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Estrella: “pré-sal é a grande oportunidade de desenvolver o país”

O diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, afirmou que a estatal vai realizar investimentos de 174 bilhões de dólares até 2013, dos quais 104 bilhões apenas com exploração e produção de óleo e gás natural. Desse valor, 17% serão aplicados na exploração da camada pré-sal. Segundo o diretor, os projetos da empresa vão gerar 1,044 milhão novos postos de trabalho no Brasil, sendo 267 mil diretos e 777 mil indiretos.

Guilherme Estrela avaliou que a CPI da Petrobrás no Senado não vai atrapalhar os investimentos da companhia na exploração de petróleo na camada pré-sal. Ele informou que o projeto piloto de exploração no pré-sal será instalado em dezembro de 2010 e a previsão é extrair 100 mil barris de óleo e de 2 a 3 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

“A Petrobrás passa por um momento importante em relação ao seu compromisso com o desenvolvimento do país. É um momento que traz uma série de oportunidades para o Brasil, e nós não podemos perder essa oportunidade”, disse, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, na quarta-feira (27), convocada para discutir o plano estratégico da empresa nos próximos cinco anos.

Para Estrella, a estatal é quem tem os melhores projetos de desenvolvimento da produção, se comparada às outras empresas da indústria petrolífera, explicando que a previsão é que o bloco de Tupi possa produzir entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural, e o bloco de Iara, entre 3 e 4 bilhões de barris. Como comparação, as reservas atuais da companhia no Brasil são estimadas em 14 bilhões de barris.

O diretor destacou a “postura agressiva” da empresa desde o primeiro mandato do presidente Lula, assinalando que, entre 1999 e 2002, a carteira exploratória da estatal atingiu uma média anual de 22.737,5 quilômetros quadrados e saltou para 32.377,3, nos três primeiros anos de governo Lula. “Isso nos dá a garantia e o conforto de ter uma área suficiente de exploração para os próximos 15 anos. A Petrobrás vinha perdendo essa agressividade antes de 2003”, afirmou Guilherme Estrella.

“O Brasil tem uma situação privilegiada porque conta com grandes reservas de óleo e gás. A descoberta do pré-sal é uma grande oportunidade para o desenvolvimento industrial, tecnológico e científico do país”, acrescentou.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Santana da Rocha, destacou a “seriedade e a honestidade” da estatal na audiência pública.

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Empresa afirma que cumprirá todo o cronograma e não devolverá áreas

Em nota divulgada na sexta-feira, a Petrobrás reafirma que, apesar da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não ter deferido o pedido de prorrogação nos prazos concedidos aos Planos de Avaliação referentes aos blocos BM-S-8, BM-S-9, BM-S-10, BM-S-11 e BM-S-21, isto “não afetará o cronograma de atividades previstas para a região”.

Segundo a nota da estatal, não haverá problemas porque “o Planejamento Estratégico da Companhia considerou o cumprimento de todos os compromissos assumidos com a ANP, nos prazos estabelecidos nas decisões anteriores, agora ratificadas”. Ou seja, mesmo sem a prorrogação, a Petrobrás cumprirá normalmente todo o seu cronograma de trabalho.

“A Petrobras não vislumbra qualquer risco de devolução de áreas, de não cumprimento das obrigações assumidas ou de impactos no seu Planejamento Estratégico”, diz a notado.

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João Pedro defende investigar período tucano na estatal

O senador João Pedro (PT-AM), lembrado para presidir a CPI da Petrobrás, defendeu que a comissão investigue a administração da empresa durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Acho que temos que ir no passado. Eu defendo isso”, disse Pedro. “Temos que investigar os gestores do governo Fernando Henrique, o acidente da plataforma P-36 e outros acidentes gravíssimos que aconteceram no governo anterior”, afirmou o senador.

João Pedro, suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, advertiu que a comissão não deve “embarcar em ilações”.

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Já que é para haver uma CPI da Petrobrás

O que o Brasil quer é saber como tucanos afundaram a maior plataforma do mundo

A P-36 jaz no fundo do oceano com os corpos de nove trabalhadores. Responsável: ninguém

No dia 15 de março de 2001, a maior plataforma petrolífera do mundo, a P-36, explodiu e, cinco dias depois, afundou. Onze trabalhadores morreram – e somente os corpos de dois foram recuperados. A investigação, a cargo de David Zylbersztajn, então genro de Fernando Henrique e diretor-geral da ANP, “não pôde concluir se o afundamento da plataforma teria como ser evitado”. O presidente da Petrobrás, Henri Philippe Reichstul, era aquele que queria mudar o nome da empresa para Petrobrax. Isso é só para começar a animar a CPI. Tem mais.

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CPI já tem pauta para apurar: o que fez a P-36 afundar sob FH?

Dez perguntas que ficaram sem respostas

Se o Artur Virgílio e o Tasso tivessem alguma massa cinzenta na cabeça, nunca teriam arrumado essa CPI da Petrobrás. Mas, como eles não têm o hábito de pensar, quem pensa pelos dois é o Álvaro Dias, como se sabe, um tremendo pensador. Fala-se que ele pensa tanto que até anda com os joelhos esfolados.

Mas, se eles não têm o que investigar, nós temos. É verdade que a maioria dos casos é mais para a polícia do que para uma CPI, mas não se pode perder a oportunidade. Já que eles arrumaram essa…

Comecemos pelo afundamento da Plataforma P-36.

No dia 15 de março de 2001, no Campo de Roncador, na Bacia de Campos, pouco depois da meia-noite uma explosão sacudiu a maior plataforma petrolífera do mundo, a P-36, estacionada a 130 Km da costa e capaz de extrair, por dia, 180 mil barris de petróleo e 7,2 milhões de metros cúbicos de gás natural. No momento em que começou a tragédia, a P-36 extraía petróleo de seis poços – o que era uma pequena parte de sua capacidade: ela estava em Roncador para extrair petróleo de 28 poços ao mesmo tempo.

Dezessete minutos depois da primeira explosão, outra, e mais violenta, abalou a plataforma, matando 11 trabalhadores da Petrobrás que, heroicamente, tentavam salvar a P-36. Cinco dias depois, no dia 20 de março de 2001, a maior plataforma petrolífera do mundo – que custou US$ 350 milhões – afundou, submergindo a uma profundidade de 1.200 metros, levando junto 1.500 toneladas de petróleo.

Por que ela afundou? Como pôde a maior plataforma do mundo ter afundado em cinco dias, deixando filhos sem pai e mulheres sem marido, homens que, como aqueles do poema de Pessoa, não tinham a alma pequena? Ninguém foi responsável por esse crime?

O presidente da Petrobrás na época era um daqueles típicos intrujões do governo Fernando Henrique, Henri Philippe Reichstul – que era vice-presidente do American Express quando foi nomeado, e hoje continua sua carreira de testa de ferro na Brazil Renewable Energy Company, um grupo de negocistas estrangeiros que se dedica a especular com o etanol, comprando usinas e terras brasileiras.

O fato mais notório da gestão de Reichstul na Petrobrás, certamente, foi sua tentativa de mudar o nome da empresa para Petrobrax, porque “assim é mais fácil internacionalizar a empresa”. Além disso, ele, literalmente, esquartejou a Petrobrás (dividiu-a em várias unidades separadas – pode-se adivinhar com que intenção). Em sua administração, houve o rompimento de um oleoduto em Morretes, no Paraná, uma inundação de petróleo na Baía da Guanabara, e, além do afundamento da P-36 em 2001, houve o emborcamento da P-34 em 2002, que por pouco não redunda em um desastre das proporções do anterior.

As investigações sobre o que aconteceu com a P-36 ficaram a cargo da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que tinha como diretor-geral o então genro de Fernando Henrique, David Zylbersztajn, o mesmo que declarou aos executivos das multinacionais de petróleo, em janeiro de 1998: “o petróleo é vosso”.

No Relatório Anual 2001 da ANP, preparado por Zylbersztajn, as conclusões da investigação estão resumidas do seguinte modo: “as causas das explosões na P-36 estiveram relacionados a não-conformidades quanto a procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto” (ANP, Relatório Anual 2001, pág. 12) .

Pelo jeito, estava tudo errado na P-36. Mas é evidente que essa conclusão é uma mistura de alhos com bugalhos para chegar a lugar nenhum – como podem “procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto” estarem colocados em pé de igualdade? Nenhum foi decisivo para o desastre? Os “procedimentos operacionais” não tinham nada a ver com o “projeto”? A “manutenção” não tinha nada a ver com a política imposta à empresa? É evidente que o relatório tentava jogar a culpa – ou, pelo menos, parte dela – sobre os trabalhadores da Petrobrás, aqueles que, 11 deles, deram a sua vida para salvar a situação. Mas, ao fazer isso, queria-se esconder a culpa de quem?

Segundo Zylbersztajn, a investigação, encerrada em julho de 2001, “não pôde concluir se o afundamento da plataforma teria como ser evitado” (ANP, Rel. cit.).

Teria sido, então, um desígnio divino o afundamento da P-36, a morte de 11 corajosos trabalhadores, e a perda, durante 6 anos, de uma de nossas principais fontes de extração de petróleo (pois a P-36 somente pôde ser substituída em 2007, quando, graças aos esforços do presidente Lula e da Petrobrás, ficou pronta a plataforma P-57, esta totalmente construída no Brasil)?

Todo o “projeto” e sua realização – enfim, a construção da plataforma – foram feitos durante o governo Fernando Henrique, que preferiu encomendar a plataforma no exterior, começando em 1995 na Itália e terminando em 2000 no Canadá. Por que preferiram encomendá-la no exterior, quando a indústria nacional estava plenamente capacitada a construí-la, como provou depois o governo Lula?

Deus, evidentemente, nada tem a ver com uma investigação feita sob medida para esconder os culpados. Aliás, esta é a sua premissa declarada: “A finalidade dessa investigação não foi o de estabelecer injunções ou punições, mas identificar as causas” (ANP, Rel. cit.). E quando as causas são a negligência criminosa, a incompetência administrativa e a sabotagem privatista?

Então, a CPI já tem um assunto para tratar. Nada de ficar enrolando. Vamos aos fatos. Os senadores podem começar convocando o Reichstul e o Zylbersztajn para explicarem:

1) Por que a P-36 foi encomendada no exterior, em vez de ser construída no Brasil?

2) Quem elaborou o projeto?

3) Por que esse projeto foi aprovado, mesmo com problemas tão graves?

4) Quem deu a ordem para pagar US$ 350 milhões por esse traste?

5) Por que havia problemas de manutenção na P-36?

6) Como e por quem foram estabelecidos os procedimentos operacionais?

7) Em que os problemas de projeto influenciaram esses procedimentos?

8) Por que a investigação da ANP não apontou nenhum responsável pelo desastre?

E, além disso:

9) Quantos funcionários terceirizados havia na plataforma no momento da explosão?

10) Qual a qualificação, de onde foram contratados esses terceirizados, e por que os funcionários que tentaram salvar a P-36 eram todos da Petrobrás e nenhum terceirizado?

Não é tudo. Tem mais, e muito. Mas já é um começo para animar a CPI.

Por CARLOS LOPES.

NOTÍCIAS COLHIDAS NO SÍTIO www.horadopovo.com.br.

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