uma crise que é geral, internacional, que não vai poupar ninguém.”

“O consumidor brasileiro não deve se assustar. Se ele se assustar e se retrair, além do que é necessário para se proteger, claro que o efeito sobre os demais vai ser ruim. Se eu paro de gastar, você para de ganhar. Se eu não compro o seu produto, prejudico sua renda. Com isso, você prejudica o outro”, explicou.

A idéia de Belluzzo está no centro da campanha que o governo lançou, estimulando o consumo, duas semanas antes do Natal que tem com o slogan “O mundo confia no Brasil e o Brasil confia nos brasileiros”.

Para ele, a economia brasileira mostra que tem condições de enfrentar a crise sem que haja desemprego em massa. Nesse caso, Belluzzo destaca a necessidade de o governo absorver o desemprego que deverá ser gerado no próximo ano.

“O desemprego em massa é uma probabilidade muito baixa. Se o desemprego aumentar, é preciso que o governo reabsorva a franja de desempregados que foi criada pelo desenvolvimento da crise. Mas desemprego em massa, eu acho improvável”, comentou.

Por Luciana Lima – Repórter da Agência Brasil.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.agenciabrasil.inf.br.

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